O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Diário das Sessões do Senaâ&

O Sr. Querubim Guimarães : — Sr. Presidente: pedi a palavra para dizer nesta sessão pública o mesmo que acabei de declarar na secção.

Dou o meu voto a esta proposta de lei, e a Câmara que ouviu ontem as minhas palavras a respeito do assunto de que se trata, sabo muito bem que eu não podia recusar o ineu voto a esse diploma. Unicamente desejo e faço votos para que na aplicação do crédito haja o máximo cuidado o rigcr, para que, a exemplo do quo se fez em Ovar com a reconstrução das casas do Furadouro, esse dinheiro seja distribuído equitativamente, de modo a não haver desperdícios.

Estou convencido do que, da parte do Sr. Ministro das Finanças e por intermédio dos organismos especiais, haverá aquele cuidado quo eu desejo e que eu reclamo, sem prejuízo dos • sinistrados, ao lado dos quais eu estou, como estão todos os que têm coração.

Não sei a quanto poderá subir o quantitativo da despesa a fazer com a restauração do bairro piscatório do Espinho, mas creio que, dentro da fórmula encontrada pelos Srs. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças, estarão os meios mais que suficientes para acudir à situação daqueles desgraçados.

.Pelo desejo que tenho de que este meu voto fique consignado nos anais do. Senado, no sentido de quo esse dinheiro seja distribuído com consciência e equitativamente, é quo eu pedi a palavra.

O orador não reviu.

O Sr. Álvares Cabral: — Sr. Presidente: pedi a palavra porque uma parte da verba consignada nesta proposta de lei é destinada ao cataclismo que no dia 18 de manhã se produziu na ilha de S. Miguel, que faz parte do distrito de Ponta Delgada, que eu tenho a honra de representar nesta casa do Parlamento.

Segundo um telegrama enviado pelo Sr. governador do distrito, eu sei que várias estradas foram .destruídas, várias pontes abateram o muitas casas ficaram soterradas e naufragaram alguns barcos de pesca.

Ora o distrito do Ponta Delgada tem uma Janta Geral Autónoma, que podia encarregar-se de mandar proceder ao concerto das estradas e ao levantamento

das ponte» e a todos os prejuízos de carácter geral.

Mas a uma parte, àquela que se refere^ às casas pobres, aos barcos e a todos os-prejuízos particulares, é preciso que o Governo lhe aça da.

Segundo o mesmo telegrama, parece-que talvez 500 contos sejam o suficiente^ para as primeiras necessidades. Eu espero que esses dinheiros vão ser bem administrados o já se pensa, para esse efeitoy nomear uma comissão composta do Presidente da Junta Geral, dos presidentes das várias câmaras dos concelhos do distrito e presidida pelo Sr. governador civil..

Estou certo do que' esta importância será dividida equitativamente e de qu& nós não teremos razão de nos arrependermos do termos votado esta verba.

O Sr. Ferraz Chaves: — Sr. Presidente: é muito grato ao rneu coração de português, e à minha situação de parlamentar ver que em assuntos desta natureza há uma verdadeira unanimidade de pensamentos, e uma absoluta concordância devotos.

Apoiados.

Faço minhas as palavras do meu ilus-. tre colega Sr. Querubim Guimarães e devo declarar que, quando ontem se lembrou a necessidade de o Poder Executivo-intervir para minorar a sorte daqueles-desgraçados, nunca me passou pela idea, que quem quer que fosse, do Parlamento, do Governo, da localidade, se atrevesse a dispor de um centavo por forma que não fosse absolutamente justa e merecida»

Disse aqui ontem e repito-o hoje: esse-dinheiro é destinado tam somente aos pobres, porque os outros não têm direito a,, outra cousa que não seja o nosso pesar muito sentido, qualquer quo fosse o estado das finanças nacionais, mas, sobretudo, nas circunstâncias quo elas se encontram.

Temos o direito de exigir quo se gaste a última gota do sangue a favor dos nossos irmãos, quo não podem de outra maneiro lutar pela vida, mas não nos ó lícito pedir o muito menos exigir que se gaste uni centavo sequer em proveito de quem tem ainda meios, para lutar, trabalhando.

Apoiados.