O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2410 I SÉRIE - NÚMERO 74

O Orador: - O Sr. Deputado perdoar-me-á mas não poderia concluir a resposta à sua interpelação sem saudar, uma vez que a Juventude Comunista Portuguesa não tem autonomia política que justifique a existência de um secretário-geral próprio - o que é público e notório -, a recondução do secretário-geral da JCP, o sempre jovem camarada Dr. Carlos Carvalhas, que continua a ser o Secretário-Geral conjunto do PCP e da Juventude Comunista, porque esta não tem autonomia política, não tem pensamento político próprio, distinto do partido e, portanto, não se justifica que tenha também uma liderança própria.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Bernardino Soares pediu a palavra para que efeito?

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Para exercer o meu direito de protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Sr. Presidente, quero, sob a forma de protesto, dizer ao Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto que as questões de orgânica interna de cada organização e de cada juventude partidária a ela devem dizer respeito. Além disso, na minha organização, tendo havido um debate, como aliás há em todas as questões sobre os modos de organização, inclusive sobre a necessidade ou não, a nossa concordância ou não, com a existência desse tão necessário para V. Ex.ª cargo de secretário-geral, decidimos, com a esmagadora concordância dos delegados ao nosso congresso, que não se justificava esta existência. E mais, que o nosso modo de funcionamento muito assente na discussão colectiva, no espírito de trabalho de grupo e no contacto permanente com os jovens, com os militantes de base e com toda a organização, não necessitando desta figura tão necessária para outras organizações, não se coadunava com ela. Portanto, em consciência, decidimos pela não inclusão dessa figura, não inclusão essa que tanto preocupa as outras juventudes partidárias.
Já agora deixe-me dizer que registo como um elogio, porque tenho a certeza que assim foi, o facto de o Sr. Deputado encarar o Secretário-Geral do PCP, Sr. Deputado Carlos Carvalhas, como um dirigente partidário com uma postura e um espírito abertamente jovem, facto com que me congratulo, e espero que tenha a mesma opinião em relação aos dirigentes partidários do seu partido.

O Sr. Jorge Lacão (PS): - Ah, mas é verdade o que disse o Sérgio!?

O Sr. Presidente: - Para contra protestar, tem a palavra o Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto.

O Sr. Sérgio Sousa Pinto (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Bernardino Soares, admito a possibilidade de, porventura, não ter interpretado correctamente as suas palavras, mas o que me pareceu foi que veio aqui reconhecer o estatuto político menor da Juventude Comunista Portuguesa por não ter um secretário-geral na qual se identifique a actual organização e que protagonize um discurso para si próprio.
O que a Juventude Comunista Portuguesa não tem na sociedade portuguesa, ao fim de 20 anos de reflexão colectiva, é uma ideia própria que justifique a existência de uma liderança e de uma organização com uma identidade própria, distinta do PCP.
Como não tem, Sr. Deputado Bernardino Soares, a pergunta é simples: qual é a utilidade política, qual é o interesse político para os portugueses na existência de uma Juventude Comunista Portuguesa? Qual é o apport, qual é a mais valia que a JCP traz à sociedade portuguesa no âmbito político? Qual é, Sr. Deputado? Não é nenhuma!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Isso é a sua interpretação!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos passar ao tratamento de assuntos de interesse político relevante.
Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Paulo Neves.

O Sr. Paulo Neves (PS): - Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr.as e Srs. Deputados: Seis meses passados sobre a tomada de posse do XIII Governo Constitucional e já se afirmou evidente uma nova forma de estar na política e de exercer o poder.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - O Governo da nova maioria, liderado pelo Engenheiro António Guterres, tem vindo a alterar uma postura que cultivava a distância e a arrogância do poder, substituindo-a pela acção em diálogo, de forma serena mas convicta, descomprimindo a relação com as pessoas e com os diversos agentes da sociedade.
É assim que, quem esperava que a acção do Governo a seguir às eleições se resumisse à gestão de projectos e à situação herdados do anterior rapidamente percebeu que este Governo tem, claramente, um projecto para Portugal. Um projecto que, afinal, foi assumido com os portugueses, que recebeu o seu apoio e que, agora, está a ser executado, sem frenesim mas com segurança e estabilidade.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Sem demagogias, defendendo os interesses nacionais, a nova maioria tem vindo, de forma clara e certeira, a concretizar as suas promessas eleitorais em tempo muito mais breve do que alguma vez pensaram os que lhe lançaram as maiores dúvidas sobre as capacidades de execução das políticas que nos propusemos.
Seja na área dos transportes, seja na da educação ou na da administração pública, nó desenvolvimento regional ou na relação com a comunidade e na afirmação de Portugal no mundo, este Governo já provou ser muito mais capaz do que o maior partido da oposição pretende, sem êxito, fazer crer, obrigando-se a todas as posições tácticas, que resultam sempre na demonstração das suas próprias incapacidades de se constituir como uma oposição credível e construtiva para ultrapassar uma conjuntura que contribuiu significativamente para se instalar na sociedade portuguesa.
Se esta é uma evidência no panorama político nacional, torna-se ainda mais profunda quando o Governo decidiu, desde já, portanto arredado de quaisquer critérios eleitorais, assumindo as dificuldades que perpassam os diversos sectores da sociedade e das diferentes regiões do País,

Páginas Relacionadas
Página 2405:
24 DE MAIO DE 1996 2405 O Orador: - De uma intervenção na União Europeia no sentido de um v
Pág.Página 2405