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14 DE JUNHO DE 1984 5293

O Sr. Hasse Ferreira (UEDS): -Peço a palavra. Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito Sr. Deputado?

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - É para rir!

O Sr. Hasse Ferreira (UEDS): - Ê para um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Hasse Ferreira (UEDS): -Sr. Presidente, Srs. Deputados: Queria agradecer ao Sr. Deputado Bagão Félix o seu esclarecimento. Por ele ficámos a saber que os 42 % do sector público administrativo, durante os governos da AD, foi uma percentagem equilibrada e que os 44 % do actual governo, é excessiva.
Se não fosse estarmos na noite de Santo António, diria que tal crítica tinha sido uma boa piada.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Para um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado, mas dispõe apenas de l minuto para o efeito.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): -Sr. Deputado, o número que citou, como muitos outros, tenta enganar a questão. Não são subsídios, Sr. Deputado, veja os números oficiais sobre subsídios e indemnizações compensatórias e verá que são muitos diferentes daqueles que referiu.
Quanto à questão da diferença, se o Sr. Deputado tirar os empréstimos financeiros -que não estão na parte dos créditos - as dívidas das empresas públicas aumentam 450 milhões de contos - é uma diferença bastante grande e em sentido inverso àquela que o Sr. Deputado referiu.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Faça contas! Você até é economista.

O Orador: - Mais: o Sr. Deputado pretende passar por cima do facto de que muitos deputados membros do CDS tiveram a gestão e a tutela das empresas públicas, quer a nível financeiro, quer de tutela ministerial, e que grande parte dos gestores que ao longo destes anos as têm vindo a descapitalizar são pessoas do CDS que ganham bastante bem, que não têm problemas em recusar aumentos aos trabalhadores, que lhes vão diminuindo os salários reais e vão aumentando os seus. Assim vão canalizando as mais-valias das empresas públicas para as empresas privadas e, até, em proveito próprio.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Jorge Lacão pede a palavra para que efeito?

O Sr. Jorge Lacão (PS): - É para um protesto, Sr. Presidente.
Sr Deputado Bagão Félix, reparo que o Sr. Deputado não concorda, e o PS também não concorda, com a existência de 3 sectores estanques na área da economia. Mas o Sr. Deputado Bagão Félix concorda com uma «ménage a trois» na área da economia, ou seja, o Sr. Deputado Bagão Félix defende o sector concorrencial entre várias entidades públicas, privadas ou cooperativas. Simplesmente, não foi essa a questão que eu lhe pus. A questão que eu lhe pus era de natureza diferente. Qual era a de saber se, no seu ponto de vista, havia condições para que os investidores portugueses pudessem, agora que estão realizadas as condições para poder investir em variadíssimas e extensíssimas áreas económicas, investir, sem que previamente se tivesse que proceder a uma transferência da titularidade jurídica das empresas do sector público. Esta a primeira questão a que o Sr. Deputado não me respondeu.
A segunda questão que eu lhe tinha sugerido, era que me desse um exemplo de um qualquer país onde tivesse sido experimentado um processo sistemático de desnacionalizações, com clara vantagem para a economia do País onde tal se tivesse realizado.

Q Sr. Presidente: - Para responder aos protestos, tem a palavra o Sr. Deputado Bagão Félix.

O Sr. Bagão Félix (CDS): -É muito rápido.
Relativamente aos protestos dos Srs. Deputados do PCP não vou responder, porque temos pouco tempo e, além disso, preocupo-me mais com o futuro do que com o passado.

Protestos do PCP.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Quanto aos gestores, nada!

O Orador: - Exacto! Continuem a deixar o País ir para o fundo; continuem a falar da crise e a deixar o País ir para o fundo! Depois vão ver!

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Afinal sempre responde!

O Orador: - Os senhores fazem-me lembrar aquela história, a propósito dos trabalhadores das empresas públicas, do trabalhador que na Alemanha saía para o seu emprego. Perguntavam-lhe para onde é que ele ia e ele dizia que ia para o trabalho. Os senhores defendem aqueles senhores que saem de casa para irem para as empresas públicas e que dizem: «vamos para o emprego!»

Uma voz do PCP: - Esses são os gestores do CDS!

O Orador: - Ë nesse sentido que, efectivamente, os senhores continuam a laborar. Continuam a laborar nos postos de trabalho, sem produtividade, como se tudo caísse do céu, como se o dinheiro do Orçamento do Estado fosse um maná, fosse efectivamente qualquer coisa que cai de uma entidade divina, em que, provavelmente, não acreditarão. Enfim, é esse o vosso futuro.

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Aí, na sua bancada é que falam disso!

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