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3008 I SÉRIE-NÚMERO 89

podem e devem ser desenvolvidas, quer elas sejam do plano económico (como têm sido as ajudas e apoios ao desenvolvimento dos Açores) quer elas se perfilem em termos de colaboração científica e tecnológica, de colaboração no âmbito da indústria e incremento de relações económicas e comerciais, sendo esta última uma componente que pode. e deve merecer mais atenção e mais acção.!
Sr. Presidente, Srs. Deputados: O PS dá o seu voto favorável para a ratificação do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os Estados Unidos da América.
Fá-lo porque considera que a cooperação com os Estados Unidos da América é um vector determinante ida nossa política externa que, no caso vertente, pode e deve ser aprofundada. Os laços de amizade e de mútua confiança entre os dois países é já longo. Nos Estados Unidos da América integram-se, hoje, muitos portugueses e a própria ligação cultural e afectiva entre os dois povos é cada vez maior.
Fá-lo ainda por que a assinatura de um acordo que é também de defesa se inclui num pilar importante de articulação entre a política externa e de defesa. As preocupações mútuas pela paz e segurança e a vontade de contribuição para que tais valores sejam uma realidade no nosso mundo estão na base do acordo firmado.
Neste contexto é também o nosso contributo para a paz. É o contributo de um país, com uma longa História, que se deseja livre e independente e inserido numa comunidade que considera a paz um valor fundamental para o progresso e futuro dos povos.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Correia Afonso): - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Gomes da Silva.

O Sr. Rui Gomes da Silva (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Miranda Calha, para mim não foi surpresa nenhuma o conteúdo da sua intervenção, designadamente no que toca ao apoio que deu à matéria que o Governo aqui trouxe hoje e à proposta de resolução que está em discussão.
Tão pouco foi surpresa para mim a definição que deu da política externa. Penso que, em relação aos aspectos da nossa vocação atlântica, da relação privilegiada a ter com os Estados Unidos da América, da potência marítima que somos em termos de história e de análise geo-política, coincidimos rigorosamente. Portanto, quanto a isso estamos de acordo.
Mais: parece-me relevante para esta discussão a referência que fez ao apelo feito pelo Sr. Deputado Jaime Gama, apelo esse a que o Governo agora respondeu com a aprovação deste acordo.
Estamos esclarecidos quanto a quem não quer este acordo. Há pouco o Sr. Deputado Mário Tomé disse aqui quais eram as suas relações preferenciais, os amigos que não queria ter; daqui a pouco tempo o PCP brindar-nos-á com mais um conjunto de enormidades em relação a este acordo, o que para nós não é surpresa nenhuma.

O Sr. João Amaral (PCP)): - É muito bruto... Falta-lhe «chá»...

O Orador: - Faço-lhe este desafio, Sr. Deputado Miranda Calha: em nome do PS, convença o Deputado Martins Goulart, apesar de algumas dúvidas que tem - aliás, ele próprio as colocou hoje de manhã na Comissão de
Negócios Estrangeiros, Comunidades Portuguesas e Cooperação -, por razões de Estado e para que não se confunda com as pessoas que não tem nada a ver connosco, a juntar-se aos «bons» e para que o seu voto não se confunda com um voto contra ou com uma abstenção, a votar connosco dizendo que há um conjunto determinado e bem delimitado que está a favor deste acordo.
É este o apelo que deixo aos Srs. Deputados Miranda Calha e José Lello (que também pode dar uma «mãozinha») para que convençam o Sr Deputado Martins Goulart a votar a favor.
Mais: isso estaria de acordo com o esclarecimento que obtivemos hoje na Comissão de Negócios Estrangeiros, Comunidades Portuguesas e Cooperação, quando nos reunimos com os representantes da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, que aproveito para saudar na medida em que não estavam aqui presentes aquando da minha primeira intervenção.
Este é o sentido da minha pergunta e o sentido do meu apelo. Se a ele o Sr. Deputado responder positivamente, creio que isso será uma vantagem para nós. Penso que o Sr. Deputado Martins Goulart não se arrependerá de, por razões de Estado, votar a favor.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente (Correia Afonso): - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Miranda Calha.

O Sr. Miranda Calha (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Rui Gomes da Silva, agradeço a questão que colocou, que é extremamente interessante, embora eu não perfilhe alguns dos pontos de vista que apresentou antes de fazer esse desafio, que tem a ver com algumas coincidências relativamente a certas questões de política externa.
V. Ex.ª não ouviu bem a minha intervenção, porque, por exemplo, há pontos relevantes, como seja o do desenvolvimento de acordos com a República Federal da Alemanha ou com a França, que, pura e simplesmente, caíram, o que demonstra que não coincidimos no facto de se lerem alterado desta maneira vectores tradicionais da nossa política externa, como eram aqueles que se encontram consubstanciados por esses mesmos acordos. Portanto, aí há, de facto, questões que têm a ver com a substância e que são diferentes em relação àquilo que o Governo tem vindo a perfilhar, como há também outros aspectos a ter em conta em relação a este mesmo acordo.
Quanto à questão de convencer o Sr. Deputado Martins Goulart, queria dizer ao Sr Deputado que, no nosso grupo parlamentar, os Deputados pensam pela sua própria cabeça.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Portanto, não vou, obviamente, dizer ao Sr. Deputado como deve votar. Ele pensa pela sua cabeça...

O Sr. Rui Gomes da Silva (PSD): - E deixa-o votar com o PCP?

O Orador: - Sr. Deputado, ele pensa pela sua cabeça e votará certamente da melhor maneira, tendo em conta a situação dos Açores.
Mas também quero dizer-lhe o seguinte: já que invocou o nome de um colega meu para esta votação, suge-

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