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Sessão de 5 de Outubro de 1915 5

O Sr. Presidente:-Interrompo a sessão até, que S. Exa. o Sr. Presidente da República chegue ao Palácio do Congresso.

Às 14 horas e 40 minutos foi reaberta a sessão.

O cortejo deu entrada na Sala das Sessões.

S. Exa. o Sr. Presidente da Republica, entre o Sr. Presidente da Câmara dos Deputados, à direita, e o Sr. Presidente do Govêrno, à esquerda, subiu ao estrado da Presidência do Congresso, onde, em voz alta, proferiu o compromisso de honra, nos termos da Constituição, conservando-se de pé todos os Sr s. Congressistas e demais pessoas:

"Afirmo solenemente, pela minha honra, manter e cumprir com lealdade e fidelidade a Constituição da República, observar as leis, promover o bem geral da Nação, sustentar e defender a integridade e a independência da Pátria Portuguesa".

Em seguida S. Exa. o Sr. Presidente da República assinou o compromisso e pronunciou a seguinte alocução;

"Senhores. - Saudando dêste lugar o meu eminente predecessor, Dr. Teófilo Braga, que deu logo ao Govêrno Provisório da República o auspicioso prestígio do seu grande nome mundial, apresento ao Soberano Congresso os protestos enternecidos do meu devotadíssimo reconhecimento pela suprema investidura que se dignou outorgar-me, tanto mais honrosa quanto mais grave é o solene momento que atravessamos.

"Sem embargo das resistentes dificuldades herdadas, muitas das quais dir-se-iam já irredutíveis, íamos afirmando eficazmente a acção salvadora do novo regime, fórmula fiel do nosso progressivo disciplinamento popular, quando sobreveio a formidável guerra actual - em que terçam armas nações amigas, uma delas mesmo nossa inseparável aliada - abrindo perante nós um período mais que difícil, inquietante para a obra de restauração social que iniciámos.

"Não haverá contudo provação que possa abater-nos ou humilhar-nos, se, com firme hombridade, pusermos abnegada-* mente, como nos cumpre, o dever colectivo, que é tambêm o interesse comum, da defesa interna e externa da Nação acima de todas as nossas disputas e contenções divisórias. Comprovemos bem alto o nosso civismo, para que dêste penoso lance de ansiedade e de sacrifícios saiamos moralmente robustecidos para melhor prosseguirmos, sem o mínimo desdouro, a realização, tam contraminada pela reaccionária decadência monárquica, do destino inconfundível que a história traçou ao povo heróico, que, colocado na vanguarda da Europa, teve o arrojo imortal de ir, â sua frente, implantar pelo mundo inteiro a definitiva hegemonia da sua civilização.

"O acolhimento, de feliz augúrio, dispensado, dentro e fora do país, à eleição presidencial, enchendo-me a mim da mais confortadora gratidão, representa certamente o aplauso geral ao propósito de pacificação política que se viu nela, e, portanto, uma espectativa confiante na inquebrantável solidariedade dos nossos corações patriotas. E essa confiança é um verdadeiro mandato imperativo.

"Orgulhosos de o merecermos, com o pensamento em todos os nossos concidadãos de aquém e de alêm-mar, sobretudo naqueles que mais necessitam do carinho e amparo governativo - o povo, a mulher e a criança - conclamemos, com fé ardente, inextinguível, o verbo sagrado que resume esperançosamente os mais nobres anelos da alma nacional:

- "Viva a República Portuguesa!"

Êste viva foi correspondido, e muitas vezes repetido, com outras aclamações, pelos Srs. Congressistas e pelas galerias.

O Sr. Presidente: - Está encerrada a sessão.

Eram 15 horas e 10 minutos.

Os chefes da Redacção do Congresso:

Barbosa Colen - Alberto Pimentel.