O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

22 DE DEZEMBRO DE 1995 543

lo que é essencial em si: V. Ex.ª, em qualquer intervenção política, não deixa de fazer intriga política, e ela é tão inata em si que não basta que se consuma dentro do seu partido em relação ao Presidente da República, o Sr. Dr. Mário Soares, apoiado por VV. Ex.ªs na altura, mas torna-se necessário que se faça agora dentro do próprio PSD.

Aplausos do PSD.

É por isso, Sr. Deputado, que as suas declarações têm o valor que têm e não nos devemos preocupar muito com isso.
Também o PP não deve preocupar-se muito com as suas posições de hoje em relação a ele. O que V. Ex.ª quis dizer foi isto: «Atenção PP, os senhores têm-se portado tão bem, porque é que hoje se portaram mal? Porque é que hoje resolveram fazer oposição ao Partido Socialista? Porque é que hoje resolveram bater-nos?».

O Sr. José Magalhães (PS): - Bata no PP! Só atrapalha o Cavaco!

O Orador: - Eu, se fosse o PP, tomava realmente esta admoestação como um sinal de grande perigo em relação à sua posição, como, por exemplo, na votação do Orçamento do Estado.
Porque VV. Ex.ªs convenceram o País de que ele vive em instabilidade e isso não é verdade. Quando chegarmos à votação do Orçamento do Estado, vamos ver se, perante a votação negativa geral da oposição, há algum partido que deixe passar o Orçamento,...

O Sr. José Hasse Ferreira (PS): - Isso é que é intriga!

O Orador: - ... porque esse partido será a muleta do Governo e estará objectivamente coligado com o Partido Socialista e com o Governo, em relação aos objectivos e aos resultados da governação.

Aplausos do PSD.

O Sr. Deputado Jorge Lacão, na intervenção que fez, focou três pontos que não deixaria de salientar como muito importantes para nós.
V. Ex.ª fez-nos uma alusão, que reputo não completamente clara, em relação à hipótese que teríamos tido de propor uma mudança de figurino em relação a um tipo de debate parlamentar. Gostaria de lhe lembrar que fizemos isto porque o Sr. Primeiro-Ministro de agora, o então Deputado António Guterres, disse na Assembleia que, manter as regras dos debates que então existiam, era viciar o jogo entre a oposição e os governos e dar todas as condições a estes. Ora, se VV. Ex.ªs dizem que fizemos mal, mas agora ainda fazem pior, porque nem sequer aceitam o modelo de um debate com base numa interpelação, então estão a cometer um duplo erro, estão a manter o figurino dos debates e estão a impedir os partidos da oposição de fazerem oposição dentro da Assembleia da República.

O Sr. Presidente: - Peço-lhe que termine, Sr. Deputado.

O Orador: - Gostaria, Sr. Deputado Jorge Lacão, de lhe dizer, muito rapidamente, mais duas coisas, em jeito de comentário breve.
VV. Ex.ªs dizem que apresentaram a legislação sobre as incompatibilidades dos directores-gerais, mas faltou qualquer coisa: as normas que dizem respeito aos concursos públicos para directores e subdirectores-gerais. Só nessa base é que será lícito nomear os novos directores e subdirectores-gerais, de acordo com as vossa promessas eleitorais, depois de substituídos estes.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, tem de terminar.

O Orador: - Vou terminar, Sr. Presidente,...

O Sr. Presidente: - Mas termine mesmo, Sr. Deputado.

O Orador: - ... mas há aqui uma coisa que não posso deixar em claro,...

O Sr. Presidente: - Pode, se respeitar o Regimento da Assembleia!

O Orador: - ... senão, depois, terei de pedir a palavra para defesa da honra.
V. Ex.ª fez alusões ao Sr. Prof. Cavaco Silva, que acho que são perfeitamente inadmissíveis. Então, V. Ex.ª acha que o Sr. Prof. Cavaco Silva iria mudar de posições, iria ficar calado, perante um Governo «Pai Natal» que exibe a irresponsabilidade que exibe em relação a tudo quanto é acto de pretenso Governo? V. Ex.ª acha que o Sr. Prof. Cavaco Silva que, em relação à sua governação, foi um exemplo de dedicação e de responsabilidade, iria ficar calado perante isto?

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, já gastou cinco minutos, tem de terminar.

O Orador: - Com certeza, Sr. Presidente.
Não precisa de perguntar ao PSD que candidato é que apoia; bastaria que houvesse um candidato chamado Jorge Sampaio, com o passado que tem e a configuração que tem, para o PSD ter imediatamente outro candidato.

Aplausos do PSD. Vaus do PS: - Ah!...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, desculpe, mas tem de terminar. Temos de nos respeitar uns aos outros. Não há privilégios especiais para qualquer Sr. Deputado.
O Sr. Deputado sabe isso muito bem, portanto, peço-lhe que termine.

O Orador: - Sr. Presidente, terminarei com uma única frase.

O Sr. Presidente: - Tem de terminar mesmo, Sr. Deputado. Porque dizer que vai terminar e não o fazer não é uma maneira séria de respeitar o Regimento, desculpe que lhe diga!

O Orador: - Sr. Presidente, terminarei imediatamente e com uma declaração de concordância em relação a uma coisa que disse o Sr. Deputado Jorge Lacão. V. Ex.ª disse que era preciso mudança nas presidenciais. Tem razão! É preciso que o novo Presidente da República não seja um socialista!

Aplausos do PSD.

Vozes do PS: - Ah!...

Páginas Relacionadas