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Diário da» Sesêtie* do Senado*

que lhe tem custado; mais do que a qualquer outro povo, grandes sacrifícios.

Portanto, tenho de admitir, por uma questão de função natural das cousas, que esse perigo exista, mas o maior receio de que esse perigo se concretize devemos nós pensar que existe internamente, quer e dizer, dentro do próprio país (Apoiados), uma vez que é certo, e segundo me permito pensar, que a melhor barragem, a melhor defesa que em qualquer ocasião poderemos opor a pretensões ameaçadores dos nossos direitos será uma administração que nós façamos nas nossas colónias, absolutamente digna do respeito alheio, uma administração que demonstre a nossa capacidade de país colonizador, e que se harmonize com as nossas tradições de povo colonizador.

E esse o melhor argumento, e até a melhor, arma, para em qualquer ocasião combatermos pretensões abusivas, pretensões que manifestamente se tornarão iníquas perante a nossa acção- colonizadora e sobretudo colonial.

Por consequência, penso que é dentro de Portugal que precisamos organizar a defesa, administrando cada vez melhor, e empregando nessa administração as pessoas mais competentes, de melhor tradi-^ çEo e de melhor passado.

Pelo que respeita a uma outra ordem de considerações que o Sr. Azevedo Cou-tinho fez relativamente ao que se passou na África do Sul por ocasião da greve ferroviária, não.tenho senão que me declarar de acordo com S. Ex.a

Efectivamente, o Sr. Azevedo Couti-nho viu a questão como um português a deve ver, como todos nós a vemos, pois não devemos admitir em nossa casa intervenções de nenhuma ordem, nem intervenções de poderes constituídos que não sejam os nossos, e muito menos intervenções de poderes que nem sequer são legais, e que são ameaçadores e perturbadores de tudo.

Por consequência, há que repelir e dominar tais pretensões, e há que fazer sentir que não lhes é possível intervirem em território que é português, e que Portugal está absolutamente disposto a manter a ordem, não só impondo-a a nacionais, mas sobretudo e primeiramente a estrangeiros, porque são esses os que me-

nos podem produzir perturbações de ordem em território que não é o seu.

Estas considerações destinei-as eu a-responder, como .era do meu dever, ao Sr. Azevedo Coutinho e ao Senado que, com a maior atenção, há pouco ouviu as» palavras que o ilustre Senador proferiu e desejaria, portanto, que o Ministro presente, que melhor a tal respeito poderia, dar informações sobre o assunto, não-deixasse de responder, aproveitando .Q-ensejo para declarar ao Senado que em Portugal não há portugueses, seja quaL for o seu credo político ou quaisquer que sejam os princípios por que se orientem, que admitam sob qualquer título a-alienação do demínio colonial português, e isto porque os portugueses ainda se julgam capazes de continuar a trabalhar dentro do que é seu, e de tornar cada vez mais eficaz e de proporcionar cada vez um maior bem-estar aos povos que administram.

É este sentimento de todos os portugueses que tem o Governo, o que tiveram até hoje todos os Governos e o que certamente os do futuro também terão; será este o pensamento de todos, quer no que respeita a intenções, como a processos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Afonso de Lemos: — Sr. Presidente: como V. Ex.a sabe e todos nós-sabemos, realiza-se no ano próximo a exposição de Sevilha. E, devido a esse-acontecimento, houve nas terras fronteiriças uma certa agitação acerca da possibilidade de se fazer uma ligação directa entre Lisboa e Sevilha.

Delegados vários de Serpa opinaram que tal ligação se poderia fazer por ali, e nesse sentido alguns foram a Sevilha» E, como isso tivesse dado lugar a um certo entusiasmo, fui levado aqui, no Senado, a pedir ao Sr. Ministro do Comércio de então que fossem ouvidas as estações competentes sobre a possibilidade da ligação de Lisboa a Sevilha, indicando-se qual o caminho a seguir.