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Sessão de 9 de Junho de 1922

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S. Ex.a respondeu ser impossível, pela despesa que a organização desses comboios trazia ao Estado.

Desejaria saber se não seria de grande conveniência para o Estado desviar a verba para os comboios do Sul e Sueste.

Emtiin, apresento o facto à consideração do Sr. Ministro do Comércio. - Há reclamações de 1:500 operários, e graves conflitos pode haver.

A responsabilidade não me cabe a mim.

Estes operários têm apenas três dias de trabalho por semana, e não pode deixar o Grovêrno de dar providências; é forçado a dá-las.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Guerra (Correia Barreto) : — Transmitirei ao Sr. Ministro do Comércio as considerações que o ilustre Deputado acaba de fazer, podendo informar S. Ex.a de que, tenho a certeza, o Sr. Ministro do Comércio tomará as providências necessárias, a pedido dalguns Srs. parlamentares.

Quanto a caminhos de ferro, igualmente transmitirei o que V. Ex.a pediu ao Sr. Ministro do Comércio, para S. Ex.a tomar as necessárias providências.

O Sr. João Camoesas: — Sr. Presidente: já ouvi falar em retaliações a propósito de breves palavras que proferi nesta casa do Parlamento quando do telegrama enviado a esta Câmara pela Câmara dos Deputados brasileiros.

Ò maior homem da causa monárquica, Sr. Carvalho da Silva, viu-se obrigado a fazer um discurso, e natural era que o maior homem da causa monárquica em Portugal, ao tratar da questão, dissesse claramente quais as minhas palavras que significam retaliação e implicam acusações que traduzissem ódio.

Não o fez S. Ex.a

O que é um facto, e que não pode ser '• contestada por ninguém, é que as afirmações de S. Ex.a não correspondem de forma nenhuma à verdade dos factos.

Não,aSr. Presidente, nós estamos onde sempre estivemos,- não necessitando por isso de lições de patriotismo, pois até hoje não temos feito outra cousa do que empregar os nossos maiores esforços no sentido de levantar bem alto o nome de Portugal.

Esta tem sido, Sr. Presidente, até hoje a nossa atitude, não carecendo' por isso, repito, de lições de patriotismo seja de quem for, e muito menos, Sr. Presidente, seja dito em abono da verdade, de quem nenhuma autoridade tem para as dar.

-Não, Sr. Presidente; S. Ex.as não têm autoridade nenhuma para virem para aqui pretender dar-nos lições de patriotismo, tanto mais quanto é certo que S. Ex.;ls até hoje têm demonstrado positivamente o contrário^.

Ó Sr. Carvalho da Silva esquece-se certamente do passado, isto é, esquece-se de que patriotas não são todos aqueles que se refugiaram em Espanha para conspirarem contra a Eepública, e bem assim contra a Pátria; que patriotas não são, nem podem ser de fornia nenhuma, todos aqueles que diziam «antes Afonso XIII do que Afonso Costa».

Não, Sr. Presidente, S. Ex.as não têm autoridade absolutamente 'nenhuma para virem para aqui dar lições de patriotismo, seja a quem for, e muito menos a nós republicanos.

Não, Sr.Presidente, S. Ex.as esquecem--se do passado, isto é, dos factos que já tive ocasião de narrar à Câmara e bem assim das ligações que tiveram com Sidó-nio Pais, não tendo por isso, repito, autoridade alguma para dar lições de patriotismo, seja a quem for.

S. Ex.as são e hão-de ser sempre réus da Pátria.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Agatão Lança:—Sr. Presidente: pedi a palavra para declarar à Câmara, e ao ilustre Deputado Sr. Carvalho da Silva, que costumo sempre sor muito claro, e muito preciso, nas declarações que faço, não vendo por isso motivos para os reparos feitos por S. Ex.a

O que eu não posso consentir, Sr. Presidente, é que o Sr. Carvalho da Silva, ou qualquer outro Deputado monárquico, ou mesmo todos os monárquicos juntos, venham para aqui pretender-nos dar lições de patriotismo, aproveitando-se para isso de um acto que só honra a Eepública e o bom nome da Pátria.