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Diário das Sessões do Senado

cio, que defendeu com todas as veras do seu coração e que eu combati também com todas as veras do meu coração, o que não impediu que mantivéssemos as melhores relações. Tanto assim que tendo--nos encontrado o ano passado em Lisboa caímos nos braços um do oi-tro, recordando os antigos tempos. O orador não reviu.

O «Sr. Alves Oliveira: — Sr. Presidente: associo-me, em nome do Partido Nacionalista, e mnito comovidamente, ao voto proposto pelo Sr. Artur Costa.

O orador não reviu.

•O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos (Catanho de Meneses): — Pedi a palavra para em nome do Governo me associar ao voto de sentimento proposto pelo ilustre Senador Sr. Artur Costa.

Eu sou dos que podem falar no assunto por experiência própria, porque fui colega de S. Ex.a na Câmara dos Deputados. Vi quanto valia o seu alto espirito o quanto as suas ideas já nesse tempo KQ aproximavam das idcas de democracia que nós perfilhámos. Foi ele quem, rompendo com todas as oposições e afrontando até a opinião dos seus amigos, apresentou uma proposta sobre divórcio e outra sobre registo civil. Preocupava-se absolutamente com essas ideas novas e generosas que constituem o ponto capital da democracia.

Era muito ilustrado e como praticante do foro foi daqueles que se distinguiram.

Era um alto espírito tam notável como modesto e, nestas circunstâncias, o Governo associa-se' muito devotadamente ao voto proposto.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente : — Em virtude da manifestação produzida pela Câmara, considero aprovado por unanimidade o voto de sentimento proposto pelo Sr. Artur Costa.

O Sr. Godinho do Amaral:—Pedi a palavra para agradecer a V. Ex.a e a todos os lados da Cclmara o voto de sentimento que aprovaram pelo falecimento de urna pessoa da minha família.

O Sr. Fernando de Sousa: — Não sei se do Governo existe apenas o Sr. Mi-

nistro da Justiça que, tani assiduamente, vem -a esta Câmara pronto para ouvir as nossas reclamações.

Já há muitas sessões que espero" ver aqui o Sr. Ministro do Comércio para tratar de assuntos importantes e esperarei mais alguns dias a ver se S. Ex.a pode distrair alguns momentos dos seus muitos afazeres para aqui vir.

Deixarei, por consequência, alguns assuntos para me referir a uma entrevista publicada no jornal O Século com o ar. Ministro da Marinha, que acho de tal forma estranha que não posso deixar de lhe fazer alguns reparos.

S. Ex.a lançou à circulação à mirabolante idea da construção do um canal do Tejo ao Sado e do Sado ao Guadiana, e termina a entrevista, dizendo: Leu.

Vejo aqui, em primeiro lugar, uma idea que eu já tive aqui ensejo de combater:: a dispersão de recursos de material, pessoal de dragagens, não se tratando de apetrechar convenientemente um serviço único de dragagens, que atenda as necessidades das diversas pontes do País.

Por outro lado a idea do Sr. Ministro da Marinha não representa uma obra de pouca monta, pelo contrário, é muito dispendiosa e em boa parte de mais que problemática oxequibilidade. O canal do Tejo ao Sado foi estudado no princípio . do século xix com um objectivo militar e dava lugar a enormes escavações.

Trata-se também da idea peregrina e quiçá absurda de um canal do Sado ao Guadiana subindo à cota de 180 metros de Cuba e desembocando num troço do rio nfio navegável na extensão de léguas. Basta dizer que abrange o Pulo do Lobo. Como é que o Sr. Ministro da Marinha, em relação a um trabalho desta magnitude que prende com o plano geral do fomento nacional e da viação, afirma que para a sua execução lhe basta a aprovação de um projecto de dotação para a compra de duas dragas r*'

Pregunto se qualquer Ministro pode mandar fazer obras deste alcance som estudo prévio das estações competentes nem lei que autorize essa obra.