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Diário das Sessões do &enaâo

que possuíam e que representavam as suas economias.

Chamo a atenção do Sr. Ministro da Justiça para esse assunto, assim como também chamo a atenção de S. Ex.a para o respeito integral da lei.

Embora eu tenha laços de amizade de muitos anos com algumas das pessoas que estão presas em consequência da responsabilidade que têm no tremendo caso, declaro que varro do meu coração essa ami-" zade para aguardar serenamente a decisão que haja de tomar-se sobre o crime a respeito do qual o jornal O Século, o jornal de maior circulação no país, levantou uma campanha que, se não fora ela. talvez que esse grave acontecimento já tivesse sido esquecido.

Se tenho esta. opinião a respeito das pessoas que estão presas e cujos nomes não cito, também devo ter igual opinião para com o procedimento do Sr. Ministro da Justiça.

Conheço muito bem S. Ex.a Consídero-o muito; e considero-o, porque realmente o merece, mas, por essa mesma razão eu tenho o direito de lho dizer que não po-• nhã o pé direito adiante do esquerdo com um bocadinho de pressa; espere que o Sr. Dr. Alves Ferreira, venerando juiz do Supremo Tribunal de Justiça apure em definitivo as investigações que lhe estão afectas; e depois tome todas as mediria s-, acautele os verdadeiros interesses das pessoas que foram levadas—e muitas são — por aqueles maus portugueses, ou antes por portugueses desnacionalizados corno o próprio José Bandeira que apenas tevo convivência em Portugal du-ranto os anos do mocidade e depois se expatriou para a África do Sul, onde foi, conforme o jornal O Século demonstrou, um íorçado.

E, Sr. Presidente, neste momento ocorre-me proguutar qual a razão porque as pessoas que tinham a seu cargo dar ou negar a autorização para a organização e constituição do Banco Angola e Metrópole, não trataram de averiguar qual a folha'corrida das principais pessoas que se apresentavam com esse encargo. Não se ítíz uada disto. Há sanções a aplicar.

£ Quer o Sr. Ministro da Justiça trazer sanções para todos?

Plenamente de acordo. Só para determinados, não.

Alves Keis nunca podia aparecer na sociedade portuguesa como um banqueiro.

Bastaria ter conhecimento do processo que corria a seu respeito na cidade do Porto para se conhecer que não era pessoa digna nem capaz para poder requerer ao Governo a constituição e organização do Banco.

(j E responsável desse facto o ex-inspec-tor do Comércio Bancário, Sr. Luís Viegas?

Se o é apresente também no seu diploma sanção para esse funcionário do Estado. ^Quem mais é responsável por esse facto?

(iHa alguém, no Ministério das Finanças também responsável pela fundação desse Banco? Averigue-se primeiro 'e traga no diploma as sanções para esses funcionários.

Como Dão se trata de idades, nem de proficiência ou saber, mas sim do direito que tem um parlamentar de dirigir-se ao Ministro da Justiça, eu direi a S. Ex.a que aguardo, e mal de nós se tivermos de aguardar muito, a hora de conhecer toda a verdade, a verdade integral deste fatídico caso do Angola e Metrópole.

E então, será o momento, se tal for preciso, de trazer ao Parlamento medidas tais que não deixem escapar ninguém pelas malhas da justiça, e que todos os culpados respondam perante os tribunais pelo vil crime que praticaram, porque além do crime material há o crime moral, aquele crime que mais afecta o sentimento português.

Mas até lá, a espectativa, mas especta-tiva sempre vigilante, sempre alerta, para que a opinião pública, que é alguma cousa de ponderar e de respeitar, não possa suspeitar da integridade moral do ilustre magisirudo que está dirigindo as investigações nem dos seus colaboradores, que são dos melhores.

Há neste caso do Angola e Metrópole, qae deve merecer de todos nós a mesma atenção que mereceu quando O Século o pôs à consideração do país, pequenas cousas, mas que são bem expressivas. .

Vemos por exemplo em determinado jornal que se deixou de- fazer a investigação A, que se deixou de fazer a investigação B, a investigação C etc.