O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

7 DE JUNHO DE 1991 2915

Se é notório o crescimento dos sectores industriais e comerciais, muito mais, certamente, o seria se tivesse havido orna vontade concreta de criar os espaços adequados" paia a implantação dessas estruturas por parte das autarquias, não permitindo a especulação dos preços de terrenos e, por consequência, a fuga de grandes complexos fabris para outras zonas.
Ainda faltam centros de saúde e, particularmente, centros de atendimento médico permanente -e, muito em especial, um atendimento domiciliário mais eficaz-e lares de terceira idade.
Agora que a rede de ensino preparatório e secundário vai, a breve prazo, ficar concluída, é urgente prever a . criação do ensino politécnico ou mesmo de uma universidade no oeste, mas orientados para o desenvolvimento das aptidões que a zona oferece.
Certamente que a rede viária não é boa, queremos mais
e melhor Ontem ninguém falava no IC1, hoje ele já vai
chegar à Malveira e nós queremos que continue. Também
queremos o ICI l feito. Não falo na renovação da linha do
Oeste, como nossa pretensão, porque, felizmente, foi
anunciado pela CP o seu melhoramento e adequação à rede
inter cidades Lisboa- Figueira da Foz. Ficámos satisfeitos.
Guardei para o fim da minha intervenção um dos temas
mais «badalados» e menos implementado no oeste: o turismo.
Sabemos da grande vocação do Oeste para o turismo, conhecêmo-la bem demais: a sua serra, as praias, as estâncias termais e os seus vinhedos. Por isso é difícil perdoar aos autarcas que fazem conferências de imprensa para iludir a opinião pública acerca da actuação do Governo e não dizem o que fizeram para valorizar os recursos turísticos do Oeste e o seu património histórico e cultural.
Pela nossa parte, vamos lutar para que haja uma política nacional de apoio concreto para esta região, porque acreditamos, ao contrário do que tem sucedido com a actual Direcção Regional de Turismo do Oeste, que ela tem condições ímpares de beleza, recursos naturais e artesanato para que concederem prioridade absoluta.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Sem sofismas e com convicção, vamos continuar a trabalhar porque sabemos que, connosco, o projecto dos «oesanos» será cumprido.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Silva.
O Sr. Rui Silva (PRD): - Sr. Deputado Vasco Miguel, dado que eu e V. Ex. ocupamos o mesmo espaço geográfico na denominada Região Oeste do distrito de Lisboa, comungo de algumas das suas preocupações e partilho também de algumas das satisfações que aqui trouxe.
De facto, por várias vezes trouxe a esta Câmara um sintoma elucidativo daquilo que tem sido o desenvolvimento da Região Oeste do distrito de Lisboa: o facto de estar às porias da grande cidade, da grande metrópole que é Lisboa.
O desenvolvimento da cidade e a interiorização que foi feita nesse mesmo desenvolvimento- catapultou a nossa região para algum atraso, .que hoje, felizmente, começa a verificar-se em sintoma alterado.
Que quer isto dizer? Quer dizer que as redes viárias que começam a ser construídas irão, com certeza e naturalmente -, catapultar a nossa região para um desenvolvimento industrial que, ato há pouco tempo, não foi, de maneira nenhuma, incentivado.
V. Ex., tal como eu, conhece as grandes dificuldades com que as populações do interior das regiões do distrito de Lisboa se têm confrontado nos últimos anos. Também nós estamos, defeito, optimistas. Não lhe coloco qualquer questão em particular, digo-lhe apenas que, como deputado eleito também por essa região; partilho das suas preocupações, compartilho das suas esperanças e espero bem, isso sim, que, daqui para o futuro, a Região Oeste do distrito de Lisboa e os seus sete concelhos sejam olhados com maior preocupação, com uma incidência de melhoramento e de desenvolvimento. Caso contrário, aquela que foi considerada uma ex libris da zona geográfica e metropolitana à volta de Lisboa poderia começar a sentir um atraso dificilmente recuperável.
Estou consigo. Também eu estou, de facto, confiante e espero que, a muito curto prazo, possamos todos dizer que a Região Oeste do distrito de Lisboa ocupa o lugar que todos nos desejamos.
O Sr. Presidente: Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Vasco Miguel
O Sr. Vasco Miguel (PSD): Muito rapidamente, visto que há vários companheiros de bancada inscritos, quero apenas agradecer as gentis palavras que me foram dirigidas pelo Sr. Deputado Rui Sirva.
O Sr. Presidente: Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Sócrates.

O Sr. José Sócrates (PS): - Comemorou-se ontem o Dia Mundial do Ambiente. Infelizmente, não foi possível a esta Câmara e aos Srs. Deputados, a propósito do dia, abordarem o tema.
Faço-o hoje. E não haverá melhor forma de o abordar que aproveitar esta altura para vos comunicar numa altura de fim de legislatura a avaliação e o balanço que os socialistas fazem da política de ambiente nestes últimos quatro anos. É um direito e um dever que temos.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: Estarão, com certeza, de acordo comigo se vos disser que a aprovação da Lei de Bases do Ambiente por esta Assembleia marcou um momento decisivo na evolução da política ambiental do País. Não só porque, por um lado, consagrou a doutrina, as bases para definição das políticas, como, por outro lado, a sua aprovação veio dar, finalmente, o elan e a força que faltavam à política de ambiente, fazendo, finalmente, com que o tema deixasse de ser apenas assunto de polémica para passar a ser assunto de política.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Porém, a esperança que a aprovação desta lei deixou, na altura, foi-se dissipando ano após ano. Estes últimos quatro anos, Srs. Deputados, os que corresponderam a esta legislatura, foram quatro anos de frustração, quatro anos de desilusão.
A política de ambiente não deixou, nestes quatro anos, de ser uma política periférica, de actuação pontual, uma política limitada.

Páginas Relacionadas
Página 2916:
2916 I SÉRIE -NÚMERO 89 O ambiente foi quase sempre, como um empecilho ao desenvolvimento.
Pág.Página 2916
Página 2917:
7 DE JUNHO DE 1991 2917 sua verdadeira doutrina, apresentando a lei do segredo Estado, que
Pág.Página 2917