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Diário 'das Senões do Senado

permitidos os contratos para fora da colónia.

Pois, Sr. Presidente, tanto o Governo de Moçambique como o de Angola revogaram, contra a lei, o Regulamento dos serviços indígenas de 14 de Outubro de 1914.

Pela lei n.° 1836, pretendeu S. Es.a o Ministro das Colónias pôr um dique a este estado de cousas, designando ou procurando designar quais são as bases das leis orgânicas das colónias e quais são os poderes competentes para promulgar essas leis.

O Sr. Presidente: — V. Ex.a já está falando há um quarto de hora e está inscrito para explicações o Sr. Silva Barreto, que não deve levar muito tempo, e ainda o Sr. Herculano Galhardo, que deseja referir-se à data de 9 de Abril.

Se V. Ex.a tem interesse em produzir mais considerações, poderia continuar depois.

O Orador:— Então peço para ficar com a palavra reservada.

O Sr. Silva Barreto (para explicações}:— Sr. Presidente: no Boletim do Congresso de 7 de Abril, com referência à questão da Caixa Geral de Depósitos, vêm estas palavras que se me atribuem: «que na Caixa Geral de Depósitos se passam cousas anormais cem os vistos, escolhendo-se dias em que estão certos vogais para lhes serem submetidos processos o.

Tenho uma grande admiração pela ad-nistracão da Caixa Geral de Depósitos, quo é exemplar, e um modelo de entre as várias intituíções de carácter autónomo, e de forma nenhuma esta Câmara me ouviu palavras que pudessem traduzir a idéa que vem no Boletim, apenas disse, e é verdade, que nas funções do visto, não na Caixa Geral de Depósitos, mas nas comissões do visto no Conselho Superior de Finanças e no Conselho Colonial, há funções de tal maneira elevadas e de tanta responsabilidade, que muitas vezes os interessados, supondo quo um ou outro vogal é menos correcto, procuram evitar que cortas interpretações sejam submetidas ao seu visto.

Prestando homenagem à Administração

da Caixa Geral de Depósitos, de forma nenhuma podia passar sem repulsa que estas palavras ficassem no Boletim] por Isso peço que. se faça a devida rectificação.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Herculano Galhardo: — Sr. Presidente: passa hoje o 8.° aniversário da batalha de La Lys, batalha em que os portugueses afirmaram mais uma vez que são dignos dos seus antepassados.

Não posso alongar-me em considerações porque a hora vai adiantada, mas invocando, comovidamente, a memória daqueles que perderam a vida em defesa da liberdade e dos altos interesses da Pátria, eu proponho que o Senado, prestando homenagem à memória desses grandes portugueses, àqueles que felizmente ainda vivos souberam honrar a "sua Pátria, saúde neste momento o exército e marinha portuguesa como dignos representantes da Nação Portuguesa e dos seus antepassados.

O orador não reviu.

O Sr. Júlio Dantas: — Sr. Presidente: assoc:io-ine, comovidamente, às palavras tam repassadas de sentimento patriótico qae acaba de pronunciar o ilustre Senador Sr. Herculano Galhardo.

A data de 9 de Abril foi um,a data gloriosa. Foi tal a bravura demonstrada pelos portugueses nos vários sectores e nos vários postos de batalha, sobretudo em La Couture, onde dois batalhões, do 13, de Vila Real, e do 15, de Tomar, se bateram com heroísmo digno de epopeia.

Sr. Presidente: recordo neste momento .páginas da História de Portugal, recordo a bravura com que esses dois batalhões, num pequeno reduto do cemitério entre as sepulturas, já quási sem munições, sofreram o embate de cinco divisões bâva-ras, batendo-se um contra dez. Quando já não podiam bater-se com as suas armas porque não tinham cartuchos, pois se tinham esgotado aqueles que os escoceses lhes tinham dado, brandiam as suas espingardas como se fossem varapaus, batiam-se a soco e à dentada.