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Sessão de 14 de Abril de 1926

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esta forma interessante: propõe que a verba seja reduzida em 20 contos e que êpses 20 contos sejam destinados a reforçar outra verba.

Esta forma de dizer não deixa com-tudo de trazer um aumento de despesa. Com ela não concordou este lado da Câmara, assim como a Secção, por unanimidade, que se manteve dentro do critério orçamental.

E diga-se a verdade, a proposta de V. Ex.a estava enfraquecida pelo próprio Sr. Ministro, porque o acordo dado por S. Ex.a o Sr. Ministro e a que se referiu o Sr. Júlio Dantas visava a parte técnica. Quere dizer, o Sr. Ministro estava de acordo com o ponto de vista do Sr. Dantas, na generalidade è porventura na reorganização do seu Ministério ele será introduzido.

O Sr. Júlio Dantas: — O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, ao reíerir-se às minhas considerações ou razões para que se mantivessem as verbas, quer de missões extraordinárias ao estrangeiro, quer de publicidade e propaganda, disse que se, porventura, eu trouxesse à Câmara qualquer proposta nesse sentido, concordaria com ela.

O Orador: — Quere dizer, o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros quis deixar para S. Ex.a a responsabilidade do aumento da verba e teve razão porque S. Ex.a já sabia que não encontraria o apoio da maioria para esse aumento.

Quanto à outra verba de aumento para subsídio a escolas da língua portuguesa, repare S. Ex.a que a verba que está no orçamento não é bem de 4 contos. São quási 5. contos. A proposta de S. Ex.a era para quintuplicar essa verba. Isto chama-se um grande aumento.

Não^ se trata de mais 3, 4 ou 5 contos; não. É a verba quintuplicada o que5 S. Ex.a desejava.

E contra essa afirmação de tendência que este lado se manifesta.

Aqui tem V. Ex.a a razão por que este lado não deu o seu voto às propostas. A primeira porque não tinha base legal, e a

segunda porque era contrária ao principio de economia por nós sustentado até aqui.

O orador não reviu.

O Sr. Júlio Dantas : — Ontem no fim da sessão tive a honra de pedir a V. Ex.a, Sr. Presidente, a palavra para explicações, para agradecer aos oradores que na segunda parte da ordem do dia me dirigiram expressões, não apenas de cortesia mas de afectuosas referências, e também para responder às considerações feitas pelo Sr. Senador e meu prezado amigo Sr. Herculano Galhardo.

Eu saí ontem daqui inteiramente satisfeito. Não podia ser mais elevada e ter decorrido com mais dignidade a discussão que incidiu sobre as propostas de emenda que tive a honra de apresentar à tabela orçamental do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Isso basta para que a minha má impressão tivesse desaparecido, e não apenas a minha mas a deste lado da Câmara, que continuará como muito prazer a colaborar com a maioria e com o Poder Executivo para a boa regularização das contas do Estado.

Eu devo ter ainda aqui uma nota tirada durante o discurso do Sr. Herculano Galhardo. Vou responder a algumas das considerações dp S. Ex.a e devo dizer, porque ontem me pareceu ver no tom com que S. Ex.a falou um certo agastamento, o que S. Ex.a de resto já sabe. Que eu continuo a ter por S. Ex.a não apenas uma grande estima mas uma grande admiração.

O Sr. Herculano Galhardo é hoje no Parlamento português uma figura de superior relevo (Apoiados), e sê-lo-ia em qualquer Parlamento.

Tem S. Ex.a uma oratória especial, muito brilhante, oratória sugestiva, persuasiva, rectilínea, oratória, digamos, de matemática, oratória especial que precisamente nos Parlamentos modernos é a mais admirada e a mais considerada.