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8e88âo de Í4 'de Abril de 1926

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balhar, porque fui eu quem propôs que os orçamentos viessem à Câmara do Sedado logo que fossem discutidos na Câmara dos Deputados, e estimo que se estejam a obter bons resultados.

Pelo que se refere à mudança da legação de Petrogrado para Varsóvia, foi consciente o Ministro dos Negócios Estrangeiros de então, e a legação de Varsóvia tein carácter legal.

O Sr. Herculano Galhardo : — Uma rubrica a mais ou a menos não vaie nada, porque não faz lei.

O Orador : — Mas passou pelas duas casas do Parlamento e foi sancionado pelo Presidente da República.

O Sr. Herculano Galhardo: —V. Ex.a desculpará.

No dia em que for possível julgar todas as contas do Conselho Superior de Finanças, nesse dia V. Ex.a verá como deixa de ter razão.

O Orador : — Veremos então. Estou de acordo que é um processo de trabalhar mau, mas assim se tem feito.,

O Sr. Herculano Galhardo : — Tem-se feito mal.

O Orador: — Estou de acordo, mas assim se tem procedido.

Eu entendo que a maioria íaria muito bem aprovando estas emendas do Sr. Júlio Dantas, que representam a realidade dos factos.

Além disso, referindo-me a palavras do Sr. Ministro dós Negócios Estrangeiros, eu desejo frisar que a criação da legação em Praga, em vez de Viena, corresponde não só à necessidade da representação num país a que nos ligam laços de comércio muito mais íntimos, mas ainda relações de amizade que é preciso fazer notar ao Senado.

Nós temos encontrado sempre da parte do Governo Tcheco-Slovaco uma atitude de simpatia e amizade que não encontramos por parte dos outros Governos que estão na mesma rubrica.

Acho bem, portanto, que tenhamos representação em Praga, que nos dá reciprocidade de representação, e que a te-

nhamos, sim, em Viena, mas secundária, porque da parte do Governo Austríaco não temos tido as mesmas demonstrações de simpatia e amizade.

Ainda muito recentemente, numa eleição que teve muita ressonância neste País, tivemos grandes demonstrações de> amizade da Teheco-Slováquia, e creio que tivemos um voto contrário do Governo Austríaco.

O Sr. Júlio Dantas:—É interessante isto.

Ouçam V. Ex.as

O Orador:—Quero ainda chamar a atenção do Senado para a redução da verba de despesas reservadas, publicidade e propaganda.

Eu julgo que ó um erro grave reduzir esta verba. "

Mas enfim, eu aceitaria que se reduzisse apenas de 20 contos, como diz o meu ilustre colega Sr. Júlio Dantas, sem pedir que eles sejam inscritos depois na verba a que S. Ex.a se refere, porque o Sr.' Ministro dos Negócios Estrangeiros promete uma reforma do seu Ministério, e então será oportunidade de se discutir a questão das escolas portuguesas no estrangeiro.

Julgo que é um gravíssimo erro reduzir esta verba.

Vemos que se acusam os nossos Ministros no estrangeiro de não responderem às calúnias e às campanha's que contra nós se fazem, mas não nos lembramos que eles o não fazem porque não têm dinheiro.

É necessário que haja uma verba para isso à disposição dos Ministros.

Todos os países fazem propaganda pela imprensa, pelo folheto, pelo film, emquan-to. que nós não temos recurso para o fazer como se devia; o pouco que se faz vai ser ainda cerceado.

Entendo que se não deve dar sanção a essa redução, porque reduzir meios de trabalho, defesa e propaganda ao Ministério dos Negócios Estrangeiros é fazer uma detestável economia, contra a qual abertamente me pronuncio.