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25 DE MAIO DE 1995 2551

o projecto, apesar de ainda dependerem de esquemas de financiamento que não foram definidos pelo Governo -, mas os dois projectos de eléctricos rápidos que dependiam do Governo, o de Loures e da Expo 98, esses, incompreensivelmente, são os que estão mais atrasados, na medida em que ainda nada foi feito para os concretizar. Falar, portanto, de um sucesso do Governo na aplicação dos fundos comunitários para a realização do plano de estradas é capaz de corresponder à realidade quanto aos IP e IC. No que diz respeito a tudo o resto, penso que, infelizmente, o balanço é extremamente negativo.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado José Eduardo Reis.

O Sr. José Eduardo Reis (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Martins, não vou tecer elogios à sua iniciativa porque eles já foram feitos.
Quanto à obra que o PSD se propôs mostrar - o Sr. Deputado Silva Marques acabou de perguntar "E a obra?" - o PSD mostrou realmente aquilo que fizeram. Não fizeram mais do que a vossa obrigação e, se calhar, fizeram pouco. Com tantas dezenas ou centenas de milhões de contos da Comunidade Europeia certamente que seriam obrigados a mostrar mais e melhor.
Mas desafio o grupo do PSD a fazer outras, visitas, designadamente às empresas falidas, às pescas, às escolas, ao mundo rural! Essas visitas é que gostaria que o PSD promovesse e que levasse os Deputados desta Casa a ver.
O Sr. Deputado Luís Martins referiu-se nomeadamente a mim quando disse que os próprios autarcas do PS se insurgiram com a ideia que defendi de se manter as linhas do Vale do Vouga e do Dão.
Sr. Deputado Luís Martins, quero dizer-lhe que defendi esse princípio e continuo a defendê-lo. E se o Sr. Deputado diz que, efectivamente, não haveria mais do que cinco passageiros naquela linha, até entendo que cinco passageiros eram demais, porque não tinha condições nem para pessoas nem para animais. Deixaram degradar aquilo e, por isso, não se podia exigir que as pessoas se fizessem transportar naquelas linhas.
No entanto, o que defendo, e já há muito tempo, Sr. Deputado, é que aquelas linhas devem ou deveriam servir para fins turísticos.
A este propósito, quero ainda perguntar-lhe se o Sr. Deputado sabe que uma freguesia do concelho do Viseu vai iniciar uma experiência, com vários quilómetros de percurso, já com fins turísticos, à revelia da própria Câmara, que não pretende a exploração com esses fins.
Em todo o caso, quanto à linha ferroviária, não defendemos apenas aquela região, também defendemos outras, porque os senhores, pura e simplesmente, abandonaram esta área, tendo entendido, quanto a mim, mal, que as estradas eram suficientes para o nosso país. Mesmo assim, o plano rodoviário elaborado há mais de 10 anos já deveria estar terminado e foram levados a cabo pouco mais de 55 %. Aliás, foi o Sr. Deputado o próprio a insurgir-se contra o Governo, há dois ou três anos, quando, numa entrevista a um jornal da sua terra, disse o seguinte: "Se o IP n.º 3 continua parado, como está, interrogamo-nos se vale a pena continuar a votar no PSD".

A Sr.ª Conceição Castro Pereira (PSD): - Vale, vale!

O Orador: - O Sr. Deputado deve lembrar-se das suas preocupações de há dois ou três anos. Mas pergunto-lhe: o que é feito do IP n.º 3, que já deveria ter ligado Lamego a Vila Real e a Viseu? Continua em zero. O que é feito do IP n.º 5? Vocês, com a pressa que tinham de inaugurar aquela via, em alturas pré-eleitorais, deixaram o seu traçado numa miséria, saturado e perigosíssimo.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Não diga isso!

O Orador: - Sr. Deputado Luís Martins, a sua iniciativa traduziu-se num grande show que o promoveu a si e ao Governo e, por isso, dou-lhe os meus parabéns!

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Martins.

O Sr. Luís Martins (PSD): - Sr Presidente, Srs. Deputados, vou ser breve.
Não seguindo a ordem das perguntas, começo por agradecer ao Sr. Deputado José Eduardo Reis o facto de me ter questionado. Pessoalmente - trata-se de uma posição pessoal -, fui sempre contra as deslocações parlamentares, de grupos parlamentares, embora participe nas do PSD, porque sempre me pareceu, tal como ao Grupo Parlamentar do PSD, que numa análise concreta e num debate como aquele que podemos fazer hoje aqui devem participar todos os partidos, mas todos os partidos com informação. Sempre tive esta posição e o Sr. Deputado, com certeza, sabe-o bem. É isso que nos permite fazer este debate.
O Sr. Deputado colocou a questão de visitar escolas e empresas, mas depende das escolas e das empresas que se visitarem. Disse que o PSD deve fazê-lo, mas já o fizemos e, com certeza, os senhores também o farão.
Tradicionalmente, quando o Grupo Parlamentar do PSD desenvolve uma acção partidária, ninguém lhe impõe nem negoceia consigo onde é que se deve ir. No entanto, neste caso, negociámos com o PS e com PCP onde é que devíamos ir e, no final, concordámos que iríamos a x pontos, alguns positivos e alguns, porventura, menos positivos, mas, repito, quando vai apenas um partido, ele só escolhe aquilo que lhe interessa. Ora. nestes casos, o que é que sucede? O PSD, obviamente, como é Governo, escolhe o melhor e vai ver o melhor que há; o PS, como a sua satisfação resulta sempre de os portugueses viverem mal, de haver fábricas falidas e pessoas desempregadas, escolhe essas situações. Esta é a realidade, Sr. Deputado.
A questão que a Sr.ª Deputada Leonor Coutinho me colocou tem pouco a ver com aquelas que me foram colocadas pelos Srs. Deputados José Eduardo Reis e José Manuel Maia. Nenhum dos senhores ousou contestar as afirmações que fiz na tribuna em relação àquilo que está feito - isto, para esclarecimento do colega que está à frente da vossa bancada.

O Sr. Silva Marques (PSD): - É esse o ponto!

O Orador: - E nenhum as contestou, porque vimos a realidade! Ela está lá! Suscitaram, porém, alguns aspectos negativos, nomeadamente do Sr. Deputado José Manuel Maia, com os quais concordamos.
Falou no êxtase do PSD, porque entende que não está de acordo com a realidade Com qual realidade?! O êxtase do PSD está de acordo com a realidade que vimos! E vimo-la! Estava lá! Então, percorremos o País inteiro, nos governos civis falámos praticamente com uma centena de presidentes de câmara e todos disseram "O Governo fez

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