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16 Diário das Sessões do Senado

isrealitas pobres, são as sociedades que querem explorar por conta própria em alta escala não só a criação de gados, mas a agricultura.

É justo e razoável que as sociedades que assim se constituírem, lhes sejam concedidos terrenos.

Mas há mais, e é esta parte a mais importante, para a qual peço a atenção de V. Exas., porque diz:

Leu.

Quere dizer, que êles querem que lhes seja dada uma concessão larga, larguissima; não direi com a intenção de irem construir uma pátria independente, mas para viverem numa independência relativa, debaixo da acção fiscalizadora portuguesa, mas governando-se por leis suas.

Ora neste ponto é que eu discordo e vou dizer a razão porque:

Eu acho conveniente chamar os indivíduos de todas as nações, e quanto mais melhor para a colonização da nossa África, mas por forma a dar-se a sua fusão com os portugueses, para que não aconteça o mesmo que se deu em 1881 com o elemento bóer depois da guerra do Transvaal.

Esta colónia de boers, tendo chegado ao planalto de Mossâmedes, quando era governador Sebastião Nunes da Mata, receberam terrenos e naturalizaram se portugueses; pois apesar disso, nunca se quiseram sujeitar às leis portuguesas e viveram sempre em separado dos portugueses. Ora é isto que eu desejo que não se dê agora com a colónia israelita.

Como V. Exa. sabe, a raça semita é refratária ao cruzamento com outros povos, isto apesar de todas as perseguições que em todos os tempos lhe tem sido feitas, ou talvez por isso mesmo.

Êles tem sofrido toda a casta de perseguições que a Europa lhes tem movido, sobretudo por parte dos católicos, quando a verdade é que os judeus são mais próximos parentes dos cristãos, que outros povos, sobretudo sob o ponto de vista religioso; mas apesar de todas essas perseguições que lhes tem sido feitas êles conservam-se ainda hoje numa pureza de sentimentos que á digna de respeito que outra cousa não é esta tendência que êles tem de se isolarem e não se imiscuírem com os inimigos não assimilando os seus vícios.

E para êles virem até nós e preciso que lhes abramos os braços como amigos, para o que devemos empregar todos os meios e proporcionar lhes todas as facilidades que êles careçam.

Em geral o israelita não é agricultor, é negociante; tem agarrado aos ossos o espírito de negócio, mas é preciso que nos convençamos que o israelita que vai para aqueles pontos, não deve ir, para negociar, vai para agricultar e é neste sentido que esta lei deve ser feita e encarada.

Eu sei que êles vão ser um temível elemento de concorrência para o português que está estabelecido naqueles sítios, exercendo o comércio com e gentio que lhes traz borracha ou marfim; mas isto tem de acontecer; é um mal que não podemos evitar, porque as cousas são o que são e não aquilo que nós desejamos que sejam. O judeu não é agricultor, na verdadeira acepção da palavra e a prova é que em 6 milhões de israelitas que existem ca Rússia, só 6 ou 8:000 é que são agricultores; mas tem de modificar as suas aptidões, porque a colonisação israelita, como outra qualquer, no planalto deve ser essencial e principalmente agrícola.

O Sr. Arantes Pedroso: - V. Exa. sabe bem a razão por que na Rússia só uma pequena parte dêsses indivíduos são agricultores, é porque a Rússia não lhes dá facilidades para êles poderem ter terrenos para agricultar, de maneira que a questão agrária, lá não tem valor algum.

O Orador: - Desde que a Rússia não permite que o judeu se dedique à agricultura é claro que êle não é Agricultor, só lhe deixando dois caminhos a seguir: ou o exercício da indústria ou o do comércio; falta-lhe pois o treino agrícola.

Seja por isso ou por outra razão a verdade é esta, não está no temperamento do judeu ser agricultor e compreende-se porque. Por uma questão de hereditariedade. O israelita tem sido sempre um vagabundo, um judeu errante, como vulgarmente se diz.

Êle demora-se pouco tempo num lugar qualquer, porque não lhe dão mesmo tempo para isso.

Em qualquer ponto que se fixe é logo perseguido, de forma que não tem tido ocasião para se dedicar à agricultura,

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