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2192 I SÉRIE - NÚMERO 67

média, praticamente, de lotações esgotadas em concertos, recitais e espectáculos.
Ora, a temporada do bicentenário foi levada a cabo, as obras do teatro foram realizadas e as pessoas perguntavam: «Será que o Teatro de S. Carlos reabriu e está a produzir apenas porque estamos a festejar os 200 anos? E o que acontecerá para o ano?» Já estamos no ano seguinte ao do bicentenário e o número de espectáculos é, este ano, superior e, se tudo continuar a correr como até aqui, a média vai ultrapassar a do próprio bicentenário.
Até hoje, Lisboa 94 apenas teve dois espectáculos cancelados, em virtude de músicos de um país estrangeiro estarem em greve, fenómeno que se verificava há anos em Portugal mas que, como sabem, deixou de acontecer graças aos resultados da política levada a cabo.

Aplausos do PSD.

Se me permitem, também em relação ao Teatro Nacional D. Maria II, gostava de fazer uma breve referência. Com certeza, todos estaremos recordados como foi dito que, após a produção Passa por mim no Rossio, o Teatro Nacional D. Maria II voltaria à desertificação ou não seria mais do que um teatro de revista. Ora, depois de Passa por mim no Rossio, este teatro já levou à cena a reposição de Zé Runa, a peça O leque de Lady Windermere e, ultimamente, esteve em cena Clamor, estando já a ser encenada a peça As Fúrias, de Filipe La Féria, em co-produção com Lisboa 94.
Para além disto, foi ainda reinaugurada a Sala Estúdio, com várias produções experimentais, depois da conclusão das obras do Teatro D. Maria II.
Também aqui as nossas preocupações podem ficar de lado. A programação está estabelecida até ao final de 1995, seguindo este teatro o seu caminho, tranquilamente.
Em relação aos museus de Portugal, Srs. Deputados, esperamos este ano, pela primeira vez, ultrapassar o número de 1 milhão de visitantes, apesar de vários museus se encontrarem fechados, durante meses, para a realização de obras profundas de reestruturação. Posso confirmar também a esta Câmara que o principal museu de Portugal, o Museu Nacional de Arte Antiga, será inaugurado - desde já convido todos os Srs. Deputados a estarem presentes na sua inauguração, no próximo dia 19 de Maio, pois esta é uma obra que a todos encherá de orgulho e que colocará este museu ao nível dos grandes museus do mundo.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Também quanto ao Museu de Arte Contemporânea do Chiado, cujo custo das obras excedeu o da adjudicação, o relatório do Conselho Superior de Obras Públicas confirma a inexistência de quaisquer anormalidades, pelo que o museu abrirá no mês previsto, ou seja, no dia 28 ou 29 do próximo mês.
Para terminar, gostava de referir o caso da Orquestra Sinfónica Portuguesa porque julgo ser o mais significativo em relação àquele que foi o passado recente e, de algum modo, já remoto de Portugal. Durante 20 anos não tivemos temporada sinfónica mas, neste momento, a Orquestra Sinfónica Portuguesa actua regularmente no Centro Cultural de Belém com as salas cheias.

O Sr. Presidente: - Queira terminar, Sr. Secretário de Estado.

O Orador: - Termino já, Sr. Presidente.

Aliás, Srs. Deputados, hoje as galerias deste Hemiciclo parecem as salas do Grande Auditório do Centro Cultural de Belém em dia de concerto da Orquestra Sinfónica Portuguesa: cheias de juventude!

Aplausos do PSD.

E tudo isto se processou, depois de profundos processos de reestruturação, sem agitações, com tranquilidade, serenidade e consenso entre os conselhos de gerência, os trabalhadores e os artistas, ou seja, o contributo de todos vós, Srs. Deputados da oposição e do partido que apoia o Governo, foi muito útil ao longo deste ano e possibilitou vivermos, neste momento, uma situação de algum conforto e tranquilidade, face às pesadas responsabilidades que nos têm estado entregues.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Pereira Marques.

O Sr. Fernando Pereira Marques (PS): - Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado da Cultura, temos reparado que, nos últimos tempos, V. Ex.ª está numa fase de balanço. Lá terá as suas razões, são problemas seus e do seu partido! Não vou especular sobre isso.
Num contexto destes, é difícil também fazer um balanço crítico daquilo que tem sido a política que V. Ex.ª tem corporizado. No entanto, gostaria de aflorar aqui, muito rapidamente, algumas questões.
V. Ex.ª falou do Centro Cultural de Belém. Se for consultar as actas desta Assembleia, reparará que, tanto eu como o meu grupo parlamentar, nunca pusemos em causa esse projecto,...

Risos do PSD.

... a não ser nos aspectos e perspectivas irresponsáveis, nomeadamente quanto à forma como o mesmo foi conduzido e encarado tanto do ponto de vista da construção como da sua viabilidade financeira.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Os ruídos que vêm da bancada da maioria demonstram a superficialidade e a ignorância com que têm acompanhado todas estas reformas.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

Segundo as últimas notícias, concretamente em relação à questão do Centro Cultural de Belém, confirmam-se as nossas preocupações quanto à viabilidade financeira do projecto e à leviandade com que foi criada a Fundação das Descobertas.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Em 1993, segundo números divulgados, que gostaria que V. Ex.ª confirmasse ou infirmasse, em quatro meses de actividade, registaram-se 800 000 contos de prejuízo e, para 1994, está previsto um défice de 2 milhões de contos.
No que se refere ao mecenato, V. Ex.ª, em declarações, inclusive, à imprensa estrangeira, considerou que