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..Sessão de 10 de. Março de 1914

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O Sr. Tiago Sales:—Re q vi eiró a contraprova.

Procedeu-se à contraprova, verificando -se o mesmo resultado.

Foi aprovado, sem discussão, o artigo 3.°

O Sr. Presidente:—Vai passar-se à ORDEM 1)0 DIA

libero eira puvte

Continuação da discussão da questão de Ambaca

O Sr. Ministro das Colónias (Lisboa de. Lima) : — Sr. Presidente : é hoje que ve-•nho trazer à Câmara 'o tu e u quinhão de trabalho em relação à questão conhecida pela Câmara por questão de Ambaca. E 'modesto esse quinhão, porque tudo ou quási tudo quanto havia a íazer,. felizmente, o encontrei senão feito muito próximo disso. jVIuitas das dificuldades estavam resolvidas, o caminho aplanado, para se chegar a uma solução final, e o meu trabalho e por isso antes uma natural consequência de tudo quanto pró e contra se tern dito .acerca desta questão, do que, propriamente qualquer cousa de novo.

O meu trabalho é apenas a lógica con-•sequência dos esforços até agora empregados por todos quantos tem posto ao serviços dos interesses do Estado, nesta importante questão, o seu esforço, a sua inteligência, o seu saber e a 'sua vontade de bem servir o país.

Quando fui chamado ao poder apenas conhecia a questão de Ambaca, como qual-q.uer cidadão a podia couhecer pelo que a. 'imprensa dizia dela e pelo que acerca •desse assunto se ia passando no Parla-•mento, porque na minha vida pública nuu-•ca tive de me ocupar dessa questão, nem •de conhecer o processo oficial que lhe di/, respeito e existe no Ministério das Coló-aiias.

Só depois de Ministro vi esse processo 'Q vi-o. como o pod.e ver, num primeiro mês de Gloverno, um Ministro novo que .-sobe ao poder com as Câmaras abei-tas e itendo de no ocupar de variadíssirnas questões que interessam a sua pasta. Daí a benevolência que me parece deve ser conre-•dida pela Câmara ao meu trabalho; se ele •não representar qualquer cousa útil para os interesses do Estado, e para a solução •desta questão.

Não vou historiar a qviestão de Ambaca que é conhecida de toda a Câmara. Lá fora a opinião pública tem se interessado a tal ponto por esta questão que não há ninguém que a não conheça um pouco. No erntanto, há pontos nela que é necessário frisar para eu puder justificar a minha atitude.
E sabido qual o problema' que se procurou resolver com a construção do caminho de ferro de Loanda a Ambaca, pelo contrato ds Setembro de 1885.
Está no espírito de todos que conhecem esta questão que o citado contrato não constituir uma solução perfeita do problema que se pretendia resolver.
O contrato de J885 deixa muito a desejar, e mesmo que a Companhia tivesse cumprido as obrigações que por esse contrato lhe eram atribuídas, não seria ainda assim o caminho de ferro de Loanda a Ambaca aquele elemento de progresso e desenvolvimento com que se quis dotai- a vastíssima região da província de Angola que ele era destinada a servir.
.Não só no contrato de 1885 não foram convenientemente previstas as necessidades de Angola no presente e no futuro, pelo que a essas necessidades devia interessar a escolha do traçado do caminho de ferro e as condições da sua exploração, mas a Companhia de Ambaca, não trabalhando dentro de tal contrato com o objectivo de tornar o caminho cie ferro verdadeiramente útil a Angola, e. faltando mesmo a alguns dos seus deveres perante o contrato, fé// com que falhasse a tentativa 'de se obter com a citada linha uni valioso elemento de progresso e desenvolvimento daquela província.
Em face do insucessso da linha de Ambaca no desenvolvimento duma vasta região de -Angola, de longe vem a tentativa para fa/.er. passar aquela linha das mãos da Companhia que a construiu e explora-para as mãos do Estado.
.l:'ara não ir muito longe buscar todas as ótapes desta aspiração que não tern sido apenas dos Governos mas de todos quantos conhecem o assunto, eu limito-me a começar em 1909.