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Sessão de 14 de Abril de 1926

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bar a questão. V. Ex.a sabe a alta consideração em que é tido por nós e por todo o País, mas neste momento não é o bastante para lhe dar força sobre estes casos, que são parlamentares.

O Sr. Júlio Dantas (em aparte): —Creio que todo o Senado está no direito de enviar para a Mesa uma moção.

O Orador: — S. Ex.a mandou uma moção para a Mesa e a maioria poderia responder a essa moção rejeitando-a pura e simplesmente.

Não foi o Ministro dos Negócios Estrangeiros quem nomeou o nosso representante para Varsóvia. S. Ex.a encontrou uma situação feita. O que não tem havido até hoje é a coragem para" resolver certos problemas internacionais que estão pendentes, porque é uma cousa interessante ver paíse.s de alta cultura suporem que podem fazer desaparecer do mundo nações com milhões de habitantes, apenas porque essas nações não se encontram na disposição de aceitar os velhos figurinos.

Apoiados.

Não tem havido a coragem de resolver certos problemas internacionais, repito, mas a culpa não é do actual Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros. S. Éx.a tem a sua responsabilidade limitada. O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros não é Presidente do Ministério. O Presidente do Ministério é presidente do Governo de um País grande pelas suas tradições, mas que tem, como todos os países, neste momento, uma iníer-dependência na Europa a que não pode fugir.

Não podemos, portanto, de ânimo leve, perturbar a solução dos problemas que estão correndo, e às vezes um acto praticado por um parlamentar, no uso do seu direito, pode ser profundamente perturbador.

Não têm os governos enveredado por esta política corajosa.

Eu tenho o direito de apresentar QS meus pontos de vista e todos os Srs. Senadores sabem qual é a minha orientação. Por isso eu digo que é uma cousa cómica, para não lhe chamar ridícula, ver as grandes nações, fortes pela sua tradição e pela sua cultura, estarem a supor que podem riscar do mapa-múndi

nações com milhões de habitantes, depois de praticarem o acto hipócrita de tratarem com elas para negócio.

Temos de defender as nossas instituições e a nossa organização social, mas também temos o direito de querer que países de outra organização social queiram impor uma organização velha. •

Apoiados.

O Sr. Júlio Dantas poderá manter a sua moção; a maioria é que não muda de orientação.

O orador não reviu.

Lida na Mesa, foi aprovada a moção do Sr. Júlio Dantas.

foram aprovados os votos da Secção relativos às propostas l.a, 2.a, 3.a, 4.a, . ô.a, 6.a e 7.a

Entra em discussão a proposta n.° 8.

O Sr. Augusto de Vasconcelos : — Sr. Presidente: a aprovação desta proposta representa nem mais nem menos do que o reconhecimento indirecto do regime dos soviets.

Nós vamos aprovar uma modificação do nome da grande capital do império dos Czares, modificação que não pode deixar de ser o significado de reconhecimento do regime actual na Eússia.

Parece-me, portanto, que esta proposta não pode ser aprovada pelo Senado.

Creio que é esta também a maneira de pensar do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Nós temos de esperar pelo reconhecimento do regime dos soviets para então reconhecer a mudança de nome da antiga cidade de Petrogrado. Por agora nenhum país reconheceu essa mudança.

Acho prematura esta proposta e entendo, portanto, que o Senado a não deve aprovar.

Tenho dito.