O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

J)iúrio das Sessões do Senado

O Sr. João de Azevedo Goutinho: — Sr. Presidente: pedi a palavra para me associar às palavras calorosas do Sr. Hen-» rique Brás.

Realmente é de esperar, e todos o desejamos, que apareça, surja, a notícia da salvação dos heróicos aviadores que saí-" ram para a Madeira e Açores.

Mvitos apoiados.

O nosso coração não pode encarar a frio a possibilidade dum novo desastre para a aviação portuguesa.

Como antigo marinheiro, o meu pensamento e o meu coração vão com os valentes oficiais que, ou no ar ou no mar, pensam em elevar o J>om nome do nosso País,

Eni nome da minoria monárquica, associo-me às calorosas e veementes palavras do Sr. Henrique Brás,

Apoiados,

O Sr, Vasco Marques: —Sr. Presidente; em nome da .União Liberal Republicana, e também como madeirense, asso-cio-me ao voto proposto pelo distinto Se° nador Sr. Henrique Brás.

E grande, na verdade, a ansiedade que vai por todo o País e grande também a ansiedade uas ilhas adjacentes (Apoiados) pela sorte dos dois valentes aviadores, que quiseram mais uma vez, num voo arrojado, estabelecer uma ligação fraternal entre o continente e aquelas ilhas, tam portuguesas, que acompanham sempre a Mãe-Pátria, tanto nas suas boas íioras como nas suas horas máss com aquela devoção que todos reconhecem e a que todos fazem justiça.

De facto, Sr. Presidente, tendo o hi-dro-avião partido de Portuga,! ante-ontem de manhã, todos os cálculos diziam que deveria chegar à Madeira cerca das lõ horas de ontem, e, não obstante o tempo decorrido desde então, nenhuma notícia positiva chegou até este momento acerca dos dois heróicos aviadores, começando já uma espectativa bem dolorosa, porque supõe-se que alguma cousa de mau tenha acontecido aos dois arrojados portugue-

S6i3.

Sr. Presidente: eu aproveito este momento bem solene, em que tantos corações portugueses se confrangem, no receio duma catástrofe, para chamar a atenção de V» Ex.a, e chamar a atenção de

toda a Câmara, para as consequências perniciosas que a cada passo se constatam de não ter sido satisfeita uma velha reclamação da Madeira, reclamação que tem sido formulada repetidas vezes nesta e na outra casa do Parlamento por todos os seus representantes, além das diligências pessoais feitas junto dos sucessivos Ministros.

Dizia há houco o Sr. Henrique Brás que possível era que os aviadores se encontrassem no Porto Santo, e nesse caso impossível seria o saber-se aqui qualquer notícia. Porquê?! pregunto eu.

Porque a ilha do Porto Santo, não obstante o seu valor histórico, visto que é a primeira descoberta marítima dos portugueses, e não obstante ter uma população de 2:500 almas, encontra-se, pejo tenho em dizê-lo, completamente isolada do resto do mundo (Apoiados), sendo preciso que o mar se encontre em condições favo» rávejs para que, de quinze em quinze dias, essa pobre gente receba a visita de um vapor costeiro. jVergonha das vergonhas!

Há, muito que estava indicado e aconselhado que se colocasse nessa ilha um posto de telegrafia sem íios, para que não continuasse a ter uma costa muda e terminasse o degredo dos seus dignos habitantes.

Poderia parecer que para tanto fosse necessária uma verba muito grande, e só com sacrifício se preenchesse essa vergo-nhosissima lacuna, quando nisto não há mais do que desleixo e'má vontade. Senão vejamos.

Na Madeira existia, e existe, um pequeno posto de telegrafia sem fios mais apto para receber do que para transmitir, e que sem o mínimo inconveniente pode ser colocado no Porto Santo, visto que a Madeira foi dotada com um posto de telegrafia sem fios dfi grande potência, ficando completamente de lado o pequeno posto que até então funcionara.

Que se torna necessário pois fazer?!

j Mandar colocar no Porto Santo o posto absolutamente inútil na Madeira!

Mds nada! '

Pois isto continua por fazer, não havendo forças que o arranquem à inércia do°. poderes públicos.