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antiguidade, e dos muitos monumentos históricos que ali existiam e de que apesas se encontram poucos vestígios? (Apoiados.)

Sr. Piesidenle, a Igreja era um dos melhores teínplosde Portugal, não só pela sua grandeza e bella architeclura, mas porquo ali exia-, liam não poucas recordações saudosas da nossa, antiga gloria ; pois este templo acha-se profanado, e em logar de continuar a servir como capclla da tropa para os actos da Santa Religião que professámos, foi destinada para outros fins bera impróprios e differentcs do seu pnmciro destino! Sr. Presidente tudo nli se acha desmantelado, nem as sepulturas que co-ntmharn os restos mortaes de alguns dos nofesos antigos valonles gueneiros que tanto ««nobreceram a nossa Pátria, poderam escapar ás rnãos sacrílegas que espalharam as suas cinzas; as campas que as cobnain acham-se quebradas, e eu mesmo fui testemunha de que algumas, que seriam um precioso monumento da nossa historia, se acham guarnecendo e fazendo parte dos tanques destinados para beberem as cavalgaduras, deixando aindu ver, para maior vergonha, algumas das inscnp a ré-petn, ali tudo é destruição; os ricos dourados, que com fausto decoravam o templo p«»r todo a pa-rte, foram biulalmente »rrancad

Sr. Presidente, talvez a Cnmara julgue o que acabo de dizei ultimamente uniu digressão impertinente , mas deve desculpar me por que eu o que desejo conseguir e' que a de$i>rdrfn e-os inales não continuem, que nada se aliene, c que o referido edifício fique pertencendo ao quartel. Pediria portanto qoe assim se recotn-mendasâe ao Governo; e neste sentido mando o meu Requerimento para a Meíu; é o seguinte

Requerimento.

Requeiro se recommehde ao Governo n con-vemcncia de'pertence r ao quartel de S. Francisco , éin Sanlaicm , o Convento e rêjra do Contento da Trindade. —-*/í6reu Caslctlo Branco.

O SR. PRESIDENTE: —Eu peço licença-acamara para também dizer duas palavras. A minha intenção (que me não doram tempo paia explicai) era propor á Camará que e-las Indicações ou Requerimentos fossem simplesmente remettidos ao Governo, para que e.lle proceda como intender. (Apoiadasger

Já que estou fallando, pcrmilta-tse-me ac-crescenlar ao que disse trrn íiobre Senador, que s«na muito para desejar que nos lavneseiiios da nódoa de vandalismo que ultimamente tem roçai) ido sobreis Poiluguezes por factos de que talvez não haja exemplo nas Nações modernas. •—Eu fui ha três ou quatro díds ti) Coftwirilo da Cartucha em Laveirna: achego de*ínortl fo^Q', as pedias e madeiras estavam quaw lo-dda^lTfadas , percebendo-se (jue aquelle edifício fora c8btpl**d«» sem intenção nenhuma de sentar proveito do terreno q«e HM? está anncxo, nem de o tornar util> mas simplebOienle pa-fà trrar Ivicro da pedra e madei-fa. Or,a, é ^íeálrapnto ba-rtoirõ usar desta márteiTai fu -edifício que era magnifico; e assim cnio

O Sn. BARA0 DJE RENDUFJPE : — Sr.

Presidente, piQifOo tenho que accrescemtar ao i que V. Ex.ft disse ; mas fez-me impressão o que ouvi ao mcuillu&tre amigo o Sr. João Mana de Abreu Castello Branco, o então cuflopre observar que se formos prevenir o Governo para que IIQJA de designar quartel o oulio Convento, seja isso então com uma muito explicita re-comroendação que não lhe faça o mesmo nesse Conventq

P»r tanto a minha opinião sei ia que se nomeassem Commissões que informassem da existência de Iodos os monumentos, do estado em que se acham, e finalmente que o Corpo Legislativo os tomasse cm consideração, votando UD)a somma para osque meieccssem sei conservados ; isto é uma cousa que se deve fazor, para reparar outras que se não deviam lei feito."

O SR. PASSOS: — Si. Presidoule, não me opponho, antes dou o meu pleno apoio, á opinião de V. Ex.a, poi que encaro» a questão, como eu lambem a encaro.

Pelo que respeita á conservação dos monumentos históricos, esse objecto foi tocado por V. Ex.a muito bem, e merecerá a maior solicitude do Sanado. Ó vandalismo que lern perseguido a» cou*as Portuguezas nestes últimos ânuos, é excessivamente horroroso, e provoca a jusia indignação de todos os homens ainan-tcá dq Palna. Eu mesmo vj,com dor as im-mensus ruínas que vão pela Villa de Santarém. O sepulcluo de Frei Gil foi abei lo, e suas cinzas dit-peisados ! Se islo assim conluiou , em brove deswpparecerão os veneiandos restos du D. Pedro tiscuro, esse valoroso companheiro de D. Affonso Hennques, qtie tão nobremente defendeu a porta de mancos quando uquellu R^i giit-ircava os mouros: não sei se o túmulo deste varão foi também profanado, mas pareci-- me que não esta falido; se mãos sacrili gás lue^scm as suaB cinzas o mesmo que tem teilo a-» de outros heioes Pprtugue/es, e os tnouio» depoib voltassem, lalvez ee não podes-se j, i cumprir a leal pui a v rã do valeute guerreiro quando a um dos infiéis respondei a = hi-reUei* e t trcdei,, e vtvo ou tnorlo aqui me ac/iar-de&. ^=. O flnesino viria a acoulecer a Pedralva-ies t,ol)ral. que ali descunça ; o mesmo a D. Pedio de Mencíefs^ moilo em Alcacei Segui , cujo monumento sepulchral e obra riquíssima. Aquelli Villa-é unia terra cla&sioa : lendo sido. prfsidro.^s Homanos, foi pátria de rpuUos deites, é um dos purvcipaes t h cairos da nos^a hiBloria, e um poçvU) tnjlitai de importância: de maneira que ^uas* ^e pôde afíirjnar não havei ali uma só pedr^.que não seja um monu-uoeínto juajorico , u,m pndf^ô 44 n os. sã gloria. O tv0p4aJ^(^9 em (odft ,fv pbrlo ha falto eida-gos .UbUifenbfcYefi ; mas o Governo tem na $ua mão ^çommçndar ac^ -Administradores Gc-raes que conservem os monumentos históricos e aitis-Ucos qm? ainda ex^&Ur^m , aubtr§lu

Requeiro se recotffraeftde ao Governo que passe ns mais terrainontes Ordens para a con-

servaç&o dos nossos monumentos históricos.—-Pastos (Manoel.)

Fwou para segunda leitura. O SR. BtiRGARAv—-O meu Requerimento é diverso da quesUvq que se agitou* eu ti-pedido a palavra quando fallava um tllus-tre Senador para fazei a observação que V. Ex.* fez.

Eu abundo nas ideas do illtistre Senador , e tmlia que dai urua explicação ao Sr. Barão de Rendufie , mas parece-me que S. Kx." ré-clilicou as suas expressões, e então nada tenho a observar-lhe.

Sr. Presidente, isto intende com uma classe a que V. Ex.a pertence, e OB edifficios qvio estão emiegues á Repartição das Obra» Militares são aquelles aonde não tem entrado \an-dalismo, e ararão será porque tem mais meios do que as Auilioiidades administrativas, tom mais disciplina, t

O SR. ABREU CASTELLO BRANCO : — Levanto-me pura .dar á Camará umi explicação que julgo indispensável: quando eu me referi ao ealrago, e á ruma que principalmente se observa na Igreja do Convento de S. Fancisco, a que charaqi, e au\da chamo van* daheino, não fiz, nem podia fazer alguma allu-são á tropa constitucional que ali se aquartelou ; e menos ao seu Cotnmandande, o Sr. Passos; pelo contrario sei que este digno Official, que eu não tenho a fortunn de conhecer pes-sonJrnente, só esforçou não só pnra a conservação do que achou no edifício, mas para o melhorar e aformosenr , o que em parte enn-seguio; assim como todos ali confessam que pelas suas, cxce/lentes qualidades .m no-rnc. — Mas o facto é que a Igreja se profanou, e que a consequência necessária era a refenda destruição, e a apphcaçâp para fins impróprios, sen» que desta destruição fosse causa nem o Sr. Pnssos, como alguém pareceu intender, nem os mais Officiaes que se lhe seguiram a occupar aquclle aquarlelamenlo.

Sr. Presidente, não terá concorrido pouco para a ruína do edeficio oa dilí ronies destinos que *e lhe tem dado: o prtmeiio Cm pó qui« o occupou, depois de ter feito os arranjos necessários para a arma de Arlilheria. sahio de lá, e tudo se pi-rdcu ; segum-se outro corpo cEe arma differenle, que tairlbem de lá sah'o; e o edifício está deshabilado, e só «*u rega* a um, Cazerneiiro, que com quanto seja aelozo da sua conservação, e deseje evilar a sua ruma põíico poderá fazei em taes circurnslancías. Sr. Pre-sjdenle, eu fui ultimamente testimunlin que as i ninas naqucllu edifício, e em Iodos os outros de Santarém iam cm augrnento, c o Governo deve procurar meios para o evitar.— (dpoia» dçs.) Sr. Presidente, por esta occasião, se estivesse presente o Sr. Minis,ífç>

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