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2108 I SÉRIE -NÚMERO 61

O Sr. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró

O Sr. Narana Coissoró (CDS): -Sr. Presidente, Srs. Deputados: O CDS não podia deixar de associar-se a este voto de pesar, até para lembrar um caso que o CDS nunca poderá esquecer.
Em Março de 1975, quando quiseram suprimir o CDS da lista dos partidos democráticos, o CDS encontrou no director do jornal Diário de Notícias, Ribeiro dos Santos, a única entidade que lhe permitiu publicar um comunicado em que ele próprio interveio para dar cunho jornalístico e que -sabe-se lá- salvou o País das garras do totalitarismo de uma certa esquerda e deixou o CDS afirmar-se verdadeiramente como um partido nacional, patriótico e democrático.
Nós não podíamos esquecer-nos desta eventualidade e por isso não podíamos deixar de nos associar a este voto de pesar.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria Santos.

A Sr.ª Maria Santos (Os Verdes): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Partido Os Verdes infelizmente associa--se a um voto de pesar sobre a morte do jornalista e socialista Ribeiro dos Santos.
O jornalismo, como nós sabemos, tem assumido, ao longo dos tempos e em qualquer época, um papel extremamente importante no esclarecimento das populações, na formação cívica e democrática dos povos.
Ribeiro dos Santos soube assumir uma função extremamente pedagógica no sentido da formação cívica e democrática do povo português. Nesse sentido manifestamos ao Partido Socialista o nosso profundo pesar pela morte de Ribeiro dos Santos.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lemos.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): -Sr. Presidente, Srs. Deputados: Morreu José Ribeiro dos Santos, mais um jornalista de corpo inteiro.
A voz da liberdade de imprensa está mais pobre.
Em nome do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português, quero associar-me ao voto de pesar em memória do democrata de sempre, do antifascista, do lutador pela defesa da livre circulação e expressão das ideias.
À família enlutada, ao Partido Socialista -que activamente integrou-, apresentamos os nossos mais sinceros votos de condolências e manifestamos a nossa integral solidariedade nesta hora difícil de ausência de um companheiro de luta.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, não havendo mais pedidos de palavra, dou por encerrado o debate sobre o voto de pesar, apresentado pelo Sr. Deputado Raúl Rego, do Partido Socialista.
Vamos, pois, passar à votação.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, vai ser lido o segundo voto de pesar, apresentado por todos os grupos e agrupamentos parlamentares, mas tendo como primeiro subscritor o Sr. Deputado Adriano Moreira.

Foi lido. É o seguinte:

Voto de pesar n.º 22/V

Faleceu no passado dia 8 do mês corrente o Doutor Francisco Gentil Martins.
Francisco Gentil Martins foi presidente da Liga Portuguesa contra o Cancro e da Comissão Coordenadora do Instituto Português de Oncologia, colaborador activo das comissões da União Internacional contra o Cancro, fundador da União Europeia das Ligas contra o Cancro e da Associação Europeia dos Institutos do Cancro, presidente do Congresso da Sociedade Portuguesa de Oncologia, membro da Comissão Directiva da Sociedade Europeia de Cirurgia Oncológica e deputado eleito ao Parlamento Europeu. Francisco Gentil Martins foi um dos maiores expoentes portugueses da luta científica contra o cancro, não apenas nos seus aspectos médicos, mas também no que respeita às suas incidências sociais e drama humano.
A Assembleia da República presta homenagem à memória de Francisco Gentil Martins, transmitindo à família o seu profundo pesar e observando um minuto de silêncio.

O Sr. Presidente: - Para apresentar o voto, tem a palavra o Sr. Deputado Adriano Moreira.

O Sr. Adriano Moreira (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Peço a benevolência da Câmara para lhe transmitir o nosso sentimento, no qual esperamos ser acompanhados, sobre a perda que consideramos nacional, causada pela morte do Doutor Francisco Gentil Martins, que ontem foi a enterrar.
Nascido a 21 de Janeiro de 1927, formado na velha e gloriosa Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, foi um dos maiores expoentes portugueses da luta científica contra o cancro, não apenas nos seus aspectos médicos, também no que respeita às suas incidências sociais e drama humano.
Descendente em linha recta de Pedro Nunes, Soares Franco Abílio de Mascarenhas, Francisco Gentil e António Martins e discípulo de Lima Basto, José Conde, Pita Negrão, Mário Conde e Francisco Branco, congregou na sua formação uma notável linha familiar e uma não menos notável tradição de escola, que ambas convergiam no sentido de encaminhar o seu talento no sentido de o transformar num dos mais importantes oncologistas portugueses. Assistente do Doutor George T. Pack, por muitos considerado o maior oncologista de todos os tempos, chamou-lhe este, em dedicatórias várias, son in surgery, seu filho em cirurgia.
Durante mais de vinte anos, visitou, para aprender, todos os grandes centros de oncologia mundiais, e não deixou de ser convidado para todos os congressos ou reuniões importantes em oncologia. Assim como se transformou num dos mais considerados profissionais e numa das mais escutadas autoridades portuguesas neste domínio.
Por isso foi membro de várias comissões da União Internacional contra o Cancro, membro fundador da União Europeia das Ligas contra o Cancro, da Associação Europeia dos Directores dos Institutos contra o Cancro, da

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