O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

4252 I SÉRIE-NÚMERO 100

O Orador: - Os trabalhadores demonstraram que os seus problemas não se podem resolver com panaceias ou com o recurso à polícia de intervenção, tentando calar à bastonada o seu protesto e a sua luta.
E se o Governo julga que, passado o 1.º de Maio, estão reunidas as condições para aumentar os preços, alterar a legislação laboral, nomeadamente a Lei da Greve e dos Despedimentos, desiluda-se!...
O 25 de Abril e o 1.º de Maio provaram precisamente o contrário!

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Os trabalhadores não estão dispostos a que sejam eles a pagar todo o preço da crise. Sabem que esta política pode ter servido e serviu os interesses de alguns grandes capitalistas, dos especuladores e intermediários, mas não serviu nem o povo português, nem o País, face ao agravamento dos grandes problemas nacionais.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - E invente o Governo as «insurreições» e atoardas que inventar que, quando ameaçar degradar ainda mais o nível de vida dos trabalhadores e atacar algum direito inscrito na Constituição e na lei, haverá decerto a sua resistência e a sua luta. Um Governo que faz a guerra social aos trabalhadores tem os dias contados.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: 10 anos de Abril e Maio em liberdade foram comemorados. Diferentes do 25 de Abril e do 1.º de Maio de 1974 é certo. Mas as dificuldades, as tentativas de liquidação das conquistas obtidas e os perigos, temperaram a determinação e a consciência de milhões de homens e mulheres que quiseram manifestar a sua vontade inquebrantável de prosseguir irreversivelmente o caminho do progresso, da justiça e da independência nacional.
«Ninguém mais cerra as portas que Abril abriu.»

Aplausos do PCP e do MDP/CDE.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Martins Ferreira.

O Sr. Martins Ferreira (PSD): - Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, V. Ex.ª disse na sua intervenção que foram rasgados cartazes e não sei que mais. Penso que o Sr. Deputado se estava a referir aos cartazes que foram rasgados e aos insultos feitos pela CGTP/Intersindical à UGT no Porto, pintando inclusivamente toda a área do palco existente para as comemorações da UGT no Porto. Como o Sr. Deputado não disse na sua intervenção a que é que se estava a referir, gostaria de saber se era a essas comemorações da UGT no Porto, onde inclusivamente foram rasgados os cartazes que a UGT lá tinha colocado e colados por cima outros cartazes da CGTP.
Gostaria ainda de perguntar ao Sr. Deputado o seguinte: viveu-se ou não em Portugal o 1.º de Maio em liberdade?
A este propósito, gostaria de saber qual é a posição do PCP sobre o que se passou na Polónia.

Vozes do PSD e do PS: - Muito bem!

Risos do PCP.

O Sr. Carlos Brito (PCP): -E na Grã-Bretanha?

O Orador: - Na Polónia, o Sindicato Solidariedade foi, pura e simplesmente - como se pôde ver na televisão e ouvir pela rádio -, impedido pela polícia de festejar o 1.º de Maio. Gostaria de saber a posição do PCP em relação a estes acontecimentos do 1.º de Maio na Polónia, tanto mais que o PCP e a Intersindical disseram que se o secretário-geral do Solidariedade vivesse em Portugal seria da Intersindical. Portanto, se assim é, gostaria de saber qual a posição do PCP relativamente aos acontecimentos da Polónia.

Aplausos do PSD e do PS.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - É brilhante e inteligente!

O Sr. Presidente: - Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Silva Marques.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, o que é que V. Ex.ª pensa do desmentido frontal que sofreu hoje aqui um seu colega de bancada acerca das informações que ele prestou sobre a situação laboral e sócio-económico no País? Foi aqui hoje frontalmente desmentido, com a agravante de ter sido aqui acusado de se ter retratado particularmente, não o tendo feito até este momento publicamente, como impõe a ética elementar da conduta política.
Porém, os Srs. Deputados ficaram calados, quando um vosso colega foi aqui desmentido frontalmente! Os Srs. Deputados entregaram isso ao seu foro individual? Fico surpreendido com uma bancada tão coesa na sua actuação conjunta! Para este efeito o vosso colega não é chamado? Os Srs. Deputados ouviram em silêncio. Então o que é que pensam? Ele vai retratar-se aqui?
Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, a vossa bancada está neste momento, pura e simplesmente, agarrada - já o disse ontem- à virulência linguística. Mas cuidado! Os senhores estão completamente em órbita, ao rubro ...

Risos do PCP.

... e a vossa virulência linguística faz-vos sofrer vexames atrozes que eu, como deputado, não posso deixar de encarar com alguma preocupação, porque isso põe em causa o próprio Parlamento.

O Sr. João Amaral (PCP):- Retrate-se!

O Orador: - Os Srs. Deputados devem ser mais comedidos para o vosso próprio benefício!
Portanto, Sr. Deputado, para que fiquemos elucidados depois do telex aqui lido da empresa Liz, gostaria de saber o que é que os senhores pensam. O vosso deputado vai retratar-se aqui, como o fez por via