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Sessão de 9 de Março de 1926

Oficio

Do Gimnásio Club Português, comunicando que todos os Srs. Senadores que fazem parte do Grupo Parlamentar de Educação Física e Desportos têm entrada livre naquele Club, bem como em todas as suas festas e saraus.

Para a Secretaria.

Projecto do lei

Dos Srs. Ernesto Navarro, Medeiros Franco e José Pontes, aclarando a lei n.° 1:728. ,

Para a 2.a Secção.

Antes da ordem do dia

O Sr. Herculano Galhardo: — Sr. Presidente: pedi a palavra para propor um voto de congratulação pelo facto, sobre todos os pontos, de vista notável, de ter sido. eleito para a Presidência da Assem-blea peral da Sociedade das Nações o representante de Portugal.

Esse facto tem um significado para nós particularmente interessante.

Não proponho este voto senão como português, e não como amigo pessoal que tenho a honra de ser desse ilustre cidadão. As altas virtudes que ornam a pessoa escolhida são suficientes para justificar esse voto. Mas neste momeato entendo que acima de tudo isto está o alto significado da homenagem prestada a Portugal.

Muitos apoiados.

O orador não reviu.

O Sr. Júlio Dantas; — Sr. Presidente: eu pedi a palavra para me associar ao voto de congratulação proposto pelo nosso ilustre colega Sr. Herculano Galhardo.

Foi para mim um motivo de justo desvanecimento saber que tinha sido prestada, na Sociedade das Nações, uma alta homenagem a Portugal. E, sejamos justos, não apenas a Portugal, mas a um homem, republicano eminente, que, pela sua estatura política, pela sua alta competência em matéria de direito internacional, mais se tem imposto, nas últimas assembleas internacionais, à consideração do mundo culto.

Muitos apoiados.

Meus senhores:

^ Nós temos realmente assistido, na segunda década deste século, a factos im-

previstos e tanscendentes. Assistimos ao ruir dos impérios austro-alemães; vimos a derrocada. do império dos tzares., na Kússia; a Europa, que tinha apenas, antes da guerra, três repúblicas.olemocráti-cas, tem hoje catorze; vimos a Inglaterra e a Suécia ensaiarem governos socialistas; é dos nossos dias o triunfo do feminismo, que levou ao Parlamento da Grã--Bretanha mulheres ilustres, que- deu já, na Dinamarca, a pasta da Instrução Pública, a uma mulher, e, na Turq.uia, a pasta da Higiene a outra; assistim.os à destituição do califa, ao estabelecimento do regime dos soviets numa nação de 130.000:000 de almas. Mas nenhum facto internacional teve tam alta importância, nos nossos dias, como a criação da Sociedade das Nações.

Sr. Presidente: é às nações pequenas que especialmente interessa a instituição deste novo organismo internacional, última flor do idealismo wilsoniano,. a o cidade nova», destinada a criar um novo espírito de concórdia e de fraternidade entre os povos. Quando a primeira assem -blea se realizou, em 1920, o Sr. Viviani sorriu do excessivo optimismo daqueles que acreditavam em que semelhante aspiração pudesse converter-se numa reali-.dade. Hoje, depois do forte impulso que lhe imprimiram o Sr. Herriot e o Sr. Mac Donald, é lícito esperar que a Sociedade das Nações seja amanhã, de facto, o organismo internacional democrático destinado a regular e > a decidir as guer-c rãs pacíficas dos povos.

Todos os países têm procurado valorizar-se, criando na Sociedade das Nações .uma situação em harmonia com o volume dos seus interesses a defender, e agrupando-se, para melhor e mais eficazmente poderem afirmar os seus direitos perante as assembleas. As nações escandinavas agruparam-se com a Holanda; a Espanha com as Américas Espanholas; a França com a Romania, a lugo-Slavia e a Polónia: nós temo-nos infelizmente mantido numa situação de isolamento, que, se pode convir"à Bélgica, .por exemplo, que saiu prestigiada da guerra, se pode convir à Suíça, que se impõe ao mundo pela sua democracia modelar, não convém de forma alguma a Portugal.