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Sessão de 12 de Março de 1914

de Lisboa ou Leixões, do que se for embarcado era Liverpool, Antuérpia, Hamburgo ou Ilavrc.

Depois, o absurdo da tabela vai até o ponto de facilitar a exportação de conservas alimentícias, na Alemanha e na Ingla-

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terra, onde é grande o déficit de substâncias alimentícias, e de vinhos, nesse país e na Bélgica, que não produzem tal artigo. Finalmente, este quadro completa-se com a seguinte tabela relativa ao porto de Santos:


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10,7

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9.10
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29,2
23,7

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84,f>
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9,00
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m. cfib.
7.50
7.20
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1 1 .00
0'.94
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05, '7

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m c M b
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Tecidos ...... ... ...
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1 -V20
0.94
106
90,2






O significado positivo dos factos descritos é que se impõe a necessidade absoluta e urgente de estabelecer urna carreira portuguesa para o Brasil, como meio único de salvar duma ruína certa a nossa indústria e o nosso comércio, servindo, .ao mesmo tempo, para reduzir sensivelmente a drenagem do ouro, que ainda mais depaupera o ta m já debilitado organismo nacional.

Vejamos as condições em que convirá estabelecer essa carreira.

Em primeiro lugar, deve ser adjudicada a uma empresa particular, fiscalizada pelo Governo, por intermédio dum seu delegado.

.LCin segundo lugar, como é mester avançar com segurança, a carreira tem de destinar-se ao transporte de carga e emigrantes portugueses. O emigrante encontrará nos navios nacionais, se eles forem especialmente preparados para esse fim, comodidades e conforto, que os navios estrangeiros, tendo várias classes de passageiros, lhes não podem dispensar. Obrigando-se a empresa a estabelecer um escritório de colocações nas suas agências e sendo o preço das passagens igual ao dos vapores estrangeiros, a emigração portuguesa há-cle preferir a navegação nacional, dando-lhe, portanto, unia vida próspera e segura.

Por tal motivo, não tem esta navegação

muito a temer da luta-que o ring possa estabelecer sobre os fretes, porque, em comércio, só se luta, quando há a, certeza de vencer; e aqui a luta teria resultados duvidosos. Mas há que contar ainda com o patriotismo da colónia portugunsa no Brasil, que é a nossa principal consumidora nesse país, e que, com certeza, exigirá aos exportadores de Lisboa e Pó>to que enviem as mercadorias pela marinha nacional. Será fácil de conseguir este resultado, se for enviada uma missão comercial ao Brasil, na ocasião do Congresso das Câmaras de Comércio portuguesas, nessa florescente .República irmã.
Para a carga c transporte de emigrantes, bastam vapores de 6.000 toneladas, que façam três viagens mensais para os 'portos centrais do Brasil, e mais tarde, quando a carreira estiver estabelecida, outras três viagens para o norte daquele país. As três viagens mensais garantem ao exportador portugês o poder libertar-se da estreita gargalheira com que o riny o estrangula, actualmente.