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Diário âa» Sesêôes do Senado

entrar ao caminho da loucura, porque então é uma desgraça para toda a gente.

Nestes últimos dias têm ficado moitas pessoas atropeladas pelos automóveis.

Já o ano passado pedi providências ao Governo para estes factos.

Nade, há que justifique esta velocidade desaforada de automóveis, side-cars, camiões e outros veículos, pondo em grave perigo a vida dos transeuntes.

Todos os dias se registam factos desagradáveis e ainda não há muito tempo morreram duas ou três pessoas.

Ora diga-me V. Ex.a, Sr. Presidente, se isto se pode consentir.

Por amor de Deus, Sr. Ministro da Justiça — porque eu creio em Deus — diga ao Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior que isto não pode continuar assim.

É preciso estabelecer multas rijas, porque isto cão pode continuar deste modo.

O Sr. Fernando de Sousa (interrompendo):— Basta que • se cumpra o regulamento, que não permite velocidades su-.periores a 10 quilómetros.

O Orador: — Desejo também chamar a atenção do Sr. Ministro da Justiça para um outro facto muito grave.

Creio que ninguém desconhece-que ama epidemia de febre tifóide que está assolando a cidade de Lisboa é uma cousa muito pars, reflectir, e que muitos desses casos se estão dando nas escolas, principalmente nas de instrução primária, - E preciso olhar com atenção e carinho para esta questão da higiene das escolas, que entre nós tem sido muito descurada.

Não é possível que as crianças, com esta temperatura de 30 graus, deixem de beber água. Pois a água não tem as condições necessárias.

O que seria muito conveniente é que da parte do professor houvesse as indispensáveis indicações a ver se se conseguia, até certo ponto, anular os efeitos dêstii terrível doença.

Parece-me isto um ponto que deve merecer urna atenção muito especial da parte do Governo.

Peço. pois, a S. Ex.a que recomende estes factos ao Governo e, muito em especial, aos Sr s. Presidente do Ministério e Ministro da Instrução.

Se nas eUcolas é preciso educar o espírito, é também necessário que se defenda o corpo.

E, Sr. Presidente, em quanto tam pouca atenção nos merecer a questão da higiene, estaremos sempre à mercê, não só de epidemias de febre tifóide, como também de varíola, que entre nós têm feito bastantes estragos.

Com respeito à vacina, vou dizer o que fiz, • e constitui uma consolação grande para a minha vida.

Seu do governador civil de Braga fiz vacinar mais de 7:000 pessoas e as estatísticas vieram demonstrar nos anos seguintes o dqcrescimeuto da varíola numa terra onde constituía uma epidemia de carácter permanente.

De maneira que esse estado de epidemia permanente acabou.

Aqui tem S. Ex.a que quando se quere governar a valer, com energia, sempre se consegue alguma cousa.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos

(Catanho de Meneses): — Ouvi as considerações feitas pelo ilustre Senador Sr. D. Tomás de Vilhena, o elas realmente versaram assuntos de alta importância.

Falou S. Ex.a em primeiro lugar do jogo. Não há dúvida que o jogo é um dos vícios mais ruinosos que pode invadir uma sociedade, e dele resultam, conso-qúentemente, essas calamidades a que S. Ex.a se referiu e que todos lamentamos.