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I SÉRIE - NÚMERO 97 4121

Joaquim Gomes dos Santos.
Jorge Manuel Abreu de Lemos.
Jorge Manuel Lampreia Patrício.
José Manuel Antunes Mendes.
José Manuel Maia Nunes de Almeida.
José Manuel Santos Magalhães.
José Rodrigues Vitoriano.
Lino Carvalho de Lima.
Lino Paz Paulo Bicho.
Manuel Gaspar Cardoso Martins.
Maria Margarida Tengarrinha.
Maria Odete Santos.
Octávio Augusto Teixeira.
Octávio Floriano Rodrigues Pato.
Paulo Simões Areosa Feio.
Zita Maria de Seabra Roseiro.

Centro Democrático Social (CDS):

Abel Augusto Gomes Almeida.
Adriano José Alves Moreira.
Alexandre Carvalho Reigoto.
Alfredo Albano de Castro Azevedo Soares
António Gomes de Pinho.
António José de Castro Bagão Félix.
Armando Domingos Lima Ribeiro Oliveira.
Basílio Adolfo Mendonça Horta da Franca.
Eugénio Maria Antunes Anacoreta Correia.
Francisco António Lucas Pires.
Henrique Manuel Soares Cruz.
João António de Morais Silva Leitão.
João Gomes de Abreu Lima.
José Henrique Meireles de Barros.
José Augusto Gama.
José Luís Nogueira de Brito.
José Miguel Anacoreta Correia.
Luís Filipe Paes Beiroco.
Manuel António de Almeida Vasconcelos
Manuel Jorge Forte Góes.
Narana Sinai Coissoró.

Movimento Democrático Português (MDP/CDE):

José Manuel do Carmo Tengarrinha.
João Cerveira Corregedor da Fonseca.
António Monteiro Taborda.

Agrupamento Parlamentar da União da Esquerda para a Democracia Socialista (UEDS):

António Poppe Lopes Cardoso.
Octávio Luís Ribeiro da Cunha.

Agrupamento Parlamentar da Acção Social-Democrata Independente (ASDI):

Joaquim Jorge de Magalhães Mota.
Manuel Cardoso Vilhena de Carvalho.
Ruben José de Almeida Raposo.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o representante da ASDI, Sr. Deputado Magalhães Mota.

O Sr. Magalhães Mota (ASDI):- Sr. Presidente, da República, Sr. Presidente da Assembleia da República, Srs. Deputados: Não é fácil celebrar uma memória comum.
Porque, para o fazer, é necessária uma afirmação de identidade. Sermos os mesmos, a honrar o mesmo, permanecermos fiéis ao que fomos, querermos continuar. Por isso se diz que comemorar, acaba por ser uma festa de família.
Creio que, até por assim ser, o 25 de Abril não pode ser apenas memória.
É importante lembrar.
Lembrar que antes se emigrava. A salto, para a tropa. E por dentro, que é igualmente duro e dói ainda mais.
Lembrar que a liberdade foi esperança e sonho e sentido de muitas vidas. Lembrar também que foram capitães de Abril que nos deram a liberdade.
Lembrar que falamos de revolução - e não de golpe militar - porque nunca os militares pensaram confiscar em proveito próprio o poder político.
Lembrança pode ser agradecimento renovado.
Até do simbolismo com que no Largo de Camões, uma voz - a do actual Presidente de Honra das Comemorações do X Aniversário da Revolução- se pôde ouvir, porque o capitão Salgueiro Maia lhe cedeu um megafone.
E importante lembrar.
Porque nem hoje - e alguns de nós, pelo menos, o dizemos com mágoa- é consentido falar a esses mesmos militares.
Não se apaga a História. Só os totalitários a julgam poder emendar. Por isso a memória, grata ou buscando ajustes de contas, de desencantos e desilusões, de sonhos teimosamente reconstruídos, de esperanças vivas.
Não creio, retomando o que comecei por dizer, sequer possível celebrar o 25 de Abril como memória comum.
Temos que assumir que o 25 de Abril em que ficámos, com os outros, solidários e universais, foi há 10 anos e que hoje, a sua lembrança, nos divide.
Por isso, Sr. Presidente, Srs. Deputados, outro tem que ser o sentido do que nos reúne.
Festejamos a liberdade.
E não é indiferente que o façamos em época de crise.
Redescobrimos o valor positivo dos direitos do Homem. Sabemos hoje da sua capacidade protectora na vida quotidiana.
Apercebemo-nos de que os direitos e liberdades, ditos formais, são, afinal, profundamente reais, precisamente porque, para além das condições sociais, protegem o Homem.
Sabemos que a liberdade, não é um privilégio, mas uma prerrogativa de existência social dos homens.
Por isso, se não pode fazer encolher a liberdade à medida dos interesses.
Conhece-se o protesto de Tocqueville contra um sistema social em que o despotismo não tivesse necessidade de oprimir a liberdade por os homens perderem até o desejo de ser livres.
Nós queremos festejar a liberdade.
E queremos comemorar futuro.
País com cerca de 1 milénio de história vivida, não queremos desistir.
Nem falhar encontros com a vida, nem perdermo-nos nos caminhos a achar.