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Sessão de 15 de JDezembro de 1925

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imposto ad valorem^ imposto sobre o qual essas câmaras têm feito alguns empréstimos e que a ser abolido pode produzir uin glande, desastre nas câmaras municipais.

Julgo inconstitucional esse decreto, e quando aqui comparecer o Sr. Ministro das Finanças tratarei desse assunto. • Eepito: desde já protesto contra esse decreto, que. a meu ver, não pode sobrepor-se a uma lei votada p elo Parlamento.

O Sr. Presidente: — Transmitirei ao Sr. Ministro das Finanças as considerações de V. Ex.a

O Sr. Júlio Ribeiro: — Sr. Presidente: sendo esta a primeira sessão do Senado depois que o Sr. Dr. Bernardiao Machado, brilhante ornamento desta casa do Parlamento, ascendeu à mais alta magistratura da República, quero satisfazendo o ditame da minha consciência — e tenho nisso um euorme júbilo — saudar deste lugar o nosso ilustre e eminente colega, e pedir a esta assemblea, a mais alta assemblea nacional, que me acompanhe também neste preito, que prestigia o dignifica.

Praticamos assim um acto merecido e de justiça.

E que o Sr. Dr. Bernardino Machado, encarado pelas várias facetas da sua alta mentalidade, seria uma figura distinta em qualqoier .parte do mundo. A sua figura invulgar impõe-se a todos, que o consideram como professor insigne, quer como diplomata, internacionalista, escritor, estadista, parlamentar e Chefe de Estado. S. Ex.a ó sempre uma figura invulgar de grande relevo e realce. - .

Como catedrático mereceu tam extraordinário elogio a Kamalho Ortigão e Eça de Queiroz, que no período em que eram irreverentes para toda a gente, tam alto ergueram a sua figura, que escreveram que ele vinha adiantado meio século em sciências sociais e pedagógicas.

Como Ministro das Obras Públicas ele vincou a sua individualidade em medidas de fomento o de grande importância moral G social, entro as quais a de regulamentação do trabalho nas fábricas de mulheres o crianças.

Como estadista e diplomata basta este facto para indicar o valor intelectual e

moral do S. Ex.a Quando do governo ProvisóriOj uma grande nação recusava-se a dar o seu agrément a um dos nossos diplomatas. O Conselho de Ministros procurava resolver o assunto, que reputava grave, sem deixar ínal colocado esse diplomata, sem ofender a mesma nação.

O Sr. Dr. Bernardioo Machado,"que tinha tomado interesse pelo caso, comunicou que todas as dificuldades estavam sanadas e que esse diplomata seguia para o seu destino.

Como republicano e como patriota ó tam grande a sua crença, tam intensa a sua fé, é tam ardente o seu idealismo, que tom a certeza absoluta nos destinos desta Pátria, crendo que em breve a há-de ver engrandecida pela República. Aos 74 anos, quando todos nós julgávamos que para ele a política era apenas uma recordação ou uma. saudade, vemo-lo subir ao primeiro lugar na magistratura da nação disposto a todos os trabalhos e sacrifícios para engrandecimento deste país.

Por isso, Sr. Presidente, eu proponho que V. Ex.a nomeie uma comissão que vá a Belém ^saudar o Sr. Presidente da República orn nome.do Senado, afirmando-lhe assim, o nosso' respeito, a nossa estima e a nossa admiração.

Apoiados.

E aprovada a proposta.

O Sr. Presidente: — Eu informarei a Câmara do dia e hora ern que o Sr. Pre-sidento da Repúbl-ica poderá receber a comissão, e peço a V. Ex.as o favor de me indicarem quais as pessoas que devem, fazer parte da mesma.

O Sr. Júlio Ribeiro:—Entendo que V. Ex.a pode escolher os Senadores qtio devem constituir a comissão.

?

O Sr. Presidente: — Vou consultar os Srs. Senadores e depois comunicarei à Câmara os que devem constituir a comissão referida.