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Sessão de 9 de Junho de 1922

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paixão e facciosismo políticos podiam levá-los a acusar os monárquicos de traição e deslealdade nos ataques à República.

j O simples facto de dizermos que somos monárquicos implica a lógica e expressa -afirmação de que preferimos a Monarquia à República! (Apoiados da extrema direita).

Não precisamos ocultar aquilo que pen-samo.s : que julgamos a Monarquia melhor do que a República. ^Onde está a cobardia e a traição, se cada vez mais convencidos estamos de que assim é, e o declaramos desassombradamente ?

O Sr. .João Camoe.sas foi profundamente infeliz — todos têm dias de infelicidade— quando se referiu às perseguições feitas pelos monárquicos aos repu-blióanos, quer nas escolas, quer no exército.

Esqueceu-se S. Ex.a das perseguições que sofreu o Sr. Afonso Costa quando lente da Universidade de Coimbra, e muitos outros a quem a Monarquia não inquiria do seu credo político, pois os considerava servidores do Estado.

/ Tolerante é a República com os excessos de saneamentos que tem feito, para depois vir dizer a esta Câmara que as repartições do Estado estão pejadas de funcionários incompetentes !

Do que esse saneamento tem sido naqueles que têm a seu cargo a manutenção da ordem pública, nem bom é falar. Resía que se diga que tem sido levado ao ponto, de serem os próprios republicanos a confessar que têm posto em risco a ordem social. (Apoiados da extrema direita).

S. Ex.as foram, e são tam fervorosamente republicanos, que até esqueceram, nas poucas vezos que se discutiu o orçamento do Miiiisterio 'do Comércio, aquilo que "tinham dito no começo da sessão quando se tratava das saudações da Câmara Portuguesa ao Brasil e ao seu Parlamento. '

Trocam-sé apartes e estabelece-se sussurro.

Para terminar, direi mais uma vez que compreendo que as questões políticas provoquem divergências entre os membros desta Câmara, quando se trate de assuntos internos, mas não compreendo retaliações entre portugueses quando se trata

de manifestar o sentir unânime do País perante o estrangeiro.

Tenho dito.

Trocam-se apartes.

O Sr. Presidente: — A próxima sessão é no dia 12 às 14 horas com a seguinte ordem de trabalhos:

Antes -da ordem do dia:

Parecer n.° 117, que cria uma comissão liquidatária dos Transportes Marítimos do Estado.

Ordem do dia:

Parecer n.° 71-(k), que fixa as despesas do Ministério do Comércio e Comunicações para o ano de 1922-1923.

Parecer n.° 71-(m), que fixa as despesas dos serviços florestais e aqúícolas para 1922-1923.

Parecer n.° 71-(1), que fixa as despesas do Ministério das Finanças para o ano de 1922-1923.

Está encerrada a sessão.

Eram 20 horas e 5 minutos.

Documentos enviados para a Mesa durante a sessão

Propostas de lei

Do Sr. Ministro das Finanças, autorizando o Governo a proceder à revisão dos diplomas que regulam o pagamento em ouro aos empregados públicos servindo em comissão no estrangeiro ou colónias.

Aprovada a urgência.

Para a comissão dos negócios estrangeiros

Para o. «Diário do Governo*.

Dos Srs. Ministros da Agricultura e Finanças abrindo os créditos especiais necessários para legalização de contas que ainda não se encontram escrituradas de conta da crise económica.

Aprovada a urgência.

Para a comissão de finanças.

Para o «Diário do Governo».

Projectos de lei