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Pelo que respeita a Macau, natural mente de-tia haver grandes npprehensões de que na guerra entro a Gram-Brelanha e a China aquellees-lahelticiinenio fosse de algum modo comprometido, e quê se paralisasse o seu commercio ; mas felizmente sabemos que aih se manteve a neutralidade, e qiiií asanascirciinistaucias tem mesmo melhorado.

A índia Portugueza qua tinha estado n'uma situação desagradável, que fa/.ia até receiarque houvesse alguma calamidade publica, depois que e' administrada pelo Governador interino JLop^s Lima, lum-so feito diversas mudança», principaluiente sobre finanças, que a melhoravam a um ponto que nào era possível prever.

Se no resto das Províncias do Ultramar não acontece o mesmo, se o que acabo de dizer se refere ás prmcipaes, nào ha motivo para seaf-iiruiar que apresentam um quadro horroroso; o verdadeiro quadro é o que acabo dedi/.er, e que posso comprovar com a correspondência olficial. — Em geral o Governo tem tomado todas as providencias sobre «a objectos a que S-Ex.aal-ludiii; Os cousas vão melhorando a!li gradualmente e se obtivermos com alguma brevidade a conclusão dos I ractados a que sn «v-lá procedi-n-do, muito mais melhorarão aijuellus Províncias.

IMo que acabo de duer, espero que S. Ev.a ficará persuadido qui* não t-ra exacto-o seu modo de pensar, relauvnmente aos assumptos em u IIP lia pnucn fallon.

O SH. DUQUE DE PALMELLA: — O

illunlie Senador deu a entender que , no seu conceito, o Goveino nào tinha dito aqui toda a verdade; antes que a dissimulara em parle , e apresentara as cousas deh.u\o de um aspecto um pouco mais ía\oiavcl do qiu: cilas :in refilidade letn , tanto pelo que diz respeito ao interior do líeino, como ao estado das nossas Colónias. Se a supposição do illuslre Senador fossu exacta , nem por isso me parecia o Governo merecedor de muilo severa censura, por qm-j o não fazer mnu pintura fúnebre da nossa siluaçào e talvez um duver do Governo nas actuaes circunstancias; nem vejo o que ga-n/iariam o Paiz, e as Camarás em que se viesse aqui npresenlor-llie agora um quadro aterrador, A verdade é que, a situação das cousas, em quanto á política interna e á segurança' publica, assim como pelo qu<_ variou='variou' foi='foi' de='de' anno='anno' desde='desde' colónias='colónias' cio='cio' certo='certo' muito='muito' tanto='tanto' o='o' p='p' passado='passado' se='se' ás='ás' para='para' nossas='nossas' principio='principio' nn-lhor.='nn-lhor.' locca='locca' nào='nào' algum='algum' mas='mas'>

O sentido deste par.igrapho não e de declarar que não c.usle já um só guerrilha no Algarve, ou que não ha um crime cotnmutlido cm todo o lloino : disgraçadatnente i-lo não se podia esperar, pó i que depois das guerras civis que tem assolado Poiíugal e Hespauha , não era possível que se restabelecesse tão cedo a ordem publica , e que o Paiz podessP go/ar de um perfeito socego como no tempo da mais profunda paz. Mas, a verdade e, que o grosso das guerrilhas restam não são guerrilhas de D. Miguel, são íulleudores como ti-m havido em outras cpochas, bandos surnniaiientp delíiceis de extinguir em sítios pouco povoados, c vista a facilidade que tem de se evadirem para outro Reino quando são preieguidos; lauto mau que a Hespanha lambem IM de eslar soffrendo os mesmos males, sobre tudo agora com a dissolução de urna parte do seu Exercito, c com a cessação da guerra, que dislrahia uma parle da sua população. Entretanto, e não obstante todas as obseivações que fez o illuslre Senador, e as que acabo de ouvir do Sr. Presidente do Conselho, creio que é exacto, que o estado do J/riiz , pelo que diz respeito á ordem publica, tem melhorado ; (O Sr. Presidente d» (Voa.se-tkn de Ministros:— E* verdadej . e em quanto ás nossas Colónias, o que íe diz e' tào pouco que, a fallar a verdade, nào s\:i como possam ser mciepodos o? Srs. Ministros de apresentarem factos lisonjeiros. Na Falia doThro-no parece-me que se inculcam mais de pressa esperanças do futuro do que resultados favoráveis do passado. Estas esperanças também eu concordo ne.llas, porque julgo que se tem começado a tomar, c que se devem tomar de ora em diante, todas as medidas necessárias para fazer progredir a industria e o Comtner-cio n'aqiiellas regiões. Estou convencido .que a cessação do trafico da escravatura-, quando ícus habitantes reconhecerem (o que não linha até agora acontecido) que aquelle trafico não pôde continuar, os induziram a converter .os seus csfoiçoí e o emprego dos seus capitães pá

DOS SENADORES.

rã objectos mais úteis, mais conformes á mo-' rã l, e cujo resultado, auxiliado pelo Governo, será o augmenlo gradual da prosperidade das Colónias.

Apontou especialmente o Sr. Vellez Caldeira' j Estabelecimento de Macáo, e disse que estava a ponto de perder-sd. Correu, é verdade, n, opinião de muitos, um HSCO serio aquellt» Possessão, quando se vto que ia haver uma queria entre Inglaterra, e a China, e podia-se •eciar que uma uuoutia parte contendente com-neltesse algum acto de infracção, alguma otTen-sa que podesse comprometter a neutralidade do porto de iMacáo; uns reciaram que os Inglezes se qui/essem apoderar d'.»quella Cidade para nella se fortificarem , a Hm de lerem um ponto de apoio nas suas opperações contra a China ; outios reciaram que os Climas a guarnecessem para evitar que cahisse nas mãos dos ínglezes. Na verdade era de temer um comproinetlimento por estas circumsiancias , mas felizmente não aconteceu assim; e, segundo as noticias ultimamente recebidas , parece que a questão eu-lie a Inglateira e a China ou está lerminadu ,'• ou a ponto de leimimir; e Macáo longe de ter sido invadido e in-nHado , to L ao conliano respeitado por ambas as p.irtes.

O SR. Ptt£SIDENTE DO CONSELHO DE MINtSTKOS: —E' veidade, e creio que a sua nenii.tlulcuie foi ulil a uns e a outros. O SR. CONDE L) E LI N H ARES : — Os In-lezes apodei araui-^e dos forte» Climas, para a sepaiação de Macáo da China.

O SR. DUQUE DE PALMÊLLA: — Os gii-ze* apodeiaram-»e tios fortes Chmezes r Isto não é liD.siilidade couiia M.icáo; e então, em lugar de coniraduer, piova u que eu disse. Apoderaram-se ou b iteram oslnglezes um forte peiieneente aos Chinas,- i onstiuido n'iirua hn-goa de terra que separa Macáo do Continente; porém uns e outros ie>peitaiam o Teiritoiio e Bandeira Poilugueza. Poderia ser esta a causa de que a neutralidade de. Macáo corresse algum risco, mas, pelo que vejo nos papeis públicos, não se verificou , e felizmente esta gueira, segundo as apparencids, vai a lerrnJnar-se sem. atítíciar a nossa Possessão de Macáo e antes consolidando o nosso domínio nella. Em quanto ,10 mais, eu creio que Macáo, como outros Estabelecimentos Colouiaes Portugueses necessita o auxilio do Governo; necessita ser sustentado nào só por meio de alguns recursos; mas também de medidas próvidas e de uma boa ad.mnistraçã.i. Felizmente aquelle Estabelecimento é lalvez o que apiesenta a prespecti-va comparativamente a mais brilhante., porque está ião bem Minado que podo ser um empório ile commercio não só com a Metropoli, mas até coui as nutras Nações, e pôde sei aludi de grande uúhdadd paia a Mãe-patiia.

Em quanto ás nossas de mais Colónias, certamente o que se pôde desejar é que o Governo olhe para cilas seriamente, trazendo ás Cones os Projecios que necessitarem asancção do Corpo Legislativo para lhes subuimistrar os auxílios de que-carecem. Isto é que prouiette rexer o Governo no Paragrapho a que se icsponde no que está agora eui discussão; e se elle cumprir as suas promessas nau haverá Ioga r a inciepa-ÇÕes, porque estamos já chegados ao tempo em que e indispensável olhar com seriedade paia o estado das Possessões Ultiamarmas, ado; p t u r acerca delias uni sysiema que possa viviH-calas, e lornalas productivas, começando por escolher paia os Governos, e para os Empregos do U l ti amar homens, que pelo seu caracter e conhecimentos conconain directamente para esse fim, e subrmnisirem ao Governo as informações necessárias paia o habilitar a levar a etVeiio os seus desejos.

O Sn. BARÃO DO TOJAL;—Sr. Presidente , algumas palavras direi sobre a matéria. Em quanto á segurança externa do Pai/,, parece-me que cila nào tem peiorado, antes pelo contrario que tem melhorado alguma cousa : mas não se pôde esperar que em um Paiz que tem sido lheatro de continuas guerras civis, e que está approximado. a outro que o tem sido igualmente, não hajam perturbações, não haja tranquillidade publica violada, e que não hajam guerrilhas de salieadores, e chefes delias com o . lilulo de guerrilhas poli liças, as quaes, comtudo nào pretendem se não roubar e assassinar, Fslo tem acontecido a muitas outras Nações. Napoleão por muitos annos tentou com todas as suas enormes forças e recursos em vão, extinguir os celebres salteadores-da Calábria, apezar de occu^ar então a Itália com lóp mil homens; e a final foi-lhe necessário mandar vir forças conside-

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raveis do Tirol ; os atiradores Tiroleses sendo pela sua conhecida dexieresa e agilidade, os mais bem calculados para este serviço : para os ainda mais estimular, concedia baixa a todo aqnelle que matava um chefe de salteadores, e mesmo assim, levou muitos annos de guerra encarniçada e cruenta para os extinguir: para este Gm, teve de levar-se o horror da guerra , a tal ponto,, que, todos os guerrilhas que se capturavam em combate , eram queimados vivos, fazendo elles outro tanto ás Tropas Fran-cczas; quando eu viagei pela Calábria, ha sete annos , nas casas ardidas aonde as Tropas Francezas encerraram os salteadores ás dúzias, pregavam portas e janellas, e lhes largavam fogo. Com todo esle inexorável rigor, tão poderosas forças, e activíssima perseguição, nunca os Francezes poderárn conseguir extermina-los complelamente. Itecolhe-rarn-se para as Serranias dos Abbru-ui , assim como os nossos de cá para ás do Moncliicjne c Serra da Eslrella, donde recrutavam as suas forças, e faziam devez em quando novas e repetidas incursões.

Nào sou eu muito velho, e lembro-me que cm Inglaterra, ha trinta e tantos annos, para viajar curtas distancias , como de Londres a Bdlli uma das estradas rnais publicas e frequentadas , era necessário cozer os guinéus entre as solas das botas para e-caparem aos salteadores, e nem por isso lá se dizia que a segurança publica estava peiturbada, ou que o Paiz caminhava para a destruição: o moio de conseguir cá, o que lá se conseguiu isto e', estabelecer a segurança publica compíetamente, e' fazer executar as Leis coiivpromptidào e rigor; '('Apoia-dos.} deste modo, acabatão muitos dos malles que aíTligein a Naçào Porlugueza, e tal é acon-vicçào gpral a este respeito que, perguntando eu a um Inglez a causa porque£ os nossos fundos ultimamente haviam subido dois por cento em Londres, respondeu-me qufi era — porque em Lisboa tinham inforcado dois homens:—isto bem. claro mostra quaes as ideas que a nosso respiMto formam os estrangeiros, isto é, que, se se cumprissem as Leis, em Portugal com exactidão e imparcialidade ,- aconteceria cá o mesmo que acontece aonde ellas assim se guardam, que necessariamente haverá segurança, ordem, respeito á Lei e ás nuthoridades , e com isto prosperidade publica.