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12 Diário da Câmara dos Deputados

mento em resoluções que era desde já necessário pôr em prática para a realização do grande ideal português, o lembro-me de que terminou com estas palavras: "Se o destino isso permitir".

Isto foi há poucos dias.

Não desejo ocupar mais tempo à Câmara e, renovando as minhas homenagens à memória do Sr. Dr. Sidónio Pais, eu vou terminar, glosando palavras aqui já proferidas: Estamos certos de que o Govêrno honrará a memória de Sidónio Pais naquele seu programa de tranquilidade, de justiça, de grandeza pátria que foram, através de tudo, a sua plataforma para todos os bons portugueses.

Creio que o Govêrno actual ou qualquer outro que lhe suceder não esquecerá honrar a lembrança do Sr. Dr. Sidónio Pais, sem o que é necessário empregar a palavra dura se tornará cúmplice dos, seus inimigos e assassinos.

E preciso que alguém fale claro, nestes assuntos: Torna-se necessário que se vá mais longe do que castigar os executores dêsse crime, há mester ver quem são os seus cúmplices e sugestionadores; que acabe a coacção dos bandidos inaugurando o império dos bons portugueses, que são os homens de bem.

Creio que, se isso só não tiver, a memória de Sidónio Pais será divorciada da sua nobre personalidade, toda cheia do seu grande amor à terra portuguesa, a essa terra a que em dentro em pouco recolher, rodeado dos prantos da grei, a que nos orgulhamos de pertencer. Pátria, cuja grandeza foi o seu permanente e puro ideal.

Está à testada governação do país um marinheiro ilustre cuja folha de serviços é por demais conhecida.

Sr. Presidente do Ministério: a S. Exa. me dirijo, como tendo na suas mãos o destino da nossa Pátria. Permita-me V. Exa. que lho fale na linguagem franca e rude, que é a do seu nobre mester: E preciso ir sem mais demora à baldeação do convés! (Muitos apoiados).

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Joaquim Crisóstomo: - Associo-me comovidamente ao voto de sentimento proposto por V. Exa. em virtude da morte do ilustre e venerando Presidente da República Sr. Dr. Sidónio Pais.

Êsse tristíssimo e sensacional acontecimento enlutou a família portuguesa, causando a mais intensa e dolorosa impressão em todo o país.

Nenhum português digno de usar semelhante nome deixa neste momento trágico, aflitivo, e consternador de prestar homenagem ao vasto talento, ao profundo saber, à elevada correcção e à inexcedível honestidade do falecido.

O Sr. Presidente da República possuía

O dom do atrair, de fascinar e de encantar, tornando-se querido e adorado de todos os que dele se aproximavam e que com êle conviviam e colaboravam.

Tal era a sua grande e infinita bondade, o os extraordinários primores do seu espírito de eleição.

Consagrava toda a sua actividade e energia a uma missão nobre, educativa, patriótica e civilizadora.

A sua formal e única aspiração era ver satisfeito, alegre e feliz o povo português; fortificada e engrandecida a nacionalidade que lhe serviu de berço e de pátria.

Na realização dêsse sublime ideal, sacrificou mais de uma vez, a sua tranquilidade, a sua saúde e a sua vida.

Arrostava contra todos os perigos, dificuldades e obstáculos, desde que da sua acção militar, política e administrativa, pudesse resultar algum benefício para o bem estar geral do seu país.

Foi um militar valioso, um diplomata competentíssimo, um político notável, um académico distinto, um cidadão bemquisto e prestimoso.

Nossas condições, fazendo justiça às suas qualidades de carácter, e ao seu altíssimo patriotismo, a nação portuguesa sem distinção de classes, chora e deplora hoje a morte do Sr. Sidónio Pais, como uma mãe terna e estremosa, pranteia banhada em lágrimas o desaparecimento dum seu filho querido e adorado.

Sr. Presidente: associando-me a esta homenagem, à memória de tam grande figura moral, não faço mais do que cumprir um sagrado dever, pela muita estima, consideração e respeito que sempre dediquei ao Sr. Presidente da República e pelo elevado conceito, em que sempre tive o seu nome honrado e glorioso.

O Sr. Amâncio de Alpoim: - Reboam em nossos ouvidos, estremecendo nossas