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13 DE DEZEMBRO DE 1983 2389

Centro Democrático Social (CDS):

Abel Augusto de Sousa Gomes Almeida.
Alexandre Correia de Carvalho Reigoto.
Alfredo Albano de Castro Azevedo Soares.
António Gomes de Pinho.
António José de Castro Bagão Félix.
Armando Domingos Lima Ribeiro Oliveira.
Basílio Adolfo Mendonça Horta da Franca.
Francisco António Lucas Pires.
Francisco Manuel de Menezes Falcão.
Hernâni Torres Moutinho.
João António de Morais Silva Leitão.
João Carlos Dias M. Coutinho Lencastre.
João Gomes de Abreu Lima.
José António de Morais Sarmento Moniz.
José Luís Nogueira de Brito.
Luís Filipe Paes Beiroco.
Manuel António de Almeida Vasconcelos.
Manuel Jorge Forte Coes.

Movimento Democrático Português (MDP/CDE):

Helena Cidade Moura.
José Carlos Pinheiro Henriques.

Agrupamento Parlamentar da União da Esquerda para a Democracia Socialista (UEDS):

António César Gouveia de Oliveira.
António Manuel C. Ferreira Vitorino.
António Poppe Lopes Cardoso.
Joel Eduardo Neves Hasse Ferreira.

Agrupamento Parlamentar da Acção Social-Democrata Independente (ASDI):

Joaquim Jorge de Magalhães Mota.
Manuel Cardoso Vilhena de Carvalho.
Rúben José de Almeida Raposo.

ANTES DA ORDEM DO DIA

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, embora não estivesse previsto período de antes da ordem do dia na sessão de hoje, deram entrada na Mesa dois votos que, pela sua manifesta urgência e com o assentimento de todos os grupos parlamentares, serão postos à consideração da Câmara.
O Sr. Secretário vai proceder à leitura do primeiro voto que deu entrada na Mesa.

O Sr. Secretário (Reinaldo Gomes): -O voto é do seguinte teor:
No dia 6 de Dezembro, faleceu Maria Lamas, vulto insigne da cultura e da vida social e política do nosso país.
Escritora, jornalista, militante antifascista e grande defensora da causa da paz, dos direitos da mulher e da criança e de todos os cidadãos em geral, Maria Lamas é merecedora do maior respeito e admiração de todos nós, homens e. mulheres portugueses.
A sua obra escrita, da literatura infantil às obras de maior projecção, como Mulheres do Meu
País e diversos romances, a sua actuação nas fileiras da luta democrática pela paz e liberdade merecem a consideração das entidades nacionais e internacionais que por várias vezes a condecoraram.
Por tudo isto, pelo que foi toda a sua vida de cidadã democrata e progressista, o Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português propõe à Assembleia da República que aprove um voto de pesar pela sua morte e que a Câmara em sinal de homenagem guarde l minuto de silêncio em sua memória.

Assembleia da República, 12 de Dezembro de 1983. - Os Deputados: Alda Nogueira - Zita Seabra - Jorge Lemos - Ilda Figueiredo - Carlos Brito - Octávio Teixeira - José Magalhães - João Amaral.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Srª. Deputada Alda Nogueira para proceder à apresentação do voto que acabou de ser lido.

A Sr.ª Alda Nogueira (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Toda a vida de Maria Lamas, como escritora e jornalista, como cidadã democrata e incansável defensora dos direitos da mulher, 'da criança, de todos os oprimidos em geral, constitui um magnífico exemplo de humanismo, de sacrifício, de trabalho e de coragem.
Vulto de grande projecção nacional e internacional, procurando por todas as formas conhecer, estudar e aprofundar os problemas da mulher no trabalho, na maternidade, na família, na sociedade, Maria Lamas foi também uma grande defensora e militante da causa da paz no mundo, de que é testemunho a sua eleição, em 1953, para membro do Conselho Mundial da Paz.
Em vários exposições que organizou, de que a mais importante e que maior eco provocou foi a «Exposição de livros escritos por mulheres de todo o mundo», em 1947, nas Belas-Artes (quando presidente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas), Maria Lamas foi igualmente uma conferencista, uma divulgadora dos problemas mais candentes da nossa sociedade.
A juventude, rapazes e raparigas, e os mais velhos também, acorriam em massa a ouvi-la. De uma forma pedagógica, explicando, explicando sempre, em expressões belas literariamente, culturais, mas simples. Maria Lamas abordava com audácia e espírito criador os problemas que mais afligiam as mulheres e os homens da sua época, apontava caminhos, rasgava perspectivas:
Fui ao encontro das minhas irmãs portuguesas, procurei conhecer e sentir as suas vidas humildes ou desafogadas, as suas aspirações ou a sua falta de aspirações, sintoma alarmante de ignorância, desinteresse e derrota ... Assim foi escrito este livro, que é uma expressão de fraternal solidariedade com as mulheres do meu país ... vítimas milenárias de erros milenários e que apesar de tudo continuam a ser as obreiras da vida.
São palavras de Maria Lamas, nessa obra de grande fôlego, humanidade e profundidade que é o seu livro Mulheres do Meu País, hoje esgotado, para elaboração do qual ela percorreu de lés-a-lés o nosso país nas mais incómodas e precárias condições vivendo