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Diário das Sessões do Senado

ração a dor de enviar para os horrores da guerra e arrojar para a morte portugueses, nossos irmãos; mas a honra, a Maldade, o futuro nacional e o destino trágico querem que na vida das nações haja momentos em que é necessário que jorre o sangue para que as aspirações nacionais floresçam os grandes interêsses sejam solidamente cimentados.

Sei que é esmagador o sacrifício em sangue e dinheiro que pesa sôbre a geração actual; confio, porêm, em que o Govêrno, com os olhos postos na honra nacional, se ampare a um patriotismo inteligente e fervoroso, para que o sacrifício de hoje se transmude em glória e prosperidade de amanhã.

Voto a proposta e creio que ela obterá o voto do Senado.

Votada a proposta, pode dizer-se desde já desfraldada a gloriosa bandeira nacional ao lado da heróica bandeira da Inglaterra.

E assim, parafraseando, se dirá àqueles que, por motivos, respeitáveis de sentimentos ou de convicções, são contrários à nossa intervenção na guerra da Europa, as nobres, belas e luminosas palavras de Prévost-Perodal:

«A bandeira é uma razão suficientemente persuasiva; ela clama que a Pátria deve ser seguida, ainda mesmo quando se engana; porque ela perece ou perde honra e consideração quando os seus filhos a abandonam ou desfalecem; e a sua queda ou desonra é um mal infinitamente maior que o seu êrro ou engano».

O Sr. Goulart de Medeiros: — Sr. Presidente: pedi a palavra porque, afastado dos partidos, desejo fazer algumas considerações para justificação do meu voto.

O momento é solene e temos todos grandes responsabilidades.

É, portanto, meu dever não ficar calado.

Quando eu, na sessão de 7 de Agosto, votei a proposta apresentada pelo Govêrno, compreendi logo nitidamente a responsabilidade que me acarretava essa votação.

Esta proposta não é senão a consequência da proposta votada em 7 de Agosto.

Tendo eu, portanto, ligado a minha responsabilidade a essa proposta, votada em Agosto, claro está que neste momento não posso deixar de prestar a minha inteira
adesão à proposta que acaba de ser apresentada pelo Sr. Presidente do Ministério.

Tenho, porêm, de acrescentar o seguinte:

Eu estou convencido de que o Govêrno, depois da sessão de 7 de Agosto, empregou, todos os meios para que Portugal desempenhe e papel que lhe compete, digna e gloriosamente, tendo em atenção os seus recursos e os seus deveres para com a nação aliada.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. João José de Freitas: — Sr. Presidente: dou o meu voto à proposta do Govêrno.

Nesta conjuntura grave da vida nacional, em que estão em jôgo os nossos domínios coloniais e os próprios interêsses da nossa nacionalidade, eu desejaria que o Parlamento do meu país pudesse conhecer as negociações diplomáticas que, desde o começo da guerra europeia, foram entaboladas pelo Govêrno Português com os Govêrnos de Inglaterra, da França e da Alemanha, e em virtude das quais o Govêrno entendeu dever neste momento apresentar o pedido de autorização para que Portugal intervenha na luta armada que se está travando.

É possível, Sr. Presidente, que melindres internacionais não permitam que o Govêrno desde já possa dar conhecimento ao Parlamento do nosso país da maneira como essas negociações foram conduzidas, até o ponto de vir apresentar-nos o pedido da nossa participação na guerra, mas eu desejo, desde que desapareçam êsses melindres, que o Govêrno se apresse a dar conhecimento dessas negociações.

V. Exa. sabe, Sr. Presidente, que o Govêrno da Inglaterra acaba de fazer uma enorme distribuição da correspondência que trocou com os Govêrnos das nações hoje envolvidas na guerra, e com essa publicação fez ver quais as razões que o levaram a declarar guerra à Alemanha e à Áustria.

Depois dessa publicação a opinião inglesa ficou completamente elucidada e informada de que a Gran-Bretanha tomava parte na guerra em defesa do principio das pequenas nacionalidades e em defesa dos tratados que foram violados pelo Govêrno Alemão.

O Govêrno Inglês, nessa publicação,