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Sessão de. l'i de Março de 1914

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suas divisões, voltando-se à antiga mesquinharia d'uns tristes centavos que são inferiores em quantidade ao que recebem os mais humildes funcionários do Estado. Não é preciso que eu venha expor à Câmara esses algarismos, e por isso vou resumir as minhas considerações, fazendo uma pregunta concreta ao Sr. Ministro da G-uerra. declarando desde já a S. Ex.a que, se a resposta não me satisfizer, anunciarei a S. Ex.a uma interpelação em que largamente tratarei do assunto.

A pregunta é a seguinte: ^está S. Ex.:i disposto a cumprir a carta de lei de 1906 ou pretende pôr em execução o artigo ).50.° do regulamento de 1913, em detrimento da lei ?

Aguardo a resposta do Sr. Ministro da G-uerra.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Guerra (Pereira de Eca):— .Pedi a palavra para declarar que aceitei o regulamento como ele está, mas em vista das considerações apresentadas pelo Sr. Deputado M.orais Rosa, vou estudar a questão de maneira a resolve-Ja a tempo.

O orador não reviu,.

O Sr. Simas Machado: — Sr. Presidente : tinha pedido a palavra para um negócio urgente estando presente o Sr. Ministro do Interior, mas como S. Ex.1 não se encontra nesta sala das sessões, e visto trata,r-se duma questão hospitalar, peco ao Sr. Ministro de Instrução, que é um módico distintíssimo,'a fineza de transmitir a S. Ex'.a as observações .que vou fa/er e sobre as quais se torna necessário tomar providências rápidas e imediatas, lí o caso que o Sr. administrador do concelho de Barcelos, que é ao mesmo tempo- presidente da comissão municipal dessa, vila, julgou-se constituído no direito de cortai-as suas relações oficiais com a mesa da Misericórdia, que sustenta um hospital importantíssimo onde o movimento cie doentes é grande, o que não admira, porque V. Ex.;i e a Câmara sabem que se trata dum concelho dos mais populosos do pais. Esse; administrador, movido por uni espírito de baixa política, repito, cortou as suas relações oficiais com a mesa da Misericórdia. E, cousa notável, elo que é médico do hospital, nessa parte não cortou as suas

relações com a Misericórdia, para poder continuar no exercício do seu cargo !
j Veja V. Ex.a, Sr. Presidente, que cúmulo de incoerência!
O que é certo é que a autoridade administrativa não respondeu ao ofício que lhe foi dirigido pelo administrador dessa casa, que é um homem respeitado por todos os habitantes da vila, nem aprovou os orçamentos já feitos.
O que ó certo é que o provedor teve de oficiar para a câmara, dizendo-lhe que as dietas de galinha e ovos estavam extintas ; e que em breve estaria extinta a verba da carne.
V. Ex.a está vendo o' que há-de resultar: ó que, daqui a pouco, a mesa da Misericórdia tem de fechar a porta, tendo os pobres desgraçados de ser postos na rua.
Para isto é que ou chamo a atenção tio Sr. Ministro do Interior.
Eu creio que misericórdias e hospitais não são estabelecimentos eleiçoeiros, mas, sim, casas onde os desgraçados vão procurar alívio e remédio aos seus males e à sua invalidez.
Não se pode tolerar que o administrador interino de Barcelos, esquecido do que deve a si próprio, como cidadão e corno médico daquela casa., assim proceda. E preciso que os seus superiores hierárquicos o chamem ao cumprimento dos seus deveres.
O Sr. Ministro de Instrução é um ho-rnom ilustrado, honesto, e assim S. Ex,a, que ó uni módico distintíssimo, há-de sentir-se, fatalmente, indignado com tal procedimento. Espero, pois, que S. Ex.u transmita ao Sr. Ministro do Interior estas minhas considerações, para que S. Ex.:i proceda imediatamente, como o caso requere.
O orador não reviu.
O Sr. Ministro da Instrução (Sobral Cid): —• Transmitirei ao Sr. 'Ministro do Interior as informações do Sr. Deputado Simas Machado. As qualidades do bondade e de disciplina do Sr. Ministro do Interior não excluem que proceda energicamente quando for preciso. E estou certo de que S. Ex.a há-de proceder, o mais imediatamente possível, contra esses factos.
O orador não reviu.