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Diário dai Sessões do Senado*

dente desta natureza. Assim, recordo-me que há uns quatro anos passou também por lá um terrível furacão, um vendaval tremendo, o que fez com que muitos pescadores pobrezinhos ficassem absolutamente na miséria, perecendo muitos deles.

Há pouco mais do um ano, também naquele distrito, no Furadouro, um grande incêndio destruiu imensas casas, o que deu lugar a que o Sr. Ferraz Chaves, que ô um grande bairrista, um defensor dos interesses da sua região e sobretudo da de Ovar, conseguisse arranjar uma verba especial destinada a reconstruções, e devido ao Sr. Ministro das Finanças, Vitorino Guimarães, acudir à chamada fazendo incluir numa proposta a verba suficiente para acudir a essa catástrofe. No Orçamento foi incluída uma verba de 120 contos para tal fim.

Não sei. nem o Sr. Ferraz Chaves sabe qual será a verba precisa para acudir a esta catástrofe, mas o que todos sabemos através das notícias'dos jornais é que 200 casas, pouco mais ou menos, foram destruídas e ficaram muitas famílias sem abrigo.

Sem dúvida nenhuma que a caridade particular e a assistência hão-de intervir, e. já subscrições se têm aberto, mas ao Estado compete intervir contribuindo coin um óbolo das suas receitas.

Dou o meu voto à sua moção e concordo com o projecto do lei apresentado pelo Sr. Elísio de Castro, porque não determina qualquer verba, deixando, é claro, aos Poderes Públicos, e sobretudo ao Executivo pelo Ministro das Finanças, o informar-se e saber qual seja essa verba;, e faço votos para que ela dê tam bens resultados como deu o votado para o Furadouro.

Aproveito a ocasião para testemunhar a minha concordância no que diz respeito ao projecto do Sr. Ferraz Chaves para a expropriação por utilidade pública de um terreno insignificante, quo um proprietário zeloso, defensor dos seus interesses, mas esquecendo o que deve aos desamparados, entende dever negociar a troco de peso de ouro.

Dou o meu voto e q meu inteiro aplauso ao projecto do Sr. Ferraz Chaves, porque é necessário acabar uma obra de interesse público e ela está dependente da intransigência de mm homem.

O Sr. Cunha Barbosa: — Sr. Presidente : também eu me associo ao voto de sentimento 'proposto pelo Sr. Ferraz Chaves--pela calamidade que atingiu Espinho, terra a qce a natureza deu muitos encantos,, mas que a miude sacrifica impiedosamente-

Apesar disso Espinho teima em viver, progredindo sempre, não só no seu aspecto urbano, mas sobretudo nç labor industrial, tendo jus a uma especial protecção-do Estado.

Justificado está, desta forma, o voto-que dou a quo S. Ex.a negou o menor significado político.

O Sr. Presidente: — Considero apro- . vada por unanimidade a moção do Siv Pedro Ferraz Chaves.

O »Sr. Rego Chagas: — Sr. Presidentes requeiro a V. Ex.a que consulte o Senado se permite quo seja interrompida a sessão para se instalar a 3.a Secção e estudar a proposta de duodécimos.

Aprovado., sem prejuízo dos oradore» inscritos.

O Sr. Vicente Ramos: — Sr. Presidente: sendo esta a primeira vez que uso da palavra cesta sessão legislativa, cumpre--me apresentar a V. Ex.a, e na pessoa de V. Ex.a a todo o Senado, as minhas, respeitosas homenagens.

Sr. Presidente: ó também para tratar de uma calamidade que :pedi a palavra neste momento. '

Não está presente o Governo a quem desejava pedir providencias, mas peço a. V. Ex.a o favor de lhe transmitir as poucas palavras que vou pronunciar.

Sr. Presidente: no dia 4 de Dezembro corrente caiu sobre a Ilha Terceira um ciclone como nenhum outro por essas paragens passou —um ciclone com a velocidade, por vezes, de 180 quilómetros à. hora.

Os prejuízos por toda a ilha são enormes.