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"Sessão de 23 de Dezembro de 1925

nosso pensamento tara claramente expresso por todos, ninguém se atreverá a transgredir as nossas indicações. Mas, se, porventura, qualquer facto, que eu não espero, de menos honestidade viesse ••quebrar a linha de conduta que daqui marcamos a todos, seria eu o primeiro a vir denunciá-lo ao Parlamento, e dizer aos meus colegas que alguém havia atraiçoado -a nossa obra de benemerência e feito ne--gócio com aquilo que só deve ser o cumprimento dum dever.

Uma voz : — Muito bem.

O Orador: — Pelo que diz respeito à .povoação de Espinho, tenho a certeza de que só encontra lá muito quem administre honestamente a quantia que lho for confiada e atrevo-me até a aconselhar o Governo a que não faça administração •directa, nem pelas entidades oficiais.

Não ó porque se não confie na honestidade, pois que no funcionalismo há ainda muito de bom, simplesmente porque é tradição de que quando as cousas são feitas pelo Estado toda a gente deve •gastar a mais, e toda a gente deve furtar •ao Estado, porque não é crime.

.As entidades oficiais administram dentro de certas fórmulas, que tornam sem-jpre mais morosas as cousas.

O exemplo dado com a catástrofe do Duradouro produziu bom efeito, o assim é •de aconselhar o Governo a que faça a nomeação de comissões especialmente encarregadas da administração dôssos dinheiros.

Assim se deverá fazer para Espinho. .Além dos representantes do município, das juntas de freguesia, deve entrar a comissão de assistência quo tem feito ali uma boa obra, a Associação dos Bombei-TOS Voluntários que também sofreu bastante e o Sporting Club, que é igualmente, •uma associação que tem prestado benefícios à assistência.

Confio em que o Governo considere ^êste assunto, sob um critério superior e corresponda às intenções do Parlamento, que, nesta questão, se manifestou por uma •fornia para mim conveniente porque se manifestou unanimemente, sem distinção •.de partidos.

Tenho dito.

^Apoiados.

O orador .não reviu.

O Sr. Presidente: —Vai pôr-se à votação a proposta.

Posta à votação, é aprovada por unanimidade.

A requerimento do Sr. Vicente Ramos, é dispensada a última redacção.

O Sr. Presidente: — Interrompo a sessão até se apresentar o Governo.

Eram 16 horas e 15 minutos.

Reabre a sessão às 16 horas e 40 minutos.

Entra na sala o novo Governo.

O Sr. Presidente:—Está reaberta a sessão. Pausa.

O Sr. Presidente':—Tem a palavra o Sr. Presidente do Ministério.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva):— Quero dirigir a V. Ex.a, Sr. Presidente, as homenagens do Governo pela 'sua elevação ao alto cargo quo ocupa e como sendo uma das mais nobres figuras da República.

Muitos apoiados.

Passo a ler a declaração ministerial.

«Sr. Presidente: tendo o Sr. Presidente da República concedido a exoneração ao Gabinete da presidência do Sr. Dr. Domingos Pereira, fui incumbido polo supremo magistrado da nação, após as consultas constitucionais, de organizar o novo Ministério.