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Sessão de 16 de Dezembro de 1918 3

Segunda leitura

Tiveram segunda leitura os projectos de lei da autoria dos Srs. João José da Silva, Machado Santos, José Epifânio Carvalho de Almeida e João Lopes Carneiro de Moura.

Para as comissões de finanças e guerra.

Para as comissões de legislação civil e criminal.

Para a comissão de agricultura.

Para as comissões de agricultura, fomento e finanças.

Nota de interpelação

Desejo interpelar o Sr. Secretário de Estado do Comércio sôbre a reforma de ensino industrial e comercial, publicada no Diário do Govêrno de 5 do corrente.

Sala das Sessões do Senado da República, em 13 de Dezembro de. 1918. — Oliveira Santos.

Para a Secretaria.

O Sr. Presidente: — Meus senhores: por motivo do atentado de que foi vítima o Sr. Presidente da República e enlutou a Pátria Portuguesa, é esta sessão dedicada à sua memória, como preito ao exemplo da vida do Sr. Dr. Sidónio Pais, que exercera uma benéfica influência nos destinos nacionais. (Muitos apoiados).

Proponho, por isso, que o Senado interrompa a sessão em sinal de sentimento (Apoiados) depois dos oradores inscritos terem usado da palavra.

O Sr. Castro Lopes: — Sr. Presidente: precisamente há oito dias eu, nesta casa, com o meu espírito preocupado, mas a minha alma cheia de alegria, pedi a palavra para, em nome da maioria desta casa, demonstrar a satisfação extraordinária que sentia por se ter malogrado o atentado contra o Chefe do Estado, Sr. Dr. Sidónio Pais. E mal diria eu, Sr. Presidente e meus senhores, que passados oito dias tivesse de vir aqui de luto, com a alma enegrecida de funda tristeza, prestar homenagem com palavras repassadas de saudade pelo falecimento do Chefe de Estado, da figura extraordinariamente grandiosa do Sr. Dr. Sidónio Pais. Como isto é cruel!

Sr. Presidente: eu serei muito breve. Eu queria ter a palavra brilhante daqueles oradores de raça que eu dali, daquelas galerias, ouvi falar nesta casa, para com brilho corresponder a esta homenagem. Não a tenho, infelizmente; mas tenho uma alma grande para corresponder com sinceridade das minhas palavras a esta justa homenagem.

Sr. Presidente: desde as 23 horas e 55 minutos de sábado até agora temos passado as horas mais amargas de há uns bons tempos a esta parte, porque o Sr. Dr. Sidónio Pais era a figura mais grandiosa que a Pátria,perdeu. E, Sr. Presidente, se alguém alguma vez foi injusto para com êle, terá hoje de reconhecer que essa enorme figura de português, que tanto mereceu da sua Pátria e tantas glórias lhe deu, era um grande patriota e comovidamente ajoelhará sôbre o seu túmulo aqueles que lhe foram injustos, que ajoelhem perante o seu túmulo, pedindo-lhe perdão; e os outros, como eu, que só desejam o bem da sua Pátria, que ajoelhem tambêm, beijando-lhe a mão, implorando a salvação da nacionalidade, à qual êle tanto queria.

Terminando, declaro a V. Exa., em nome da maioria desta Câmara, que me associo à proposta de V. Exa., Sr. Presidente, para que a sessão se encerre, por espaço de meia hora.

O orador não reviu.

O Sr. Carneiro de Moura: — Há um ano os funcionários do Estado resolveram ir a Belém cumprimentar S. Exa. o Sr. Sidónio Pais. Os meus amigos pediram-me que dissesse, em nome de todos, quais os sentimentos que ali nos levavam. Eu acedi ao convite.

Conhecia o Sr. Dr. Sidónio Pais desde a nossa mocidade; conheci-o como estudante brilhante e como caracter de nobre e firme vontade, como homem de pinas intenções e de tenacidade rara e preclara inteligência. Não poude então negar-me a dizer diante de S. Exa. que iamos ali prestar-lhe a homenagem da nossa consideração. Era um incentivo à sua presuposta bem intencionada acção.

Eu não sou propenso a manifestações que não se coadunem com a minha maneira de sentir não costumo lisonjear ninguêm, e muito menos políticos, e por isso falei com prazer, naquela recepção do malogrado Presidente aos funcionários.