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12 Diário da Câmara dos Deputados

para Secretários de Estado, mas sem que o acompanhasse qualquer medida jurídica que alterasse êsse artigo.

Outra cousa que desejo acentuar é que na mensagem do Sr. Presidente da República se diz que o Parlamento deve seguir uma orientação nitidamente republicana para consolidação da obra revolucionária de 5 de Dezembro. Ora eu entendo que seria bom que todos ficássemos orientados sôbre a forma de se entenderem essas palavras.

Eu tive o prazer de várias vezes ser transferido, sou um defensor estrénuo de todas as liberdades, e não quero que se coloquem os republicanos em situação de terem de se exalar ou de caminhar para a revolução. Eu desejava saber qual é a êsse respeito a atitude do Parlamento.

A mensagem é uma cousa que não está nas tradições republicanas.

A mensagem é qualquer coisa de que o Govêrno toma a responsabilidade? Qualquer cousa semelhante ao discurso da coroa? Desejava saber se será nomeada uma comissão para responder à mensagem presidencial e discutir-se na Câmara êsse documento.

E esta uma outra cousa em que não ouvi. ainda falar e que eu desejava que alguém com responsabilidades do Govêrno tivesse a amabilidade de esclarecer.

Por último e antes de terminar quero fazer ver bem à Câmara qual é a razão da minha atitude. Sou republicano, fui-o sempre, como aqui há monárquicos que sempre o foram. Entendo que é meu dever, acima de tudo, pugnar por que o regime em que vivemos tenha característicos bem republicanos e por que dentro dele caibam todos os republicanos que nós condenamos mas que, afinal de contas, foram aqueles com quem se fez a República. Vencida a cabala êsses republicanos são iguais a todos os outros.

O orador não reviu.

O. Sr. Vasconcelos e Sá (Secretário de Estado das Colónias): - Sr. Presidente: desejava saber se está esgotada a inscrição, pois, como membro do Govêrno, preferia falar em último lugar.

O Sr. Presidente: - Não há orador inscrito.

O Sr. Vasconcelos e Sá (Secretário de Estado das Colónias): - Diz que pediu a palavra como membro do Govêrno e como soldado de África.

Cumprimenta o Sr. Presidente da Câmara, alta figura de republicano ilustre, e, na sua pessoa, o Poder Legislativo. Associa-se, às saudações calorosas feitas por todos os lados da Câmara aos nossos soldados que se batem em África e na França pela Pátria. Quere significar que as nossas campanhas em África são talvez mais mortíferas ainda do que as lutas no front. Fácil é demonstrar, pela mortalidade devida a baixas em combates e baixas pelas, terríveis doenças climatéricas, que em África se morre defendendo a Pátria, como em França, e que o serviço de honra, tam bem desempenhado pelos nossos valorosos soldados de mar e terra, é absolutamente idêntico, combatendo na França ou combatendo em África.

Agradece, como membro do Govêrno, o apoio prometido pela minoria monárquica em questões de ordem pública e internacionais, principalmente no que diga respeito ao cumprimento íntegro dos nossos deveres para com a secular aliada, e na intervenção na guerra ao lado dos aliados.

Parece-lhe, pela forma elevada como viu exprimir-se o ilustre leader da minoria monárquica, que os trabalhos da Câmara não decorrem com a elevação que o momento histórico impõe. Agradece, pois, ao ilustre leader da minoria, um soldado valoroso das campanhas de África, companheiro de Mousinho de Albuquerque, a forma como promete conduzir os trabalhos em face da situação. Muito embora exista uma barreira intransponível entre os ideais políticos da maioria e da minoria monárquica, que não da católica, não pode deixar de reconhecer que, adversários intransigentes, serão todos concordes em levantar bem alto o nome de Portugal, podem e devem discutir no Parlamento com elevação e consideração mútua.

Viu referências leves feitas à mensagem do Sr. Presidente da República, principalmente pelo leader da minoria católica, e assim S. Exa. lhe chamou minoria católica.

Não vai defender a mensagem que S. Exa. o Sr. Presidente da República trouxe à Câmara, mas não pode deixar