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Diário das Sessões do Senado

tanto a mortandade enorme nas forças militares.

Não foi bem assim. Apesar do esforço enorme que o País teve de desenvolver nessa ocasião, porquanto enviou para França 'i 5:000 homens e para as colónias, . Angola e Moçambique, 30:000 homens, pode-se dizer que eles foram apetrechados completamente no que respeita a material. As insuficiências não provieram do Ministério da Guerra, mas simplesmente de falta de meios que dizem respeito ao Ministério das Colónias, e até às próprias colónias, sobretudo falta de vias de comunicação. Em Angola, por exemplo, depois de chegados os 10:000 homens que deviam entrar em operações no sul de Angola, reconheceu-se a impossibilidade de os fazer actuai imediatamente, não só porque o caminho de ferro não dava o rendimento suficiente para o regular abastecimento desses homens, como também, desde Huíla até ao sítio onde as operações se desenrolavam, não dispúnhamos dos meios de transporte necessários.

Deu-se até um caso curioso. E que, tendo-se solicitado, no começo da guerra, do^Ministério das Colónias os camiões necessários, aquele Ministério pôs em dúvida que essa camionagem tivesse adaptação em terras de África. Resultou desta dúvida que as operações se demoraram um ano no ataque aos alemães.

A falta de material foi outra tecla batida até r péla própria comissão do Orçamento. E um facto que o exército se encontra completamente desprovido de ma-> terial, mas o que também é um facto é que esse material não pode ser adquirido à custa das verbas orçamentais, mas sim à custa de créditos extraordinários.

É o que se pretende fazer no nosso País, onde não só a taxa de emigração, já posta em vigor, a esse fim se destina, como também está pendente da Câmara dos Deputados uma proposta de lei sobre a taxa militar que permite arranjar fundos os quais, até certo ponto, consigam demi-nuir esta falta de material.

Ora, é assim que se procede nos países onde há falta de material.

No Brasil, que era o país do mundo que estava mais falto de material, chegou-se ao ponto de criar estampilhas especiais com curso em certos dias do ano, cujo produto de venda é exclusivamente aplicado à

compra do material a que se refere a estampilha, ou à compra de aviões, ou à de metralhadoras, ou à de artilharia, etc.

O Sr. Roberto Baptista, com a proficiência que todos lhe reconhecemos em assuntos militares, discutiu vários pontos desta proposta e eu não tenho senão de congratular-me com as ideas de S. Ex.a, que foi meu mestre, principalmente no estado maior, onde entrei por sua mão, ideas que estão de acordo com aquelas que tenho expendido.

Assim, S. Ex.a referiu-se à Escola Central de Educação Física. Nas bases por mim apresentadas já se tratava da sua criação e nelas se dizia qual o fim a que era destinada: a criar instrutores de gim-nástica, esgrima, jogos desportivos, etc., de forma a esses instrutores poderem nos regimentos bem suprir as deficiências que nas escolas primárias se sentem a esse respeito.

Quis levar mais longe essa matéria. Não me foi permitido, porquanto o Ministério da Instrução se opôs dizendo já ter solucionado o assunto nos estabelecimentos seus dependentes.

Per consequência-, tive de limitar a acção militar aos estabelecimentos superiores.

Falou também S. Ex.a no excesso dos quadros e, realmente, é um dos males que mais agravam o nosso exército.

Não me tem sido estranho tal assunto e tenho procurado solucioná-lo por todas as formas. Na Itália, na França e ultimamente na Bélgica conseguiram equilibrar o exército por meio de várias medidas.

A primeira medida adoptada foi a permissão de se concederem aos oficiais licenças ilimitadas, pagando-se-lhes no primeiro ano 50 por cento, no segundo menos e daí por diante.