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Diário das Sessões do Senado

favor de ninguém, um homem de bem às direitas, amigo da sua terra, amante da sua família, procurando sempre tcdas as ocasiões para demonstrar as suas altíssimas qualidades, a sua grande inteligência ; e o; seu grande coração.

Ê por isso que a União Liberal Republicana propõe que seja consignado na acta da sessão um voto de sentimento por esta perda verdadeiramente grande para a República.

Tenho t dito.

O Sr. Costa Júnior: — Sr. Presidente : este lado da Câmara associa-se com profundo pesar ao voto de sentimento proposto pelo Sr. Vasco Marques.

Hermano de Medeiros íoi meu colega no consultório e amigo de há muitos anos, e acostumei-me sempre, a ver nele, não o adversário político, mas o companheiro de todas as lutas académicas. Com ele convivi durante muitos anos apreciando o seu carácter verdadeiramente diamantino.

Para a República a sua morte representa uma grande perda. É necessário que a República vá procurar às gerações novas indivíduos que venham substituir aqueles que sempre lho deram todo o seu esforço.

É com o maior pesar, verdadeiramente comovido pela perda de um amigo intimo, que me associo em meu nome pessoal e em nome deste lado da Câmara, ao voto de sentimento pela morte do Dr. Hermano de Medeiros.

O orador não reviu.

O Sr. Caldeira Queiroz: — Sr. Presidente : como antigo condiscípulo do sincero republicano Dr. Hermano de Medeiros, não posso deixar de me associar com profunda comoção ao voto de sentimento proposto pelo Sr. Vasco Marques.

O Sr. Azevedo Coutinho: — Sr. Presidente : em nome da minoria monárquica associo-me ao voto do sentimento proposto pelo Sr. Vasco Marques.

O Sr. Lima Duque : — Sr. Presidente: não posso deixar de associar-me ao voto de sentimento proposto pelo Sr. Vasco Marques, primeiro porque fui um dos amigos do Dr. Hermano de Medeiros, e segundo

porque da convivência que tive com ele, numa das vezes em que geri a pasta do Trabalho, resultou o conhecimento exacto -e a grata apreciação dos dotes exímios daquele cidadão prestairtíssimo,

Apoiados.

Não vou, porém, prantear agora o amigo, nem o antigo correligionário, nem o profissional. Essas qualidades estão já rememoradas pelos oradores que me precederam; simplesmente desejo referir--me a um facto da vida do Dr. Hermano de Medeiros, que lhe trouxe grande brilho não só para a sua inteligência e competência scientífica, mas principalmente p ara o seu tino administrativo, pela moralização e rigor disciplinar que ele estabeleceu nos hospitais civis de Lisboa.

Fui eu quem, corno Ministro do Trabalho, o nomeou para esta comissão, numa ocasião dificílima. Ninguém queria aceitar esse cargo em virtude de um conflito que tinha havido entre os médicos dos hospitais civis de Lisboa.

Aceitou o sacrifício o Dr. Hermano de Medeiros, e nunca me arrependi porque elo correspondeu às minhas esperanças e àquilo que havia a esperar das suas qualidades excepcionais.

Como director dos Hospitais Civis de Lisboa, Hermano de Medeiros fez uma gerência de tal modo superior e digna que assinalou um rasto de justiça, de saber e de bondade, não susceptível de ser excedido.

Apoiados.

Por isso, Sr. Presidente, foi com a mais profunda mágoa que tive conhecimento, hoje, do falecimento de Ilermano de Medeiros.

Era um republicano de fé inquebrantável. Tinha três afectos indeléveis na sua vida: a sua terra natal, a República e a família.

Apoiados.

E todos estes afectos cultivava com extremos de dedicação e entusiasmo verdadeiramente comunicativos e reveladores da sã a límpida alma.

Vozes : — Muito bem.