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Diário das Sessões do Senado

t5es de pesca, ele produziu tais argumentos e com tanta energia defendeu os interesses da Pátria que os espanhóis eaí-ram do Lisboa e a comissão nunca mais se retiniu.

Deu isso a entender que a razão estava do nosso lado, e os argumentos invocados por Augusto Neuparth muito contribuíram para isso.

Estes serviços, de alto valor para o nosso país, devem ser recompensados de uma maneira condigna, o nós não temos agora outro meio senão lembrar aos nossos vindouros que Eduardo Augusto Neu-parth, distinto almirante da armada portuguesa, foi um cidadão prestante e que deixou o seu nomo vinculado em muitos trabalhos da maior utilidade para o nosso país.

O Sr. Catanho de Meneses : — Em nome deste lado da Câmara associo-me ao voto de sentimento proposto pelo Sr. Ramos da Costa.

Eu não posso, na verdade, acrescentar mais nada ao elogio que em poucas palavras, concisas, mas verdadeiras, fez o Sr. Ramos da Costa. . O Sr. almirante Neuparth foi uma grande figura de marinheiro quo honrou o país com os seus serviços o com o seu exemplo.

Por consequência, este lado da Câmara associa-se, com todo o pesar,, ao voto de sentimento proposto por S. Ex.a

Já que estou no uso da palavra, e só V. Ex.a mo consente o a Câmara mo permite, eu lembrava-me de propor também pela minha parte um voto de sentimento pelo falecimento do Sr. Portugal Durão, assim como um voto do sentimento prestado ao nosso ilustre colega e companheiro nesta casa do Parlamento Sr. José Pontes, pelo golpe crudelíssi-mo que o feriu.

Apoiados.

Quanto ao" Sr.- Portugal Durão, todos nós o conhecíamos bem: republicano de antiga data, republicano de d:ira têmpera, oficial de marinha distinto, que se portou valorosamente na campanha do Baruó, sob as ordens do ilustre oficial da marinha portuguesa de então, Sr. Jo2o de Azevedo Continuo, a quem apresento os meus cumprimentos e as minhas saudações.

S. Ex.a, mais do que ninguém, pode •testemunhar a bravura, a dedicação e o denodo com que se portou o Sr. Portugal Durão nessa campanha que V. Ex.a, Sr. Senador, dirigiu ainda muito novo, creio quo era ainda primeiro tenente, mas com a bravura que.todos nós conhecemos.

Mas. Sr. Presidente, não é só por esse lado que devemos encarar a entidade do Sr. Portugal Durão. S. Ex.a foi um dfis-tes portugueses a respeito do qual bom se pode usar desta frase: «Era daqueles de antes quebrar que torcer».

Tive a honra de colaborar a seu lado no Ministério do 1922 e vi bem a largueza de vistas, a dedicação que mostrava quando se empenhava em assuntos que prendiam tanto os interesses do país e do regime.

A elo devemos, porque a ôle deu origem a lei n.° 1:368, o sistema tributário, quo podo ter muitos defeitos, mas que contem pensamentos fundamentais quo honrariam qualquer financeiro.

O Sr. Portugal Durão conservou até a sua última hora esta dedicação extraordinária pelo seu país. Quando o loram convidar — isto é um acto íntimo da sua vida— para ser Deputado por Lisboa, ele, enfermo, crucificado pela moléstia que não lhe queria perdoar, com as lágrimas a correr-rem-lhe pela face, disse: «jQue pena tenho de não poder aceitar esse honroso posto adentro do Partido Republicano Português!».

S. Ex.a conhecia bem a extrema gravidade do momento e sentia a necessidade de todos os portugueses se unirem e de se darem as mãos os verdadeiros republicanos para correr com o inimigo e ao mesmo tempo pugnar pelos altos interesses do país.

Sr. Presidente : por tudo isso, propondo quo na acta se lavre um voto de sentimento pelo falecimento de tam ilustre oficial e republicano, creio que não faço ' mais do que interpretar a vontade deste lado da Câmara e praticar um acto de gratidão para com aquele que foi nosso companheiro dedicado, leal e sincero.