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Diário das Sessões do Senado

com 60:000 contos; poderemos gastar lentamente à razão de 0:000 contos por mês. Se se realizar esta operação o Governo dará nm certo impulso ao problema de reparação das estradas. Umas tantas reclamações serão atendidas imediatamente, mas outras terão de ficar para mais tarde.

Nós temos 13:500 quilómetros de estradas, cujo bom estado de conservação varia conforme a natureza do terreno, qualidade da pedra, etc.

Tudo isso nos custa uma verba importantíssima.

O problema não é resolvido, como seria para desejar, com o macadame, mas, não podendo realizar o óptimo, temos de nos contentar com o possível.

Antigamente os pavimentos eram feitos com uma camada de brita de 23 centímetros de espessura, que com o recalque se reduzia a 19.

Hoje os pavimentos são feitos com duas camadas: uma de brita de 6 centímetros, a primeira camada de base às fundações, e outra de desgasto com brita mais pequena, de 4 centímetros. O material de agregação é só saibro e a areia com água, e sofrendo grandes pressões é importante, mas, na minha opinião de leigo, o problema do revestimento é talvez mais importante ainda.

Disse-se há pouco qiie em Espanha há excelentes estiadas. É certo, mas não se julgue que a Espanha tem o seu problema de viação resolvido. O país modelo sob esse ponto de vista é a América, que tem realmente estradas magníficas, mas de há 10 anos para cá. Tem-nas cimentadas, betuminadas e alcatroadas. E depois conserva-as.

Mas na América fazia-se tudo isto, porque há muito dinheiro e sobretudo porque • tem muito Jooa viação; faz-se tudo isso e o míus, muito barato, e então põe-se nas estradas um verdadeiro cuidado. A América tem automóveis destinados a percorrer as estradas em observação do que nelas se passa e aparelhos para registar o resultado dessas observações; tem estatísticas para orientar os seus trabalhos, mas não tem todavia, também, o seu problema resolvido.

O nosso problema é, porém, tremendo, A conservação das nossas estradas, incluindo a mão de obra e o material, im-

portará na inscrição duma verba anual de 80:000 a 90:000 coatos.

Mas não há dúvida de que o trabalho é preciso fazer-se e penso em trazer ao Parlamento qualquer proposta modificando o actual regime das estradas, parecendo-me que só dev.e estabelecer um novo regime do administração, isto é, descentralizar.

Fique o Estado com as estradas nacionais, que são as grandes comunicações internacionais, comunicações pelas fronteiras, até as vias marítimas, centros de caminho de ferro, etc.; deixemos aos distritos as estradas distritais e aos municípios as municipais. Mas façamos isto tendo sempre em vista a criação do receitas para os organismos locais, a fim de eles poderem fazer face às respectivas despesas.

Disse o Sr. Augusto de Vasconcelos que com as estradas macadame se gasta muito e se perde tudo.

Ora nós nas regiões graníticas fazemos estradas muito razoáveis. Nos distritos do norte as estradas resistem muito com o ensaibramento.

O' Sr. Augusto de Vasconcelos (interrompendo) :—Não sou técnico; mas posso dizer a V. Ex.a que tendo estado em Portugal um técnico, e tendo feito o estudo dos materiais portugueses para as estradas modernas, ele não se pronunciou pelo granito, mas sim pelo xisto com o asfalto, o que dura onze anos sem reparação.

O Orador: — O meu conceito é o que exponho a V. Ex.a

Eu não tenho conhecimento técnico do problema mas sei que nas regiões calcá-reas o desgaste é enorme.

Os americanos têm 15 milhões de automóveis e de carros de rodas de borracha. Nós temos os carros de bois, as galeras, os animais a bater com as ferraduras nas estradas.

No meu concelho tenho uma viação tremenda, e tenho tido ocasião do verificar que o problema do revestimento é muito importante.