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Diário das Sessões do Senado

Eu sou, Sr. Presidente, estruturalmente republicano e parlamentar, quero que a vida económica e financeira do país seja resolvida à face da lei, por étapes, lentamente, mas também admito a revolução quando tenha por fim carrilar a máquina do Estado em- face da Constituição. Só assim aceito as revoluções.

Por isto mesmo desejo que o Parlamento funcione por forma a que se mantenha o seu prestígio.

Sr. Presidente: vou concluir, e peço à Câmara que me desculpe por ter tomado a palavra neste momento, não para censurar V: Ex.a, porque seria censurar-me a mim mesmo, mas para lhe pedir que evite scenas como aquelas que ontem se produziram no Congresso — e V. Ex.a pode perfeitamente evitá-las. Basta que mande imprimir os textos sobre que o Congresso se tenha de pronunciar.

E se V. Ex.a ordenar que os assuntos que rsão dados para ordem do dia do Congresso estejam impressos e distribuídos pelos parlamentares, consegue moralizar o acto mais elevado dum dos poderes do Estado, qual ó o de fazeri eis.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente:—Tem V. Ex.a razão na sua discordância com o que se passou na última sessão do Congresso. Eu sou Presidente do Congresso, eleito por unanimidade de uma das Câmaras, por isso devo merecer o, respeito de que ó fiador o meu passado.

O Sr. Silva Barreto:—V. Ex.a está acima de qualquer suspeita.

O Sr. Presidente:—Sem querer censurar a forma como se trabalha numa das Câmaras, o que é um facto é que quando se entra na Câmara dos Deputados se assiste ao espectáculo estranho de se verem gru-> pôs no meio da sala a conversar.

Ontem, por mais de uma voz chamei a atenção do Congresso para os assuntos que se discutiam.

Poderia ter havido Congressistas que não tenham tido consciência do que se estava tratando, mas o que á inegável é que se fez prova e contraprova, e esta deu exactamente o mesmo resultado que aquela.

Foi, pelo menos, esta a impressão com que eu fiquei.

O Sr. Silva Barreto:—Poço licença para dizer a V. Ex.a que várias vezes observei que Congressistas que tomavam uma atitude na prova a denegavam na contraprova.

O Sr. Presidente: — Talvez um ou outro assim fizesse, o que não destrói a minha afirmação genérica.

S. Ex.a não reviu.

O Sr. Afonso de Lemos: — Ouvi com a máxima atenção as considerações produzidas pelo Sr. Silva Barroto.

Não quero do inodo nenhum censurar V. Ex.a ou outrem, como não pretendo censurar a Câmara dos Deputados, pois devemos atender às péssimas condições acústicas da outra sala.

E, porém, ocasião de se prover de remédio semelhante mal.

O Sr. Silva Barreto não chegou a formular qualquer proposta e por isso eu o faço para que, daqui para o futuro, V. Ex,a mande com antecedência distribuir impressos os assuntos que se vão tratar na próxima sessão do Congresso, habilitando-nos a mais conscienciosamente cumprirmos com o nosso dever.

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Bastaria, para tanto, fazer essa.publicação no Boletim Oficial do Congresso.

O Sr. Presidente:—Vai entrar-se na

ORDEM DO DIA

O Sr. Augusto de Vasconcelos (pêra um negócio urgente): — Pedi a palavra para preguntar ao Governo, visto achar--se actualmente representado, se pode _dar ao Senado algumas informações sobre os acontecimentos que se deram em Lisboa.

Julgo que o Senado precisa ouvir do Governo um relato do que se passou (Apoiados), como precisa saber se o movimento revolucionário se encontra dominado, quais as providências que se tomaram para o jugular e bem assim as que se'tenciona adoptar para evitar que semelhante facto se repita.