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10 Diário da Câmara dos Deputados

nesta hora ser os continuadores da sua obra, da sua grande obra. (Apoiados).

Juremos, sim, Sr. Presidente, ser os apóstolos da justiça, da ordem e da disciplina, continuando a tradição que o Sr. Presidente da República quis respeitar, da história portuguesa, que um período de extorsões e crimes tinha interrompido. (Apoiados).

Sr. Presidente: o país saúda nele um libertador, saúda nele o homem que pôde e soube reùnir em bases sólidas, numa plataforma honrada e larga onde coubessem todas as crenças, quer políticas quer religiosas, todos os portugueses, excluindo os maus, os interesseiros e os traidores. (Apoiados).

Dentro dessa plataforma couberam todos. E, assim, via-se o espectáculo confortador de estarem ao seu lado, colaborando com S. Exa. e com toda a lialdade, homens do credos políticos os mais diversos. E, nesta hora de luto, as preces dos católicos acompanham até o altar do Deus a obra de tam grande português, onde não cabe o ódio dos sectários. Honremos a sua memória!

O seu sangue derramado exige que nesta hora só nos lembremos de que somos todos portugueses. Perante o seu cadáver abatam-se todas as bandeiras; em volta do seu corpo inerte cerremos fileiras que o inimigo jamais possa romper.

Digamos, num brado unísono, aqui, nesta hora decisiva dum povo, que estamos prontos para todos os sacrifícios.

Façamos a afirmação da nossa consciência nacional para mostrar o nosso direito, mais ainda, para evidenciar que o bom e generoso povo português não se confunde com essa minoria execrável que se serve da bomba e da bala como instrumento da sua acção.

Sr. Presidente: pôsto que a hora seja de piedade, permita-me que eu diga toda a minha indignação de cristão e de português contra essa seita maldita, cuja miserável propaganda, para honra de todos nós, é necessário que acabe. (Muitos apoiados).

Essa propaganda não hesitou, para inutilizar os esforços desta nossa pátria, escrever mais uma página negra na história da tradição, em derramar o sangue do mais alto representante do país. Nesta hora, em que é pôsto à Europa o nosso problema, não hesitaram em sacrificar os interesses vitais do pais. E, Sr. Presidente, se os indivíduos que mataram suo considerados réus, não menos o devem ser aqueles que nas alfurjas preparam semelhantes vilezas. (Muitos apoiados).

Eu aqui os acuso! (Apoiados).

Mataram êsse homem que conquistou, sacrificando-se a si pela Pátria, um lugar luminoso na história de Portugal.

Sr. Presidente: justiça, pois, poço, em meu nónio e no do país, para todos: mandantes e mandatários. Que todos êles recebam a justa punição!

Ah! Sr. Presidente! Tremenda é a nossa história dos últimos anos, desde o regicídio, que mio foi punido. Desde êsse trágico acontecimento não tivemos uma hora de paz. Volvidos anos, é precisamente quando Sidónio Pais, como o Rei martirizado, mais precisava servir o sou país o torná-lo mais brilhante e glorioso, que cai assassinado como Chefe do Estado!

O quadro é simbólico. Faltava ao Presidente morto alguma cousa. Faltava a cruz e sôbre o seu cadáver mãos piedosas de um amigo justamente colocaram um crucifixo.

Agora a cruz e a espada, que sempre unidas andaram em toda a história, se juntaram sobro o cadáver de Sidónio Pais.

Honremos a memória do grande português e saibamos demonstrar que o futuro do país está nas nossas mãos.

Neste momento, com os olhos fitos na Pátria, não pensemos senão nela. (Apoiados).

E quero repetir aquilo que ao grande morto teríamos o prazer do ouvir, se o pudéssemos ouvir. A minha confiança é inabalável no ressurgimento nacional que se iniciou. E visto que êle lhe deu tudo heroicamente, até o sacrifício honremos a sua memória e lancemos para a consciência do país e do mundo a certeza de que nunca ninguêm procure servir com mais amor e dedicação a sua Pátria.

Vozes: - Muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Costa Lobo: - Depois das lúcidas palavras aqui pronunciadas, depois da maneira tam nobre e alevantada como V. Exa. se referiu ao Sr. Presidente da República,