O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

âô

Diário das Sessões do Benaâo

e normalizar factos irregulares aqui descritos, arramando a casa, perdõe-se-me a expressão.

As considerações feitas pelo Sr. Augusto de Vasconcelos devem decerto ter impressionado a Câmara, atento o conhecimento que S. Ex.a tem destes serviços e a s aã alta categoria diplomática.

Não posso deixar de manifestar para com as opiniões expostas por S. Ex.a um ligeiro desacordo; que vai determinar--me a enviar para a Mesa uma moção.

Esse desacordo diz respeito ao facto de não ter sido a Legação de Varsóvia inscrita.

Estão aqui duas tabelas, a de 1926-1927 e a de 1925-1926.

Nesta última já Dão está inscrita a Legação de Varsóvia, e todavia as tabelas vigoram para o ano a que dizem respeito.

Na tabela orçamental relativa ao ano económico em que foi feita a nomeação de um chefe de missão para Varsóvia não está descrita a Legação de Varsóvia, e consequentemente aquela nomeação não foi legal.

Nestes termos e nesta ordem de ideas, eu mando para a Mesa a seguinte

Moção

O Senado, verificando que a Legação de Varsóvia não existe na organização vigpnte dos serviços diplomáticos, nem se encontra descrita na tabela orçamental, e que. por conseguinte, foi ilegal a nomeação feita de um chrfe de missão de 2.a classe para a referida legação, continua na ordem do dia. — Júlio Dantas.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente:—Vai ler-se a moção mandada para a Mesa pelo Sr. Júlio Dantas.

Lida na Mesa a moção, foi admitida, ficando em discussão.

Como mais nenhum Sr. Senador pedisse a palavra, o Sr. Presidente anunciou que ia pôr à votação a moção.

O Sr. Herculano Galhardo (sobre o modo de votar}:—Sr. Presidente: não tendo o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros a palavra sobre o modo de votar, por não

ser membro desta Camará, permito-me eu falar em nome de S. Ex.a e declarar que o Governo apresentará com urgência ao Parlamento, e dada a conveniência que nisso há, uma proposta criando uma Legação em Varsóvia.

Nestas condições, julgo que o Sr. Júlio Dantas não terá dúvida em sustar a votação da sua moção, tanto mais que uma moção como é a sua teria de ir para a Câmara dos Deputados, e não se sabe o que desse facto poderia resultar, dada a discussão de assuntos importantes que se está fazendo naquela Câmara.

Tenho dito.

O Sr. Júlio Dantas (sobre o modo de votar}:— Sr. Presidente: eu não estou aqui para causar embaraços à Câmara, tanto mais quanto é certo que eu estou convencido da necessidade que nós temos duma legação em Varsóvia, que é hoje um pôs-to de observação de primeira ordem.

A moção por inim mandada para a Mesa não significa que eu não considere necessária a legação em Varsóvia. Mas como por outro lado, o meu ponto do vis^ ta ia legalizar uma situação que doutro modo continuará ilegal, eu pedia à maioria a fineza de ponderar o caso, -que é delicado, tanto mais, e desejo frisar isto, que a proposta do Sr. Ministro não ó uni acto que se vá resolver por estes dias e não regulará o assunto convenientemente.

Se a maioria não tem dúvidas cm manter Petrogrado, que é uma tradição do Orçamento, a mini não me anima o propósito de causar embaraços. Não tenho dúvida em realizar a minha moção, desde que seja possível redigir desta forma:

Leu.

Não podemos inscrever no Orçamento um posto em Moscovo. Isso significaria um princípio do reconhecimento da Rspú-blica dos soviets.

O que eu desejava apenas, e espero que o Sr. Herculano Galhardo me diga em resposta às minhas considerações, é se aquele lado da Câmara não tem dúvida em inscrever Varsóvia e Petrogrado, e assim ficaria bera.

O orador não reviu.