O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Cessão de 3 de Março de 1926

-a solução satisfatória e dignificante para o Brasil que seria para desejar.

Já anunciei três vezes uma interpelação ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros sobre a situação dos credores portugueses dos Estados do Brasil o nunca o Sr. Ministro se deu por habilitado a responder a essa nota,

E que eu não compreendo como é que as pessoas que presidem a esses Estados, que não satisfazem os seus compromissos perante os credores, proclamem nas suas mensagens que eles se encontram •em condições financeiras magníficas, faltando assim à verdade.

Sempre quo vejo um chefe do família que conhece a vida desregrada do um •filho, e não intervém por todos os meios para salvar o bom nome da família, indigno-me contra isso.

Apoiados. ' s

Não compreendo pois, que o Estado, •conhecendo que entre si há alguma cousa «empanando o brilho da dignidade colectiva, não intervenha em nome da. própria dignidade.

Não desejo por forma alguma realizar agora uma interpelação sobre o assunto, por não ser esta a oportunidade para o fa« zer. Mas já por mais de uma vez tenho aqui levantado a minha voz sobre problemas acerca dos quais —o não ofendo em nada o brio do Brasil— eu não ousaria -dizer o que têm dito Senadores brasileiros. Mas não me fica mal o fazer agora aqui esta referência, na ocasião em que me associo de boa vontade à homenagem prestada ao Presidente eleito da República do Brasil, fazendo votos para que S. Ex.a, zelando o bom nome da Nação Irmã, dedique a sua atenção a todos os problemas que lhe ofusquem o brilho.

O orador não reviu.

O Sr. D. Tomás de Vilhena: — Sr. Presidente : pedi a palavra para me associar em nome deste lado da Câmara à saudação proposta pelo Sr. Ribeiro de Melo, meu querido amigo e meu intransigente adversário político.

O Sr. Ribeiro de Melo (interrompeu-ao): — Por emquanto. Talvez que mais tarde, tratando-me melhor que os democráticos, o não seja.

' O Orador:—Mas ainda é adversário.

Sr. Presidente: eu envio também as minhas saudações ao Presidente eleito do Brasil.

O nome do Sr. Dr. Washington Luís é bastante considerado como homem e como estadista e tem as simpatias da colónia portuguesa no Brasil, o que é mais uma razão para eu me associar ao voto de saudação proposto.

Tenho uma grande simpatia pelo Brasil e a verdade é que os povos não têm culpa dos desmandos dos seus dirigentes.

Não quero dizer que o Brasil não nos tenha dado alguns prejuízos; mas é o filho de Portugal, e um pai deve orgulhar--se quando tem um filho como o Brasil, grande nas artes, nas sciências e nas letras e que desempenha no concerto das nações um papel tarn importante.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Joaquim Crisóstomo:—Sr. Presidente: associando-me à proposta do Sr. Ribeiro de Melo, não posso deixar de fazer algumas considerações às quò foram proferidas pelo Sr. Pedro Chaves.

Este ano foi celebrado já um tratado de comércio entre o Brasil o a Espanha, segundo o qual os produtos brasileiros são recebidos em Espanha pela pauta mínima.

O Brasil ameaça conceder iguais regalias à Espanha.

& de estranhar quo em virtude das nossas relações de velha amizade ainda não tenha sido possível estabelecer, já não digo um tratado, mas pelo menos uni mo-dus vivendi com o Brasil.

Mais do uma vez se tem tentado chegar a ôsse resultado, mas saem infrutíferas todas as diligências devido a dificuldades apresentadas pelo Brasil por causa de alguns produtos de África idênticos a outros brasileiros. Todavia, se houvesse boa vontade por parte do Brasil em chegar a um acordo . com Portuga], muitas dessas dificuldades teriam desaparecido.

As dificuldades que surgiram com relação ao nosso país deram-se também com relação à Espanha, e no emtanto esta já obteve um resultado favorável.