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1972 I SÉRIE - NÚMERO 61

continuou a sua «gesta» de dar lições ao Partido Socialista sobre como se defendem os trabalhadores e o povo português. Não deixarei de recordar que, se nos reportarmos aos últimos 10 anos, constatamos que os «mestres» perderam metade do eleitorado e os «maus alunos» duplicaram o. seu eleitorado!

O Sr. José Junqueiro (PS): - É curioso!

O Orador: - Há aqui, portanto, alguma perplexidade, o que me levou a não confiar no tom peremptório e na fé com que foram propostas as medidas que iriam salvar o País.
Atrevia-me a fazer uma primeira pergunta, para, porventura, me convencer, que é a de saber em que país é que as propostas do PCP deram bons resultados. Mas essa é ainda uma pequena pergunta quando comparada com o dilema em que o Partido Comunista se envolveu, e que foi bem sublinhado pela Sr.ª Deputada.
Na verdade, se este Governo é assim tão igual ao do PSD, se a situação está tão catastrófica e se, inclusive, a veemência do Partido Comunista é agora maior contra o Governo do Partido Socialista do que era contra o do PSD, nos primeiros seis meses,...

Protestos do PCP.

... então, das duas uma: ou o Partido Comunista propõe um pacto de governo «à grega» ao PSD e ao PP para colocar o PS na oposição, ou demonstra que a veemência que põe nas suas palavras é apenas retórica parlamentar, oxigénio político para sair do bloqueio estratégico em que se deteu.

Aplausos do PS.

Gostava, realmente, que esclarecessem qual destes termos do dilema é o vosso!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Odete Santos. Dispõe de apenas um minuto para o efeito.

A Sr.ª Odete Santos (PCP): - Sr. Presidente, não vou precisar de muito tempo, porque o Sr. Deputado Rui Namorado não disse absolutamente nada!

Vozes do PS: - Ah!

A Oradora: - Não disse absolutamente nada, só falou!
Os assuntos que toquei são muito sérios, envolvem questões relativas a acidentes de trabalho e doenças profissionais. Os senhores que passam tanto tempo a falar no acordo de concertação social, onde está prevista, a curto prazo, a revisão da lei, apresentam, primeiro a da polivalência! Sobre isso, o Sr. Deputado Ruí Namorado disse zero! Tenho, por isso, de concluir que é absolutamente insensível aos problemas dos sinistrados do trabalho.

Vozes do PCP: - Muito bem!

A Oradora: - Em segundo lugar, se vamos falar de retórica parlamentar, eu que costumo usar uma linguagem mais ou menos corrente, faço recordar que foi o Sr. Deputado que falou no «pacto à grega» e na «gesta.»! Não sei se, daqui a pouco, não irá despejar a demanda do Santo Graal. Portanto, sobre retórica, também estamos conversados.

Risos do PCP.

Em terceiro lugar, e em resposta à sua questão, pergunto-lhe em que país as receitas apresentadas agora pelo seu partido deram resultado!
Por último, Sr. Deputado Rui Namorado, fie-se na virgem e não corra, e verá o trambolhão que leva!...

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Vieira de Castro.

O Sr. Vieira de Castro (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Ministros, Srs. Secretários de Estado e Srs. Deputados, saúdo a presença do Sr. Primeiro-Ministro e formulo-lhe um pedido de esclarecimento. Se V. Ex.ª não puder responder hoje, por constrangimentos regimentais, noutra ocasião far-me-á esse favor.
O pedido de esclarecimento é simples, Sr. Primeiro-Ministro. Tenho curiosidade, e tenho a certeza que não apenas eu, mas a Câmara e o País, em saber que exercício faz V. Ex.ª para compatibilizar o optimismo que expressou no programa Crossfire quanto à nossa economia e as apreensões manifestadas pelo Fundo Monetário Internacional e pela OCDE, apenas 15 dias depois decorridos de, na SIC, ter exagerado, do meu ponto de vista, em optimismo, o que - perdoe-me, Sr. Primeiro-Ministro seguramente não gera a confiança dos agentes económicos. Não é só pela via do esbanjamento do optimismo que a economia caminha bem.
Sr. Ministro Ferro Rodrigues, V. Ex.ª interpretou mal uma alusão que eu fiz. Eu não quero interferir nas questões internas do Governo,...

Vozes do PS: - Ah!...

O Orador: mas peço-lhe que respeite o meu temor.
Fiz uma contestação, que foi a seguinte: hoje, foi distribuído um «papel» discreto, excessivamente discreto, na minha opinião, à Sr.ª Ministra para a Qualificação e o Emprego. Ora, receio que, porventura, alguém, que não eu, possa tirar ilações equívocas a propósito da coesão do Governo.

Risos do PS.

Fico-me por aqui.
Sr. Ministro Ferro Rodrigues, relativamente à minha posição, no que tem a ver com a idade de reforma das mulheres, estou em consonância com V. Ex.ª.

O Sr. Jorge Lacão (PS): - Vamos ver!

O Orador: - Hoje, se estivesse no Governo, ....

O Sr. Jorge Lacão (PS): - Se, se... !

O Orador: - ... tomá-la-ia da mesma forma. Mas o PSD não está no Governo. É o PS e este tem agora a responsabilidade de avaliar e manter ou revogar essa decisão. Ou não tem sido o Governo do PS tão lesto, porventura lesto de mais, em revogar medidas dos governos do PSD?