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que toda a sua acção de Chefe do Governo, foi sempre unia acção decidida, cheia de dedicação, cheia de boa vontíide do acertar, com a mesma simplicidade, cora a mesma bonhomia, com a mesma preocupação de, quási por assim dizer, bem cumprir o seu dever.

António Maria Baptista foi um cidadão modelar, cuja simplicidade de vida, cuja coerência de hábitos, somos obrigados a respeitar e temos até o dever de apresentar como modelo.

Associo-me, portanto, em nome dos Senadores liberais, à proposta feita par V. Ex.a, Sr. Presidente, e ao aditamento proposto pelo Sr. Melo Barreto e curvo-me reverente poranie a memória do morto querido de nós todos e, pessoalmente, do amigo desaparecido.

O Sr. Bernardino Machado: — Sr Presidente: eu venho trazer também aqui a expressão do meu sentimento, protr.nrla-mente dolorido, pela morte do Sr. Presidente do Ministério e nosso colega, o coronel António Maria Baptista.

Eu não posso esquecer, quando exprimo a minha dor, antes do mais nadei, que António Maria Baptista foi uni dos mais valiosos cooperadores que eu tive qiuindo me coube a honra de presidir nos destinos da nação. Ele foi dos mais esforçados combatentes pela Democracia, dentro e fora do país.

Aqui centro, quem sabe! mas é bem possível que não tivéssemos sofrido o hor-•ror do todo esse ano sinistro, se o coronel António Maria Baptista estivesse aqui ao nosso lado, sustentando ti causa da liberdade, que elo, com tanta audácia, vinha de sustentar lá fora na Flanclres.

Outros valorosos companheiros acui tivemos, mas, infelizmente, vieram já tarde, para conter esse movimento que a consciência pública tem reprovado e há-de reprovar, como um dos maiores crimes da História portuguesa.

Eu penso no coronel Baptista, Icnge de nós, penso ein Pereira de K;a, morto pouco tempo antes, o veja V. Ex.A Sr. Presidente e o Senado como, infelizmente, para honrarmos o nosso nome. todos os sacrifícios fizemos, até os sacrifícios dos nossos honeus ao ponto de ficarmos desacautelados da nossa defesa, porque em-quanto estávamos, valorosamente, lá fora

Diário das Sessões do Senado

combatendo pelo Direito, estávamos sendo atraiçoados cá dentro.

Não posso esquecer-me que António Míiria Baptista foi orn dns meus companheiros aqui, ao lado das intitulções, e não posso esquecer-me do que ele foi um campeão dos mais ilustres da intervenção na guerra. Por isso, o seu nome tem de ficar esculpido na gratidão nacional.

Nós não podemos esquecer este ilustre cidadão que também combateu pela Kepú-blica e que acabou de demonstrar, no poder, que não combateu nunca, por nenhuma facção, que não combateu, sobretudo, por si, para se levantar no poder. Pode dizer--se que, nesse lugar, se inspirou sempre no sentimento íntimo de confraternização que doirina todas as nossas discussões, nesta casa, e que é o nosso ânimo. (Apoiadas). Foi isso que o povo sentiu, o o desfile de m luares de cidadãos perante a urna funerária de António Maria Baptista, demonstra quanto, neste país, se governa pela força moral, pela vontade e pela simplicidade.

Não havia ninguém que estivesse no poder, tam simplesmente, tam modestamente, como António Maria Baptista. Isso é uma grande força dentro de uma Democracia.

O nosso mal muitas vezes Sr. Presidente, tem sido precisaraente o afastamento dos homens públicos para com a naeão.

É preciso reconhecer-se que a República, por maior quo seja o mérito que tiverem os seus dirigentes, nunca pode ser governada por uma oligarquia; encerra forças dirigentes, com que é preciso contar.

A modéstia de António Maria Baptista, é um exemplo que fica, porque ela afirma o puro ouro de que é formada a alma republicana.

E creio, Sr. Presidente, que o seguir-se a sua política será a maior homenagem que se lho poderá prestar.

Tenho dito.