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24 DE MAIO DE 1996 2409

as leis das propinas existentes e não contra o princípio do pagamento das propinas. Devo dizer-lhe; aliás como já disse noutras ocasiões, que, se, de facto, era essa a sua opinião e a opinião da Juventude Socialista, expressavam-na tão baixinho, tão baixinho - com certeza, por opção -, que não se conseguia ouvir nem distinguir uma coisa da outra.
Mas quero questioná-lo mais especificamente em relação às questões da segurança social. É que, Sr. Deputado, voltando ainda à questão da antecipação da reforma das mulheres, quando se nega e se vota contra um projecto de lei que antecipa a reforma das mulheres - o qual mereceu, inclusive, o apoio do Partido Socialista na última legislatura -, com base em argumentos de lógica contabilista, repito, de lógica contabilista, como foi aqui dito, está a fazer-se aquilo que considero uma coisa gravíssima, que é a negação dos sentimentos e da generosidade característicos da juventude, bem como da solidariedade entre as várias gerações, que é, e sempre foi, apanágio da juventude, concretamente da juventude portuguesa.
Por último, o Sr. Deputado referiu-se a algumas juventudes como meros apêndices dos partidos políticos, mas devo dizer-lhe que, nesta situação, mais do que um «apêndice», a JS é um «inchaço».

Vozes do CDS-PP: - Violento!

O Sr. Presidente: - Para responder aos pedidos de esclarecimento, dispondo para o efeito de 5 minutos, tem a palavra o Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto.

O Sr. Sérgio Sousa Pinto (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Sérgio Vieira, muito obrigado pelas questões e pelo repto que teve a amabilidade de me lançar.
Devo dizer-lhe que a Juventude Socialista não apresentou um projecto próprio de revisão constitucional, pela circunstância simples de que fez constar as suas propostas no projecto do Partido Socialista, que as acolheu. Portanto, as propostas da JS valem 112 votos e as vossas valem apenas 3. Esta é a questão fundamental nesta Assembleia.

Aplausos do PS.

Sr. Deputado, estou disponível para o número conjunto que nos sugeriu em matéria de extinção do serviço militar obrigatório. Se a JSD precisar dos nossos votos para fazer aprovar a proposta de extinção, expressa na Constituição, do SMO, votaremos convosco, Sr. Deputado!

O Sr. Jorge Lacão (PS): - Grande vitória!

O Orador: - Sr. Deputado Nuno Correia da Silva, quando fizer uma interpelação séria sobre emprego, terá uma resposta por parte da Juventude Socialista.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Em matéria de acção social, se o Sr. Deputado tem informações, que não trouxe a esta Câmara, respeitantes às intenções do Governo nesta matéria e contraditórias com as que temos, que são públicas, que são claras e que são no sentido de alargar progressivamente a acção social aos estudantes do ensino superior privado, como aliás já vem acontecendo, peço-lhe que as traga à Câmara, se forem inovadoras, de forma a contribuírem para o nosso esclarecimento e para o cabal esclarecimento da opinião pública nesta matéria.
Foram tomadas medidas legislativas nesta matéria, o Governo tem avançado no sentido do alargamento progressivo da acção social escolar aos estudantes que beneficiam e que frequentam o ensino superior privado. O Sr. Deputado não tem qualquer razão para a angústia que, repentinamente, tomou conta de si nesta matéria.
Sr. Deputado Bernardino Soares, tenho alguma dificuldade em responder às questões que me colocou, pelo cinzentismo, pelo cansaço com que venho há longos meses a ouvir rigorosamente o mesmo, sem ponta de arejamento, de originalidade e de diferença. Tenho a consciência que os meus camaradas do PS, que têm neste momento 40 anos, há 20 anos atrás respondiam precisamente o mesmo aos camaradas da JCP. Devo confessar um cansaço particular em responder às questões que me colocou.

O Sr Ruben de Carvalho (PCP): - Tão jovem e já cansado!...

O Orador: - Respeito a sua organização pelo trabalho que desenvolve, pelo contributo que dá ao protagonismo da intervenção política juvenil na sociedade. Merece-me o respeito, toda a consideração e mesmo a estima da JS, mas é também uma organização silenciosa, clandestina...

Vozes do PCP: - Clandestina?...

O Orador: - ..., empenhada constantemente num trabalho de colonização do movimento associativo, na qual, aliás, tem também recebido o estímulo da JSD, sempre empenhada na mesma política colonizadora e tutelar do movimento associativo...

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Dessa conversa é que já estou cansado!

O Orador: - ..., mas, de resto, pouco ou nada tem sabido acrescentar ao debate político juvenil.
Por outro lado, Sr. Deputado, ninguém falou no fim das carreiras, mas, sim, no das profissões.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - É igual!

O Orador: - Qualquer jovem, hoje em dia, sabe que, ao longo da vida, vai ter de mudar várias vezes de emprego e desempenhar actividades completamente diferentes. Sr. Deputado, o fim das profissões no sentido tradicional, na acepção principal do termo, não é o fim das carreiras.
O Sr. Deputado lançou também algumas questões respeitantes à segurança social, falou, nomeadamente, da sua preocupação e especial sensibilidade à questão da solidariedade intergeracional. Devo dizer-lhe que não pomos em causa a solidariedade intergeracional! É óbvio que os jovens de hoje financiem o sistema que paga as reformas dos actuais reformados. Essa questão não se põe nem ninguém a contesta, só que a solidariedade intergeracional também funciona ao contrário, e os mais velhos hoje em dia não se podem demitir de pensar, de equacionar e de se preocupar com a viabilidade e com o futuro da segurança social. E isso também é solidariedade intergeracional!

Vozes do PS: - Muito bem!

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