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" -Sessão de 3 de Março de 1926

-todo o representante do País acompanhar -o que se diz na imprensa, a fim de nos ' habilitarmos a conhecer as ocorrências.

O meu. procedimento aniolda-se perfeitamente ao de tantos outros em condições " perfeitamente idênticas.

Disse o Sr. Ministro da Justiça que eu •devia indicar os nomes dos altos funcionários da República, que eram acusados •de ter interesses ligados à exploração do 'Teatro Nacional.

Não sou polícia, nem disponho de agentes policiais para averiguar tudo quanto dizem os jornais.

O actor Azevedo disse publicamente, para que todos os assistentes o ouvissem, -que um'Ministro tinha interesses, ligados •à exploração do referido teatro. -. É verdade? É mentira? • Positivamente, não me compete .a mim -averiguá-lo. Positivamente ninguém me pode negar o direito de vir chamar a .atenção do Governo para este caso. A ^ste competia tomar conta da ocorrência •e tomar as providências .que o assunto reclamasse.

Desejo ainda tratar dum outro assunto.

É conhecido em toda a parte que Por-.tugal é um País de turismo. Infelizmente, porém, para qualquer lado que nos voltemos verifica-se que Portugal, além das suas condições naturais nenhumas outras possui que possam determinar a afluência •de estrangeiros à nossa terra. , Ainda recentemente um jornalista americano, que veio especialmente a Portugal -colher impressões sobre o nosso País, publicou num jornal da América vários artigos que são verdadeiramente desprimo-rosos para nós.

Ora é necessário que os poderes públicos não descurem como até agora os interesses nacionais, e íaçam como no estrangeiro que procuram atrair os estranhos aos seus países concedendo-lhes as máximas regalias.

Os estrangeiros desembarcam nas piores condições no nosso porto; são assaltados por muitos vendilhões no intuito de •os explorar; na cidade vêem se como que isolados, sem um auxiliar que os guie.

Na polícia não há agentes especiais destinados a proteger os estrangeiros.

A fábrica do gás, que está junto do forte de Belém, ali continua, apesar de todos os esforços feitos para a retirar dali.

O Sr. Afonso de Lemos (interrompendo) : — Apenas a vereação no tempo do Sr. Braamcamp tentou retirar daí essa fá-• brica. As demais vereações nada têm feito.

O Orador: — É isso lamentável.

Ainda a respeito da Companhia do Gás vem a auditoria declarar que havia um dano irreparável se fossem cassadas as licenças da Companhia do Gás para a respectiva exploração.

Não conheço os fundamentos dessa decisão, mas desde já declaro que não considero essa decisão irreparável.

Para ser irreparável era preciso que se tratasse de uma entidade pobre, mas a Câmara Municipal há-de.ter recursos.

Essa Companhia' aumentou extraordinariamente os encargos dos consumidores, isto quando a libra está hoje a menos de 100$.

No emtanto, apesar disso, há cousas que não deminuíram de preço e,que estão como estavam quando a libra estava a 1540.

O orador não reviu.

O Sr. Júlio Dantas:—Pedi a palavra para enviar para a Mesa uma nota de interpelação ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros sobre os pontos de vista do Governo na política das reparações da Alemanha. Mando, também, para a Mesa um projecto de lei concedendo o passal de .Monte Real à respectiva junta de freguesia para fins de beneficência e de instrução.

O Sr. Ribeiro de Melo :— Sr. Presidente: pedi a palavra para propor uma saudação ao Presidente eleito da República Brasileira, Sr. Washington Luís, e ao vice-presidente.

Faço o porque, tendo o Sr. Washington Luís manifestado o -seu acrisolado amor para com Portugal e nomeadamente para com a colónia portuguesa no Brasil, não faço mais do que cumprir um dever.